segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CJovem em PDF

Como já vem sendo hábito, a cada final de mês, o CJovem deixa-vos o que de melhor se escreveu por aqui.

Boas leituras e um feliz Advento a todos!

Download aqui.

Os sorrisos do Menino Jesus

O Menino-Deus sorria? Claro que sim! Um sorriso inocente e ingénuo – aquela inocência e ingenuidade sã que os adultos perdemos - muito próprio das crianças.

Não sabemos quanto nem como sorria. Mas a pintura, a escultura, enfim, a arte sacra falam-nos disso. Ali descobrimos milhares de expressões faciais. Os sorrisos, neste caso, são muitos e variados!

Desde
esta terça-feira, 1 de Dezembro até 31 de Janeiro de 2010, encontra-se patente ao público, no Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata, em Fátima, a exposição temporária “Os Sorrisos do Menino Jesus”.

Esta Exposição Temporária,
que pretende chamar a atenção para os diferentes sorrisos do menino Jesus, é composta por duas dezenas de esculturas de Meninos Jesus dos séculos XVII e XVIII.

Reunidos pela fé e dedicação coleccionista do Padre António Rosado Belo (N. 1929 – F. 2008), os Meninos Jesus aqui expostos representam apenas uma pequena parte da sua colecção de mais de duas mil esculturas, dispersas na exposição permanente e reservas do Museu de Arte Sacra e Etnologia, bem como na Casa-Museu Padre Belo na Vila do Crato.

A mostra poderá ser visitada de terça a domingo das 10h00 às 17h00. Encerrada dia 24 de Dezembro a partir das 13h00 e todo o dia 25 de Dezembro.

Visitas guiadas por marcação previa: Tel. 249 539 470 e-mail museuartesacra@consolata.pt

E quem é que vai resistir a uma cativante colecção de belos e divinos sorrisos neste Natal?! Ah! Só não vale apertar as bochechas!

O MASE e os Meninos Jesus aguardam a vossa visita... com muitos sorrisos!


CJovem

sábado, 28 de novembro de 2009

Advento: O Senhor veio, vem e virá


Caros leitores do CJovem: Feliz Ano Novo… Litúrgico. O 1º Domingo do Advento inaugura um novo Ano Litúrgico (o Ano C).

Além disso, já o sabeis, o Advento é este espaço de tempo em que a liturgia e a Igreja nos convidam a prepararmos a vinda de Jesus, no Natal.

A espera e o desejo constituem, sem dúvida, experiências humanas significativas. Esperamos muitas pessoas, muitos acontecimentos, muitas coisas… Para os cristãos, no Advento, como tempo da espera por excelência, esperamos essa bênção grandiosa que, no Natal, nos vem do alto: Jesus, o Deus connosco.

Celebrar o Advento é festejar a primeira vinda de Jesus, o Reino acontecendo, já, no coração dos homens de boa vontade.O Senhor veio!

Celebrar o Advento é festejar a vinda, hoje, de Jesus Cristo na vida da gente, dos pobres, das comunidades, dos corações sedentos de vida em plenitude. O Senhor vem!

Celebrar o Advento é festejar, na esperança, a vinda definitiva de Jesus. Celebrar o "ainda não" do reino, aquilo que falta para completar a vinda do Senhor. "Que a terra se abra ao amor". O Senhor virá!

Além da habitual reflexão do P. Darci, que podeis encontrar em Consolata.pt, o CJovem apresenta uma proposta de animação da liturgia para o Tempo do Advento/ Natal. Continuaremos a apresentar sugestões litúrgicas também para os próximos domingos.
Podem ver e imprimir a deste domingo, 1º do Advento, AQUI.

Não hesitem em apresentar esta sugestão litúrgica na vossa comunidade/paróquia.
Atenção: é apenas uma proposta e nada mais que isso. Podem tirar ou acrescentar enriquecendo, deste modo, a celebração litúrgica da vossa comunidade.


Celebrar o Advento é festejar, na esperança, a vinda definitiva de Jesus. Bom inicio do Advento e boa preparação do Natal de Jesus para todos.

CJovem

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CJovem a caminho do primeiro aniversário...

A ponto de completar um ano de nascimento, o CJovem dá uma de Narciso, olha para si mesmo, pede ajuda aos seus leitores – sem vocês não seriamos nada! (onde é que já ouvimos isto!!!) – e ensaia uma pequena avaliação.

Ainda não temos crises de identidade e nem sequer nos sentimos na ‘idade do armário’. Também não pedimos para nos mandarem Freud. Mas temos o direito de ir à consulta e que nos façam um diagnóstico. Seja o que for, aceitaremos o tratamento. No fundo…queremos saber mais sobre a natureza e a identidade deste espaço comum.

Como sempre comentem e votem na sondagem.

CJovem
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Resultados da sondagem publicada entre 26nov09 e 3dez09:

Este blogue está quase a fazer um ano; tempo oportuno para se fazer uma pequena avaliação.
O que mais te atrai no CJovem?


Os temas19,77%(17 votos)
As sondagens15,12%(13 votos)
As fotos e vídeos13,95%(12 votos)
Tudo!12,73%(11 votos)
Os debates/comentários9,32%(8 votos)
O aspecto8,16%(7 votos)
Dinâmicas e iniciativas6,98%(6 votos)
O Cjovem em PDF6,98%(6 votos)
Outros...3,49%(3 votos)
O Chat2,33%(2 votos)
O versículo do dia1,17%(1 votos)

Total de votos: 86

Identikit de uma vocação (parte 2)

A história de um testemunho vocacional continua…
Origem pobre, mas cheia de amor

Nasci em Pilõezinhos, uma pequena cidade no interior do Estado da Paraiba-Brasil, Nome engraçado o dessa cidade! Porém, não vou ficar aqui a falar sobre a cidade, porque o ‘Identikit’ tem o objectivo de comunicar-vos a história de minha vida e não de minha cidade. Se quiserem saber mais a respeito, favor entrar na wikpedia/Pilõezinhos-PB.

Rapaz e não rapariga

Minha história é engraçada. Querem saber? Então vos conto:

Sou o quinto e último filho homem de minha família. Diz minha mãe que, sempre desejou ter uma filha mulher, então, o primeiro a nascer, foi um menino; tentaram a segunda vez, veio outro menino e assim sucessivamente até nascerem quatro meninos homens. E o melhor, um a cada ano. Acho que era porque eles não tinham televisão em casa! Se bem, a televisão às vezes atrapalha, com aquelas novelas cheias de cenas eróticas. Depois de o quarto filho homem ter nascido, pararam, reflectiram e quase pensaram em desistir de haver outra criança. Até aquele momento o Senhor Deus não lhes tinha dado uma menina. Só depois de dois anos decidiram ter outro filho, e então, para surpresa de todos, nasci eu, outro menino.

