sexta-feira, 11 de março de 2011

Na estrada Quaresma-Páscoa

Sair de mim
Da rotina quotidiana
Fazer-me à estrada Quaresma-Páscoa
40 dias de caminho
Caminhar, arredar pedras, abrir clareiras 
Arrumar o coração
Descobrir-me pó, um quase-nada,
Passageiro neste chão e nesta vida
E n’Ele renascer de novo
Do pó das cinzas
Férteis, fecundas
Descobrir que tenho fome e sede de sentido
De plenitude
De Deus
E, no caminho
Identificar as doutrinas que me sobram
Os rituais frios e vazios que me amarram
E descobrir a essência última da Palavra que ilumina
Ousar embriagar-me de autenticidade
Trilhando o caminho do Cristo-pobre, do excluído
Restaurar os feridos na dignidade
Em nome d’Aquele que passou pela Cruz,
Aquela Cruz a quem retirou a última palavra.
Fazendo da morte Vida
Jesus em mim
Eu com Jesus
Irmão, irmãos
Deus connosco
Caminhando
Na estrada Quaresma-Páscoa

Albino Brás

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