terça-feira, 27 de março de 2012

Vejo-me como tu me vês?

É engraçado o fenómeno do ponto de vista. Todos nós já passámos por situações em que não nos identificamos com o "retrato que pintam" de nós próprios, seja por que motivo for... mas a questão mais importante é: sabemos nós lidar com a imagem que os outros têm de nós?
E no caso inverso? Também é pertinente a questão.
Sábios foram os Gregos na história de:


Uma vez o Xá fez um concurso entre todos os artistas do seu imenso império. Tratava-se de retratar o rosto do Rei.

Chegaram os Indús com maravilhosas cores de que só eles conheciam os segredos. Depois os Arménios, trazendo uma argila especial. Depois os Egípcios, com cinzéis nunca vistos e belíssimos blocos de mármore. Finalmente, apresentaram-se os Gregos, munidos apenas com um saco de pó. Ficaram todos fechados no palácio real durante várias semanas.

Quando chegou o dia combinado, veio o Rei. Admirou as maravilhosas pinturas dos Indús, as figuras dos Arménios e as estátuas dos Egípcios. Depois entrou na sala dos Gregos.

Estes parecia que não tinham feito nada. Mas com o pó muito fino tinham-se limitado a esfregar e a polir as paredes de mármore da sala, de modo que o Rei pudesse contemplar o seu rosto perfeitamente reflectido como num espelho.

Naturalmente que os Gregos ganharam o concurso. Tinham compreendido que apenas o Rei pode representar o Rei.

Al Ghazzali

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