Depois de mim, decidiram não ter mais filhos, fecharam as torneiras.

Mas, quis Deus, que a história de minha mãe tivesse outro rumo, e não terminasse assim tão sem alegria. Então, para o bem de todos e felicidade geral da família, adoptaram uma menina, quando eu já tinha completado 13 anos. Sendo assim, a família aumentou e minha mãe ficou muito contente com a novidade de ter uma filha em casa. Hoje, então, somos 6 filhos, cinco homens e uma rapariga. Vejam só como é a vida!

Minha mãe, Maria Francisca é mais jovem que meu pai, 17 anos, mas conta-nos que foi sempre o amor que motivou o romance dos dois, apesar da idade entre eles. Luiz Amâncio, meu pai, já se encontra com Deus. Ele partiu desta vida, quando eu estava fazendo o noviciado.

Sabiam que os dois são analfabetos? Verdade! Nunca tiveram a oportunidade de estudar. Contam-nos que tiveram que dedicar-se ao trabalho ainda quando eram muito jovens para ajudar na sobrevivência da família.

Queriam que nós, seus filhos, estudássemos, não queriam que tivéssemos a mesma experiência de vida que tiveram. Não obstante a pobreza e simplicidade com que viviam, souberam-nos educar na fé, na moral e nos caminhos do Senhor.

Incentivaram-nos viver a vida com alegria e esperança, acreditando que tudo pode mudar e que nossos caminhos fossem traçados por Deus.

Vigília da Imaculada Conceição

O JMC de Águas Santas em conjunto com o Grupo Vocacional da paróquia de Ermesinde organizam, no próximo dia 7 de Dezembro, segunda-feira, uma vigília.

Com início às 21h00, a Vigília da Imaculada Conceição, a ter lugar na Igreja Paroquial de Ermesinde,está aberta a todos quantos queiram participar.


Os JMC convidam, então, todos os jovens a participar neste momento de veneração e louvor àquela que, através do seu Sim, foi o princípio da nova era em que vivemos e que celebramos a cada Natal.
O convite estende-se também ao convívio que terá lugar após a celebração.

Aparece!
Pe Jorge Amaro

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pe. Silvanus: Um abraço que vem do frio

Queria antes de mais cumprimentar todos os grupos de Jovens: Os “meus filhos” do grupo do centro, os meus grandes amigos e amigas de JMC norte, deixo também uma particular saudação ao JMC sul. Tenho visto, no vosso site, que há muita vivacidade missionária aí em Portugal. Se calhar muita coisa já mudou, mas isso não quer dizer nada. Quando um jovem, ou um grupo de jovens, encontra uma verdadeira paixão missionária fica sempre activo e criativo e não tem medo de nada, pode fazer missão em qualquer lugar no mundo e em qualquer momento.

Nós aqui na Polónia estamos a preparar o terreno fértil para o caminho missionário em todos os cantinhos do país, temos ainda uma pequeno obstáculo, a língua. Mas uma esperança é que, já no próximo ano 2010, queremos começar com uma animação própria nas paróquias e, ao mesmo tempo, na animação vocacional, acompanhando individualmente jovens que queiram fazer da missão uma opção séria para a sua vida.

Temos uma boa notícia. O Senhor já está a fazer muitos milagres nesse sentido. Nós somos só instrumentos, Ele é que faz tudo. Já temos dois jovens (uma rapariga e um rapaz) que querem fazer este caminho de formação missionária. Isto é muito bom! Ele já fica connosco três dias por mês e começará a fazer alguma animação connosco.

Há um grupo missionário numa paróquia que quer ser acompanhado por nós e estamos a organizar-nos nesse sentido. São muitos os sinais positivos nesta missão aqui na Polónia.

Agradecemos muitíssimo as vossas prendas: o ostensório para a Adoração Eucarística e as túnicas que nos enviaram através do pe. Albino. Agradecemos ao pe. Maurício o material de apoio audiovisual mas agradecemos sobretudo as vossas orações e, para terminar, agradeço a todos o missionários e missionárias.

Sei que vão ter o retiro juvenil em Águas santas nos dias 4-6 Dez 2009 (leio no vosso blog tudo o que fazem por aí). Vamos ficar numa rede espiritual convosco. Tudo corra muito bem e que cada um dos que terão o dom e a coragem de ir encontrar-se com Jesus de maneira radical, sejam depois inundados de Espírito Santo, e fiquem prontos para servir e serem ainda mais felizes.

Um grande abraço a todos vós jovens da Consolata em Portugal.



Do vosso irmão no serviço missionário
P. Silvanus Stock
e a comunidade na Polónia (P. Luca Bovio e P. Ashenafi Abbebe)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aguardando…

Pois é! O seminarista João Batista renovou os votos temporários da profissão religiosa no último domingo, no bairro do Zambujal, onde faz estágio pastoral. Podem ver o texto da notícia, com algumas fotos, AQUI.

2º Capítulo do "Identikit de uma vocação"

Entretanto, ele avisa que está a ponto de nos deixar aqui o 2º capítulo do “Identikit de uma vocação”. “A qualquer momento sairá o 2º capítulo da emocionante história que lançamos aqui, sobre a vida de um seminarista e o testemunho de uma vocação missionaria”, avisou esta manhã, por email. E adianta que, neste segundo post, irá falar das suas origens, de como foi a sua infância e do surgir da sua vocação. Promete surpreender!

O impacto de um testemunho

Apraz-nos registar o bom acolhimento por parte dos leitores deste blog que esta iniciativa tem tido. João Batista confessa-se impressionado pelas mostras de incentivo e estimulo que tem recebido de muitos dos lugares e países que fazem parte do seu percurso académico e missionário: “fiquei ainda mais entusiasmado com o sucesso do primeiro capítulo”, desabafou.

O que ele gostaria mesmo é que todos abracemos, antes de mais nada, “a vocação de sermos felizes” e, de preferência, que essa vocação corresponda ao “projecto de Deus para cada pessoa”.

CJovem

domingo, 22 de novembro de 2009

Carta a um Missionário: E o vencedor é...



O desafio estava lançado, escrever uma carta a um missionário, real ou imaginário, o resto ficava a cargo da vossa imaginação... do vosso coração missionário.

O prémio, uma assinatura anual da revista Fátima Missionária e um exemplar do livro "Pontos de Luz", colectânea de pensamentos do Beato José Allamano.

