quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Herta Müller e o universo dos desprotegidos

Herta Müller, escritora, poetisa e ensaísta alemã, mas de origem romena, foi a escolhida pela Academia sueca, para o Prémio Nobel da Literatura 2009, hoje atribuído.

Nascida na Roménia em 1953, integrou um grupo de jovens escritores idealistas que lutavam contra a opressão comunista, pela liberdade de expressão. Recusou-se, na fábrica onde tabalhava, a cooperar com a polícia secreta. Foi perseguida pelas suas criticas públicas à mentalidade fascista, à corrupção e à intolerância que minava todo o sistema politico e social. Abandonou este país, em 1987, juntamente com o marido, também escritor, partindo rumo à Alemanha. Herta levava consigo uma profunda insatisfação por lhe ser impedida a publicação dos seus trabalhos, muito críticos para com o regime totalitário de Ceaucescu. H. Muller foi uma resistente contra a policia política da Roménia comunista.

A Academia justifica a escolha do premiado afirmando que Herta Müller consegue, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desprotegidos".

“O Homem é um grande faisão sobre a terra” (Cotovia) e “A terra das ameixas verdes” (Difel) são os títulos de dois dos seus livros já publicados em Portugal.

Há muitas maneiras de dar voz às minorias, aos injustiçados, aos sem voz. Neste sentido, a literatura pode ser uma arma, porque é muito mais que técnica literária, mas uma literatura empenhada com os direitos humanos fundamentais.

A. Brás

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