segunda-feira, 28 de maio de 2012

A rosa e a aranha

O conto de hoje tem várias interpretações possíveis, dependendo do ângulo com que o abordamos... mas a moral é a mesma: alhear-nos do mundo priva-nos do melhor da vida. Que o diga a rosa em:

Uma Rosa gloriava-se da sua própria beleza, que atraía a si todos os insectos das redondezas. Mas sentia-se grandemente ofendida, pois não era isso que ela queria. Desejava apenas ser tocada por alguma borboleta gentil ou por alguma abelha doirada.

Por isso, um dia chamou uma habilidosa Aranha e pediu-lhe para tecer à sua volta uma rede, de maneira que todos os insectos menores, ao aproximarem-se, fossem castigados pela sua temeridade. A Aranha não se fez rogada, tal era o seu interesse em apanhar muitos insectos e porque era aquele um bom lugar. Pôs-se logo em acção e em pouco tempo teceu uma teia finíssima, com grande satisfação da orgulhosa e bonita Rosa. Ela deliciava-se a ver os pequenos insectos a cair na rede e a morrer, saboreando o prazer da vingança e ansiando por se ver tocada apenas pelas lindas borboletas e abelhas doiradas. Tocada e beijada.

Mas ela enganou-se, porque esses pequenos insectos transformados em esqueletos e presos nas teias, metiam medo aos outros insectos que, ao vê-los, se afastavam para longe.

Deste modo a Rosa não soube o que era a carícia idealizada e passou na solidão a sua breve e radiosa estação.

F. Fontani

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