A participação e a qualidade das cartas estiveram à altura do acontecimento, tanto que as escolhas se tornaram difíceis. Nada que assustasse o júri :D

Das cartas a concurso (numeradas, por questão de isenção) sobressaíram 2. Duas cartas que, pelo seu conteúdo, mereciam ambas o primeiro prémio.

"Dei 18 valores (à carta 1), porque para mim é esta a melhor. Não dei mais, porque há uma ou outra imprecisão literária. Mas é interessante:
- Pelo conteúdo que exprime suficientemente a missão.

- Pelo estilo, muito cativante.

Gostei."

"Penso que a carta 3 reflecte muito intensamente o que um missionário pode significar para os jovens de hoje em dia, que têm muita dificuldade em se interessar e entregar-se de corpo e alma a algo que realmente os cative. Esta carta, para além de referir o valor que um missionário tem por terras de missão, também relaciona este chamamento com a Palavra de Deus e com o exemplo que é para este jovem e a força que lhe transmite para que um dia possa tomar a mesma opção de vida."

Das palavras do júri podemos depreender a difícil tarefa que tinham pela frente. Tanto a votação (empatada até às décimas: 17,60 valores), como o conteúdo, até mesmo o próprio nome dos autores apontavam para o empate técnico.

Acabando com o suspense...

Como o objectivo era premiar a participação e o empenho, optou-se por recompensar ambas as cartas com o primeiro prémio.

A carta número 1, da autoria de Maria Fernanda Pinheiro da Costa
e a carta número 3, de Maria Rosa

As vencedoras vão ser contactadas, brevemente, por mail, para podermos enviar os prémios mais que merecidos.

Para todos os outros que participaram, o nosso muito obrigado pelo empenho, pela qualidade das vossas cartas e, contamos com a vossa participação para os próximos desafios.

Como não poderia deixar de ser, como prometido, aqui ficam as cartas vencedoras.

CJovem
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Carta a um missionário 1:

Querido irmão,
Já vai longe o dia em que te vimos partir.
Uma partida com destino certo, mas em que a única certeza, era a felicidade de sabermos que ias ao encontro daqueles que tão carinhosamente te esperavam, e que tão ansiosamente aguardavam a partilha do teu saber. Não era só a tua sabedoria, mas também o teu amor, a tua alegria, a tua fé e a tua coragem, que estavas disposto a dar, sobretudo para falar d’Aquele que te chamou e te enviou para junto deles.
Todos esses corações, todos esses sorrisos, todas essas famílias, todo esse movimento fraterno te tinha preparado uma excelente recepção de boas-vindas, bem como um “Lar” doce e acolhedor, que certamente pudeste desfrutar até hoje, apesar de rudimentar, pequeno e sem prazo.
Durante todo este tempo, tiveste a oportunidade de lhes dar a conhecer a Palavra e o Amor do Senhor nosso Deus, com os teus gestos, as tuas atitudes, a tua audácia e a tua devoção, enriquecendo e alargando os horizontes dos mais pobres e dos mais humildes, fortalecendo os mais fracos e abandonados, aproximando-os mais uns dos outros e de Jesus Cristo.
Tudo isso se deve à tua disponibilidade! Tu que deixaste a tua família, os teus amigos, a tua terra e que te despojaste de todos os teus bens, trocando tudo isso por dias e noites sem horas, alimentos e refeições sem sabor, água imprópria ou escassa, climas destemperados ou imprevisíveis, tempestades de areia ou de escuridão, estradas desertas ou caminhos sem trilho, horizontes desnivelados ou sem cor...vida sem tempo mas com perdão!
No entanto toda a gratidão que recebeste, todo o brilho dos olhos que encontraste, todo o calor dos abraços que sentiste, toda a solidariedade que presenciaste, toda a amizade que fizeste, todos os ritmos que dançaste, todas as línguas que aprendeste, toda a humanidade que viste crescer, toda a natureza que observaste, todas as árvores que plantaste, todas as sementes que viste nascer - tudo isso te faz ficar, tudo isso te faz renovar... apesar da saudade que te aperta e do choro que te sufoca...
E vais ficando, viajando, ensinando, partilhando, amando e evangelizando.
E, nós por cá, vamos rezando, crescendo e multiplicando, vivendo e envelhecendo.
Pedimos-Lhe protecção para a tua missão, porque no fundo da nossa alma, o nosso sonho é igual ao teu, sermos missionários um dia, em homenagem ao Pai e a ti, irmão!

Maria Fernanda Pinheiro da Costa

Carta a um missionário 2:

Poderia escrever-te uma carta de incentivo, uma carta que te encorajasse e te desse forças para cumprir a tua missão; que te contasse aquilo que já sabes, que o teu trabalho é maravilhoso, que não deves desistir e que os momentos menos bons são os que te darão força para continuar.
Poderia contar-te como, por cá, todos admiramos a dedicação e força de vontade com que optaste por esse caminho; como o teu pequeno grande esforço, por mais inútil que te possa parecer, é a gota que enche o copo de alguém de esperança e de como esperamos ansiosamente por notícias tuas. Histórias que nos alimentam a alma e fazem sonhar ardentemente com cenários pintados de cor-de-rosa pela nossa imaginação de quem nunca sentiu a dificuldade de pisar terreno onde a necessidade é, como diria o poeta, ‘uma constante da vida’.
Poderia escrever-te felicitando-te por mais uma escola, dormitório ou reservatório de água construído, por um centro de acolhimento ou maternidade que ajudaste a construir; ou reconfortando-te até por algum passo atrás que possas ter dado no teu projecto, pelos estragos provocados pelas cheias ou pela incompreensão e intolerância alheia.
Poderia.
Poderia tanta coisa mas…
A missão corre-te nas veias, faz parte de ti e, por mais que tentasse, as minhas palavras não teriam o mesmo efeito que apenas um momento de oração, de conversa com Ele tem, não teriam o mesmo efeito que o olhar baço e inundado de lágrimas de uma mãe que nada tem para dar ao seu filho, não teriam o mesmo efeito que o simples sorriso de uma criança agradecida por um pedaço de chocolate.
Não tenho esse poder em mim.
Assim, apenas te escrevo para te fazer um pedido… mais um eu sei.
Nesse teu momento a sós com Ele, pede por mim, para que me dê apenas um pouquinho que seja dessa vontade que te faz caminhar para longe dos teus e te faz ser exemplo de entrega a quem mais precisa de ti; que me dê a força necessária para, como tu, sair do meu ninho quente e reconfortante e partir para onde cada gesto meu seja sinal de alento e esperança para alguém.
Sei que não peço pouco, mas faço-o porque quero ser como tu, o barro que se fez vaso nas mãos de Deus; vaso que dá de beber a quem me pede água e, um dia, quebrado e sem utilidade, jogado fora como caco velho, voltará a ser barro; barro que fará um vaso novo…

Missionária de coração (apenas)
Maria

sábado, 21 de novembro de 2009

A realeza de Cristo em mim

Neste domingo celebramos a Festa de Cristo Rei. Para nos ajudar a reflectir o sentido desta festa propomos, uma vez mais, o comentário dominical feito pelo P. Darci Vilarinho, Missionário da Consolata. Podem ler AQUI.

