O Seminário:"Solidariedade e espírito de família"

Identikit de uma vocação (parte 14)

E agora, depois de ter entrado. Quais foram minhas impressões? 

Como já vos contei, decidi entrar no seminário com certa idade. Porém nunca é tarde para abraçar uma causa. Fazer escolhas significativas para as nossas vidas.
Foi pensando realmente em ser feliz e realizar-me como missionário que tive a coragem de deixar trabalho, universidade, família e amigos para aventurar-me nos caminhos da missão - consolação.  Apesar de não ser fácil, tive que deixar aquilo que me pertencia para pertencer aos Missionários da Consolata.

Missionário, uma vida itinerante 

Já vos contei também que tinha mudado de cidade por motivos de trabalho. Agora tive que mudar outra vez por outros motivos, a missão. Fui fazer o primeiro ano, ou seja, a primeira experiência como seminarista, em São Paulo.

Era o ano de 2001. Éramos então 5 seminaristas, mais 1 que se juntou a nós depois. Éramos de diversas partes do país. Foi uma experiência espetacular, gostei muito e adaptei-me rápido à vida comunitária. Sem contar que toda adaptação exige uma renúncia do nosso modo de pensar, de agir e de viver a vida.  Agora teria que perceber que a solidariedade e o espírito de família deveria ser decisiva nas  minhas acções.

Crescimento e confiança em mim mesmo

Contudo, vejo que foi um ano que me ajudou a crescer e a confiar mais em mim mesmo sem esquecer a providencia e a Graça recebida da parte de Deus.

Durante o propedêutico, o nosso tempo era dedicado ao trabalho manual, ao trabalho pastoral e ao estudo, visando uma preparação à filosofia. Além disso, éramos acompanhados por uma psicóloga que nos ajudava a ver melhor nossas aptidões e decisões que, de certo modo, iriam influenciar e comprometer-nos por toda a nossa vida.

De todos os seis companheiros que estiveram comigo naquela época, resto somente eu. Os outros cinco escolheram caminhos diversos e decidiram sair. Dois saíram durante este primeiro ano, dois saíram durante a filosofia e o quinto já quando fazia a teologia.

João Batista