Mas este domingo é também o dia em que vamos divulgar a Carta que venceu o concurso “Carta a um Missionário”. O dia não foi escolhido ao acaso. O missionário tenta viver, comunicar e partilhar a realeza de Cristo que leva no seu coração. Cristo é um Rei que exerce o poder no amor e no serviço. E é impossível pensar o Missionário e a Missão fora do dinamismo de um amor serviçal, que se exerce na gratuidade, na doação de si, no testemunho de fé de vida. Daí a escolha deste dia para a divulgação do vencedor.

Os leitores deste blog deixam-nos verdadeiramente orgulhosos. Os membros do Secretariado para a Missão (um grupo de 10 Padres, Irmãs e Leigos que procuram reflectir e programar as actividades missionárias da Consolata em Portugal) tiveram verdadeira dificuldade em escolher a melhor Carta. Acreditem! Mas.. vamos esperar até amanhã. Já faltou mais!

Este blog quer ser cada vez mais interactivo; e quer que isso aconteça valorizando os seus leitores, nos seus dons, qualidades, talentos, capacidades; a qualidade da participação nesta iniciativa deixa-nos esperançados….

E chega de latim… Neste domingo vamos aqui divulgar a carta vencedora do primeiro concurso do CJovem. Fiquem à espreita! Outros virão!

CJovem

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um testemunho vocacional e missionário

O CJovem lançou um desafio ao João Batista, seminarista da Consolata. Contar-nos a história da sua vocação, o seu percurso. Ele, surpreendido, aceitou. Porreiro, pá! E vai fazê-lo em várias entregas, sem juros! Afinal, estando quase às portas de receber o diaconado, as etapas percorridas são já muitas. E há muito o que contar.

Sabem que mais! Ele até confessou o entusiasmo da tarefa “pensei sobre a ideia lançada e vi que seria legal escrever a historia de minha vocação. Nunca fiz isso! A ideia me parece interessante, não só para os jovens, mas também vai ser útil para mim, que só assim vou fazendo memória de tudo o que já se passou comigo”.

No próximo post, o primeiro da “Identikit de uma vocação”, ele explica a metodologia que vai seguir nesta empreitada que agora começa e, logo de seguida, traça o seu perfil e o início de tudo. Boas leituras!

E, já agora, este domingo vai fazer no Bairro do Zambujal (periferia de Lisboa) onde faz trabalho pastoral, a renovação dos votos temporários. Estão convidados!


Identikit de uma vocação (parte1)

Sem medo de ser Feliz


Queridos leitores e leitoras deste blog. A partir de hoje peço-vos permissão para invadir o vosso espaço com minha história de vida e missão. Para que esta não seja exaustiva nem cansativa, escreverei em pequenas partes, um pedacinho de cada vez. Usarei um estilo humorístico e ousado.

Gostaria de contar com os vossos comentários, críticas e sugestões, para que estes pequenos contos de vida se tornem agradáveis aos olhos e aos ouvidos dos leitores. Nessa história vai ter de tudo um pouco: amor, ódio, alegria, paixão, fé, luta, sonhos, libertação, religião e muito mais. Porém o enfoque principal será sobretudo, o desejo de ser feliz e o amor pela missão. Irei também abordar outros aspectos da minha vida, mas não quero já contar-vos tudo, vão ficar na expectativa de poder descobrir passo a passo. Garanto-vos que será emocionante. Não deixem de acompanhar. Então, hoje ouso me apresentar.

Quem sou eu?

Me chamam João Batista, sou seminarista da Consolata, nasci na Paraiba, Brasil e actualmente estou em Portugal, no Cacém, onde realizo um estágio pastoral.

Sou aquele que no dia 10 de Março nasci chorando, «acho que chorei», cresci, caí, levantei-me, machuquei-me. Meus pais fizeram-me aprender o que era certo e o que era errado. Aprendi a fazer escolhas certas, mas muitas vezes também errei. Descobri que nem todo mundo queria o meu bem, mas soube perceber quem queria fazer apenas o bem!
Aprendi que o luxo é bem melhor que o lixo, porém, como estilo de vida escolhi a pobreza, nem luxo nem lixo. E, por falar em lixo, aprendi também que não é necessário carregar resíduos para o resto da vida; causa só sofrimentos e mágoas.

Percebi que nem tudo dura sempre e que aproveitar o hoje é bem melhor do que sofrer o amanhã. Contaram-me que príncipe encantado, país das maravilhas, fadas madrinhas e pai natal não existem, mas que sonhos se realizam sim, basta acreditar! Por isso acreditei e estou aqui hoje a contar essa história para vocês.

«A vida ensina, mostra, guia, aprova e reprova», já dizia minha pobre mãe, depois falarei dela. Mas foi errando que aprendi o que é certo, o que é cheiroso, o que é colorido, o que é belo, o que é moral e imoral. Nada nem ninguém poderá roubar minha identidade, nem deitar fora minha felicidade.

Sei porém que ainda tenho muito o que aprender, mas hoje sei o caminho que tenho que seguir!

Compartilho esta canção do Padre Zezinho, ouça-a. Devemos ser cidadãos do infinito, que levamos a paz no nosso caminho.


A história continua no próximo capitulo… Até logo…

João Batista

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A pandemia da fome

Na última Cimeira Mundial da Alimentação, que juntou 60 chefes de Estado e de governo, na qual o Papa marcou presença, Bento XVI alertou para a importância de "uma consciência solidária que considere o direito à alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções ou discriminações".

Fez, ainda, uma condenação corajosa dos sistemas económicos e políticos que acabam por submeter os alimentos à categoria de mera mercadoria: "É preciso contestar o egoísmo que permite que a especulação penetre mesmo no mercado dos cereais, colocando a comida no mesmo plano que todas as outras mercadorias", afirmou.

Bento XVI desafiou à mudança de estilos de vida, sem “opulência”. A preocupação que está na base desta intervenção é o “dramático crescimento do número de pessoas que sofrem a fome”. O Papa considera desadequada “a persistência de modelos alimentares orientados apenas para o consumo”.

Bento XVI citou a sua última encíclica, Caritas in veritate, onde se escreve que “fome não depende tanto de uma escassez material, mas sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional”.

Estimativas da FAO indicam que o número de pessoas com fome pode aumentar em 100 milhões, só em 2009, e ultrapassar a marca das mil milhões de pessoas. A ‘pandemia’ da fome é real.

O Papa não teve dúvidas em afirmar que o planeta tem capacidade de alimentar “todos” os seus habitantes, no presente e no futuro.

- Este tema sugere-nos a sondagem que estará online nos próximos dias.
Opinem, a propósito, no espaço dos comentários. Não deixem de votar na sondagem, na coluna à direita.

Para ti, qual a causa principal para que ainda exista fome no mundo?

Não há alimentos para todos
Não há vontade política
Falta partilha dos bens
Por causa do desperdício
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Resultados da sondagem publicada de 18nov09 a 25nov09:

Não há vontade política 55% (15 votos)
Falta partilha dos bens 40% (11 votos)
Por causa do desperdício 3% (1 voto)
Não há alimentos para todos 0% (0 votos)

Votos apurados: 27

CJovem

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O bosque

Há já alguns anos tive um vizinho, médico de profissão, que tinha, como hobby, plantar árvores no terreno que tinha por detrás de casa. Foram várias as vezes que dei por mim a observá-lo enquanto as plantava.

Havia, porém, um facto que me chamava a atenção, nunca o vira a regar os rebentos que plantava. Passado algum tempo notei que as suas árvores tardavam em crescer.

Certo dia decidi perguntar-lhe porque não as regava nunca; com ar de satisfação explicou-me a sua teoria.
Disse-me que, regando as árvores, as suas raízes acomodar-se-iam à superfície e acostumar-se-iam à água fácil, que viria de cima. Ao não regar as árvores, demorariam a crescer mas as suas raízes penetrariam terra adentro em busca de água e de nutrientes que se encontram nas profundezas da terra. Desta forma ficariam com as suas raízes profundas, crescendo fortes e resistentes às intempéries.
Acrescentou ainda que, frequentemente, lhes dava umas “palmadinhas” com um jornal para que se mantivessem sempre “despertas e atentas”. Não nos voltámos a encontrar.

Fui viver para outro país e, vários anos mais tarde, de regresso a Portugal, decidi matar saudades da minha antiga casa. Ao aproximar-me descobri um bosque que não existia então. O meu antigo vizinho tinha realizado o seu sonho!
Naquele dia soprava um vento forte e gelado, próprio de inverno. As árvores da rua arqueavam-se sob a força do vento, parecendo mesmo não conseguirem suportar os rigores do inverno. Ao aproximar-me do terreno do meu vizinho, notei que as suas árvores estavam firmes, quase não se movendo sob a força do vento que teimava em aumentar a sua intensidade.
Curioso! - pensei – As adversidades pelas quais aquelas árvores tinham passado, privadas de água e recebendo as “palmadinhas”, parecia que as tinha beneficiado de tal forma que o conforto e tratamento cuidadoso jamais teriam conseguido.

Todas as noites, antes de dormir, encosto-me ao umbral da porta do quarto dos meus filhos vendo-os dormir, vejo como dormem, como crescem; rezo frequentemente por eles. A maioria das vezes, lembro-me, pedia para que as suas vidas fossem fáceis, para que não sofressem as dificuldades e agressões deste mundo… Dei-me, porém, conta que tinha de mudar as minhas petições.
É inevitável que os ventos gelados e fortes nos acossem. Sei que vão encontrar incontáveis dificuldades e que, portanto, os meus desejos de que as dificuldades não aconteçam, eram muito ingénuos. Haverá sempre alguma tempestade em algum momento das nossas vidas, a vida não é fácil.

A partir de agora, rezarei para que os meus filhos possam crescer com “raízes profundas”, de tal forma que possam extrair energia das melhores fontes, das mais divinas, aquelas que se encontram sempre nos lugares mais profundos.


Autor Desconhecido

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Animação, alegria, união…

Estando nós na época do S. Martinho, o JMC Centro não podia passar esta data sem a festejar, até porque comidinha e animação estão implicadas neste festejo!

O objectivo era fazer-se uma fogueira onde pudéssemos assar umas castanhas e convivermos todos, comemorando este dia e, apesar das gotinhas de água que de vez em quando se faziam sentir, a união do JMC e a persistência permitiram que o objectivo inicial fosse concretizado! Assim foi… a lenha de uns, sumos, groselha e abafado de outros, castanhas igual e vontade de comer de todos não faltaram… fez-se a fogueira, no campo de futebol, e as brasas foram começando a aparecer e assim com as castanhas já cortadas (obrigado João e outros que participaram nesta tarefa! Ai o dedinho a doer… :D) estava tudo pronto para as assar. Com as castanhas assadas (e algumas já comidas pelos mais apressados!) juntámo-nos todos debaixo do telheiro e depois foi só começar a comer e a beber (não tendo eu provado o abafado do Tiago…ouvi dizer que era muito bom! :D)

Mas festejo sem música, não é festejo, e claro está que este ingrediente também não pôde faltar. Muitas foram as músicas que se cantaram, ou melhor desafinaram (pequeno pormenor sem importância :D), e a animação foi muita. Ah…as palhaçadas também não foram poucas e deram um ânimo maior ao grupo!

O tempo foi passando e já estava na hora da despedida…terminámos com a oração, onde animação, divertimento, união, comida, consolação, alegria, e outras palavrinhas não faltaram para caracterizar o nosso encontro.

Obrigado a todos os que participaram!



Filipa e Sofia Gonçalves – JMC

sábado, 14 de novembro de 2009

Mesmo que...



Te Louvo em Verdade
Rosa de Saron
Composição: Martin Valverde

Mesmo na tempestade, mesmo que se agite o mar
Te louvo, Te louvo em verdade

Mesmo longe dos meus, mesmo na solidão
Te louvo, Te louvo em verdade

Pois somente tenho a ti, tu és a minha herança
Te louvo, Te louvo em verdade (2x)

Mesmo que me falte as palavras, mesmo que eu não saiba louvar
Te louvo, Te louvo em verdade

Mesmo que me falte as palavras, ainda que eu não saiba louvar
Te louvo, Te louvo em verdade

Pois somente tenho...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Marcos Leandro: "Os coreanos ainda não conseguiram descodificar a qualidade do meu discurso"

Deste belo paraíso do sol nascente que é a Coreia, saudações fraternas em Cristo para todos, dos missionários portugueses, Pe. Pedro, Pe. Álvaro e Marcos.

Quem vos escreve é o Marcos, seminarista português da Consolata que se encontra na Coreia para um estágio missionário de dois anos.
Já passou quase um ano e dois meses desde que aqui cheguei, e tal como escrevi da última vez, fui muito bem acolhido por este belo povo sempre disposto a ajudar o próximo. Experiências para contar não faltam e lugares visitados muito menos.

Fiz belas experiências, ainda que muitas das vezes não percebesse bem o que diziam as pessoas, e se pensava que tinha percebido, mais tarde, falando com os nossos missionários constatava o contrário. Mas imaginação não me falta nestas situações…
De facto, a língua é o principal desafio desta missão para quem começa, aliás, penso que seja para toda a vida! Encontro-me no momento a finalizar o 4 nível de aprendizagem da língua Coreana, 4 de 6 níveis.

Os meus companheiros de estudo são praticamente todos provenientes da China, e tal como o latim para o português, também o antigo chinês (hanja) é a base do coreano, daí que podem calcular que grande parte do vocabulário os chineses aprendem por associação de significados, o que aumenta, em muito, o ritmo da leccionação desta língua.
Alguém já se deve estar a perguntar: “Então, depois de mais de um ano de estudo já deves celebrar a missa na língua local?”. A resposta é óbvia, claro que não, visto que ainda não sou padre!

“Mas já os coreanos entendem o que dizes, fazes um discurso, ou dás catequese?”, para quem está à espera do sim, engana-se! Mas já comecei a mentalizar-me que o meu coreano é muito bom, o problema é que os coreanos ainda não conseguiram descodificar a qualidade do meu discurso e por isso não me entendem! Questão de tempo! Para quem quer uma resposta, usarei a expressão conhecida: “Defendo-me”. O resto deixo à vossa imaginação.

Neste momento, estou a pensar em parar um pouco com o estudo do coreano e descansar, como diz o nosso caro fundador, mudar de actividade. Dedicar-me um pouco à assimilação dos conhecimentos e metê-los em prática nas diversas actividades dos nossos grupos missionários, ou até mesmo, uma full immersion, num ambiente em que se fale somente o coreano.
Bem, fazendo uma análise deste tempo passado, posso dizer-vos com muita alegria que apesar de um pouco de cansaço sinto-me realizado seja como pessoa, seja como missionário da Consolata.

Ah! Gostaria também de constatar, que também aqui na Coreia, como em Portugal e resto do mundo, as pessoas reconhecem que os missionários da Consolata são diferentes, no seu modo de agir, de relacionar-se com os demais, de anunciar o Evangelho, reconhecendo assim o carisma que a Nossa Mãe Consolata nos confiou através do nosso fundador Beato José Allamano.

Marcos (seminarista)

CEM em exercícios de auto-conhecimento

Se frequentas o Consolata.pt, por certo que já leste um artigo acerca de uns "Treinos de Lançamento", o tema do mais recente conjunto de Encontros promovidos no Centro de Espiritualidade e Missão (CEM) dos Missionários da Consolata em Águas Santas.

Estamos aqui a falar neles porque estes Encontros destinam-se a ti, se tens mais de 18 anos e moras perto de Águas Santas, Maia, podes inscrever-te num "curso" de auto-conhecimento. O objectivo é, partido de ti mesmo, conhecendo-te a ti próprio, aprender a canalizar as tuas forças e energias para a missão...

Informa-te AQUI, inscreve-te e promove-te como Pessoa!

CJovem

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

“A liberdade é muito cara”

Nos nossos dias é cada vez mais frequente depararmo-nos com pessoas que passam por dificuldades, pessoas que há muito tempo deixaram de saber o que é viver e passaram apenas a conhecer o que é sobreviver.

Seres humanos que devido a atrocidades da vida passaram a ser Ninguém e começaram a navegar na poesia diária que se constrói por necessidade e não por amor.
Foi num contexto de pobreza que, no último encontro do JMC, no Centro missionário A
llamano, em Fátima, recebemos Henrique e duas testemunhas da frieza das ruas, Helena e António. Tudo isto para despertar em nós a consciência de que neste mundo, aparentemente cor-de-rosa, existem pessoas a sofrer e a tentar singrar em caminhos ingratos.

“O que sou, devo-o à Consolata!”. Assim começou Henrique que leccionando na Universidade Lusófona de Lisboa, não esquece todos aqueles que o ajudaram a crescer e a tornar-se a pessoa que é hoje porque a Consolata ainda está no que escreve. Sempre viveu desassossegado e considera o desassossego a sua doença porque é ele que o consome. Foi com este espírito inquieto que chegou à “Cais”, uma revista que, segundo ele, “é uma estratégia porque não é ela que ajuda as pessoas, mas é sim a força de vontade e a energia de cada um”.

A “Cais” já conseguiu resgatar muitas pessoas da pobreza e ajudou-as a chegar a um porto seguro. Testemunhas disso são Helena e António cuja vida não os premiou com a sorte que todos desejamos.

Helena nasceu em Moçambique, em Agosto de 1957 e sempre gostou da arte e da pintura. “Eu queria nascer e morrer como artista, mas não tenho sapiência para isso”, é uma frase que repete diariamente e que demonstra a sua paixão pelo mundo do belo. A situação que vive deve-se ao facto de ter trocado o dinheiro pela liberdade e como a própria defende “a liberdade é muito cara”. Foi através da “Cais” que encontrou um pilar para a sua vida e que deixou as calçadas frias e esgotadas das ruas, deixou o seu tecto estrelado para passar a ter um quarto onde reza, todos os dias, para agradecer toda a ajuda que até aqui lhe foi dada. Ao longo dos dias vai pintando e vai-se aproximando cada vez mais da artista que gostaria de ser e que gostaria de ser lembrada.

António recomeçou uma nova vida depois de ter chegado à “Cais” porque antes disso, devido à bebida, estragou tudo aquilo que ela lhe tinha dado. “A minha família não me ligava por causa da bebida, agora, já se dão bem comigo. Os meus filhos, que falavam para mim como se eu fosse um cão, já me tratam de maneira diferente. A “Cais” fez de mim uma nova pessoa e estou-lhe muito grato por isso”. As histórias que já passou a vender a revista, as pessoas que já teve a oportunidade de ajudar para retribuir toda a ajuda que lhe deram, fazem com que se sinta cada vez mais útil e satisfeito com a vida que até então não tinha sido nada fácil. Actualmente, pode-se orgulhar de já não beber, acto que concretizava desde os seus nove anos de idade e satisfeito garante que “se não fosse a “Cais” não era nada”.

São os testemunhos de pessoas como estas que fazem com que o voluntariado se torne a actividade mais remunerada de todas. “Helena e António são pessoas mais ricas do que todos nós porque já viveram altos e baixos na vida e são estes momentos que enriquecem uma pessoa”, garante Henrique. Todas estas pessoas dão a força que é necessária para que uma actividade como esta continue.

Chegada ao fim de mais uma formação nas nossas vidas podemos ter a certeza de que existem muitas pessoas que passam por dificuldades. Não se tratou apenas de uma formação teórica mas tratou-se sim de uma formação prática em que fomos consciencializados por pessoas que viveram situações de grandes atrocidades.

Como sublinha a fadista Mariza “há coisas que ficam na história, na história da gente” e é por isso que vale a pena Viver.

Flávia Duarte - JMC

O muro de Berlim e outros muros

28 anos após a sua construção, o muro caiu. Ou melhor, foi derrubado. Não por vontade própria, pois uma estrutura não tem emoções nem sentimentos, mas porque o clamor popular e, sobretudo, o sentido da História, assim o quis. Nem mais um dia de vida para o ‘Muro da vergonha’. E assim foi. Faz hoje 20 anos: a 9 de Novembro de 1989, caiu o muro de Berlim.

Durante décadas separou famílias inteiras, uma cidade (Berlim) e um país em duas partes. Mais! Era o símbolo do mundo dividido em dois, representando dois sistemas com forte carga politica e ideológica. Um livre e outro, amordaçado. Era, portanto, um muro físico, geográfico, mas também simbólico. Era o símbolo da guerra fria.
Ainda que enquanto o muro existiu cerca de centena e meia de pessoas tenham perdido a vida, pelo simples ‘delito’ de tentarem a liberdade, sendo cobardemente assassinadas, no dia em que o muro caiu aconteceu tudo de uma forma pacifica, sem um tiro nem derramamento de sangue. Um milagre, que nos transporta, na memória, para outras 'revoluções'.

Muitos dos jovens que agora nos lêem ainda não tinham nascido. Agora, num mundo completamente diferente, podem saber de tudo a propósito do antes, durante e depois desse feliz dia 9 de Novembro de 1989. Hoje, a net aproxima-nos e traz-nos toda a informação – e de todo o lado – a casa. E é por isso que hoje sabemos da existência de tantos outros muros.
Vamos só ver alguns que já existem ou estão a ser construídos por esse mundo afora.

México - Estados unidos
Cisjordânia
Rio de Janeiro

Além desses (estruturas físicas), existem todos os outros: virtuais, invisíveis, metafóricos. Mas todos eles separam. Quais os muros que identificas ainda no mundo de hoje e que gostarias de fossem derrubados? E , já agora, o que fazes ou podes fazer no dia-a-dia para que isso aconteça?

A. Brás

domingo, 8 de novembro de 2009

Palavra que chama e envia

Ali se preparam para o sacerdócio. Ali recebem a formação apropriada para o exercício do ministério que querem abraçar, numa missão especifica que Deus lhes vai confiar: seguir Jesus, servindo o Reino de Deus, no ministério sacerdotal. Com o auxílio da equipa formadora, ali estudam, rezam , jogam, divertem-se. Falamos dos Seminários. E é por um motivo muito especial. Iniciamos hoje, dia 8, a Semana dos Seminários 2009, que decorre até domingo 15. . E o tema é apelativo: “Seminário: Palavra que chama e envia”

Porque a oração nos une a Deus e aos irmãos, oremos juntos:

Oração dos Seminários 2009

Palavra incriada e criadora,
Palavra incarnada e reveladora,
Palavra do Pai, salvadora,
Palavra no Espírito Presente,
Palavra que convoca e provoca,
Palavra que chama e envia.

És Tu, Senhor Jesus, a Palavra definitiva da História;
És Tu, Senhor Jesus, a Palavra do Pai que se faz ouvir pela força do Espírito Santo;
És Tu, Senhor Jesus, a Palavra que toda a humanidade espera.

Faz de nós instrumentos audazes e fortes
Para que a tua Palavra se faça ouvir
Na autenticidade do nosso testemunho,
Na coerência da nossa vida.

Faz de nós mensageiros fiéis e credíveis
Para que a tua Palavra seja recebida
Nos corações de tantos jovens
Que querem construir um mundo melhor,
Que querem colaborar na edificação do Reino,
Que querem encontrar o seu lugar na Igreja.

Faz, Senhor, que estejamos atentos à tua voz
Para que à primeira Palavra nos levantemos sem demora
E avancemos de imediato para a missão.
Faz, Senhor, que o nosso testemunho seja a nossa oração
Pelos Seminários e pelos seminaristas
E por todos os jovens a quem a Tua palavra chama e envia
Ámen

Podem fazer o Download do Guião AQUI

CJovem

sábado, 7 de novembro de 2009

Yoani Sánchez: a voz da Geração Y

Yoani Sánchez, é mulher, filóloga e cubana. Com 31 anos e um ar delgado e frágil, tem um blogue com a força de um vulcão. Foi um dos mais visitados do mundo no último ano. Num só post recebeu mais de 6 mil comentários. Em Generación Y (quer representar todos aos que, na sua geração, foi indicada a ‘i’ grega, como letra inicial do nome), ela descreve o quotidiano da vida em Cuba. Sem entrar em conflito com a ditadura dos irmãos Castro, nem incitar à violência ou à rebelião, Yoani usa apenas a força da palavra escrita. E que força! Foram-lhe atribuídos vários prémios literários internacionais, mas foi sempre impedida de sair de Cuba para os receber. Não tem autorização para sair do ilha. O direito à livre circulação de pessoas é apenas mais um dos que ali são negados.
Foi apontada pela Time, em Maio último, como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
Muito sensível aos direitos humanos, ressalta que deveria haver mais liberdade de expressão em Cuba. Tal como o amigo Pablo Milanês, cantor e compositor cubano, Yoani entende que deve questionar Cuba por prometer aquilo que nunca está disposta a dar ao povo. Fazem-se planos para um futuro que nunca chega.
A internet, sabemos, é actualmente o pior inimigo das ditaduras. É um espaço difícil de controlar e, sobretudo, de regulamentar. Que o digam a China, o Irão, a Coreia do Norte… Muitas dores de cabeça lhes dá este espaço infinito de comunicação democrática.
No seu blog, que mantém desde que o abriu, em 2007, faz públicos desabafos sobre o seu quotidiano em Cuba. Numa recente entrevista a uma revista brasileira, à pergunta “Por que você decidiu fazer o blog?” respondeu que, entre outros motivos, “Pelo fato de eu estar saturada com sentimentos como insatisfação e frustração. E, sobretudo, por constatar que os meios oficiais não refletiam minha realidade. Chegamos a um ponto em que não era possível continuar da mesma forma.”
Na mesma entrevista, a propósito da indicação da Time disse: “Para fazer parte da lista, uma pessoa pode ter percorrido múltiplos caminhos, não necessariamente positivos. O que mais me gratifica é fazer parte dela como cidadã: fui incluída não por fazer parte de um partido ou ser uma artista. Faço parte dela porque decidi expressar o que penso.”



Agora vem a actualidade: hoje, Yoani Sànchez, é notícia no mundo inteiro pelos piores motivos. Explicamos: Ontem à tarde, um grupo de jovens tinha planeado fazer uma manifestação pacifica, em Havana, pela não-violência. Não pretendiam que se confundisse “com protesto político ou reivindicação política”, dizem as notícias a respeito. Foram muitos os convidados, de músicos a artistas. Os manifestantes "levariam cartazes de papelão com as seguintes palavras: “Junta-te a nós!” e “Não mais violência para o futuro dos nossos filhos”. Quando se preparavam para participar na manifestação, um grupo de bloguers (Yoani Sanchez, Orlando Luis Pardo, Ciro Diaz, entre outros) foram detidos pela Segurança do Estado. Mais: foram agredidos com violência verbal e, sobretudo, física.
E aqui estou, simplesmente, para dar visibilidade a mais uma situação de injustiça e somar-me àqueles para quem a indignação ainda é um sentimento que se deve manifestar. Ninguém é uma ilha. Mesmo que se viva numa ilha!
A. Brás

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

São Nuno de Santa Maria

Hoje, 6 de Novembro, a Igreja celebra, pela primeira vez, a festa litúrgica de S. Nuno de Santa Maria. Muitos ainda não se habituaram mas, o popularmente chamado ‘Beato Nuno’ - o Santo Condestável - agora é São Nuno de Santa Maria. É santo desde que, a 26 de Abril deste ano, concluído um longo processo de canonização, o Papa Bento XVI o elevou aos altares para veneração. Na altura escrevemos esse POST.

Nuno Álvares Pereira (nome de baptismo) nasceu no longínquo 24 de Junho de 1360, muito provavelmente em Cernache de Bonjardim.

O mais recente santo português foi um dos portugueses que marcaram de uma forma mais profunda a história de Portugal. Nomeado Condestável por D. João I, foi uma peça chave, como estratega militar, na manutenção da independência de Portugal. Para tal, foi decisiva a Batalha de Aljubarrota.

Começou por abraçar uma missão militar e acabou por se entregar a uma missão divina. Aos 27 anos, após ficar viúvo de D. Leonor Alvim, com quem teve 3 filhos - tendo sobrevivido apenas a filha Beatriz – decidiu passar entregar-se por inteiro às coisas de Deus, passando os últimos anos no Convento do Carmo, em Lisboa, por ele mesmo mandado construir. Renunciando a todos os privilégios, assumiu uma vida simples e humilde, professando como simples Irmão leigo, encarregado de atender a portaria e ajudar os pobres. Ali faleceu e foi sepultado, em 1431. Desde então o povo já o tinha como Santo. Mas foi apenas em 1918 que o Papa Bento XV o proclamou Beato, vendo assim reconhecidas as suas virtudes.

Além do Convento do Carmo, onde viveu os seus últimos anos, S. Nuno mandou construir muitas igrejas, sendo a mais famosa, e agora património mundial, a Igreja de S. Maria da Vitória, na Batalha.

Vejo no Beato José Allamano, fundador dos Missionários/as da Consolata, muitas elementos comuns com a espiritualidade de S. Nuno. Ambos partilham uma profunda devoção à Virgem Maria, uma intensa vida de oração e um grande amor à Eucaristia.

S. Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

A. Brás

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Crucifixos por abóboras?

"O Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, lamentou que a Europa do terceiro milénio troque os seus “símbolos mais queridos” pelas “abóboras” do Halloween."

Começa assim o artigo publicado na Agência Ecclesia que dá conta das reacções do Vaticano à decisão do Tribunal Europeu de Direitos do Homem em afirmar que os crucifixos não têm lugar nas escolas.

Num momento em que vemos o governo italiano a defender com unhas e dentes a identidade cristã de um país, em que vemos um país inteiro a manifestar-se contra a decisão de retirar os crucifixos das escolas (aqui ao lado em Espanha).

Qual a tua opinião acerca de tudo isto?
Dos crucifixos, da identidade e legado cristão na Europa, em que aspecto a liberdade religiosa (ou falta dela) é posta em causa.

CJovem

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Os jovens e a vocação nos dias de hoje (actualizado)

"Os jovens de hoje estão muito pouco receptivos a grandes “secas”, a maçudas palestras e conferencias que os fazem adormecer. É certo que a mensagem de fundo não muda mas deve ser posta e exposta apresentada e presenteada em moldes mais modernos ao estilo do marketing da sociedade de consumo.

A pedagogia da maiêutica e de Paulo Freire são os modelos mais adequados a estes novos tempos de educação e formação do jovem. O que o jovem descobre por si próprio é bem assimilado o que descobrimos para ele não o é.

O jovem quer experimentar ser protagonista, participar na própria formação que visa o seu futuro; quer sentir que tem uma palavra a dar e quer ser aceite.
"

Este é um pequeno excerto de um TEXTO do pe. Jorge Amaro (missionário da Consolata em Águas Santas) que, como breve resumo do encontro sobre as vocações que decorreu em Fátima no fim de semana passado, demonstra a necessidade da Igreja saber cativar os Jovens para uma vida de compromisso missionário.

O CJovem decidiu aproveitar esta deixa para lançar mais uma sondagem:

Achas que a Igreja se tem esforçado para que os jovens se sintam atraídos vocacionalmente pelo seguimento de Jesus?

Votem e deixem aqui as vossas opiniões.

Resultados da Sondagem:
Achas que a Igreja se tem esforçado para que os jovens se sintam atraídos vocacionalmente pelo seguimento de Jesus?

Sim 41% (12votos)
Pouco 41% (12votos)
Não 17% (5 votos)

Votos apurados: 29


CJovem