quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Filme «Dos homens e dos Deuses» impressiona alunos do Curso de Missiologia

O prestigiado The New York Times definiu-o numa frase: «Talvez o melhor filme de sempre sobre o compromisso cristão». A película relata o martírio de sete monges, assassinados por um grupo terrorista.

Baseado numa história real, o filme “Dos Homens e dos Deuses” (2010), do realizador francês Xavier Beauvois, vencedor de vários prémios entre os quais o do Festival de Cannes, conta a história de uma pequena comunidade de monges contemplativos (cistercences) do mosteiro de Tibhirine (Argelia) que sofreu em maio de 1996 a violência do martírio por parte de um grupo terrorista islâmico que os sequestrou e posteriormente os assassinou. Foi o martírio de sete monges dessa comunidade a juntar à de muitos milhares de tantos outros religiosos, missionários e homens de boa vontade de ontem, de hoje e de sempre.

O impacto do filme nos participantes do Curso de Missiologia, que está a decorrer em Fátima, foi grande. O contexto era propício: foi passado na noite do dia (29 de agosto) em que D. António Couto, bispo de Lamego, apresentou o tema «São Paulo como modelo de missionário», também ele mártir da fé. E no mesmo dia em que a liturgia da Igreja celebrava o martírio de São João Batista.

No final, Rosa Maria, das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, disse que o que mais a marcou foi o compromisso dos monges trapistas para com aquele povo: «diante de tantos perigos, eles optaram por ficar porque aquele era o seu povo, e não podiam abandoná-los. Eles estavam ali pelo Evangelho e não iriam fugir. Foi um testemunho até ao martírio», acrescentou. «O discernimento comum, o diálogo que tinham uns com os outros e a oração» foram, para a religiosa, os trunfos da fortaleza destes monges.

Maria da Anunciação, leiga pertecente à Liga Intensificadora para a Ação Missionária (LIAM), destacou «a persistência dos monges, o sacrifício e, sobretudo, o amor e a fé por Cristo». «Saber que se dá a vida por alguém - também nos dias de hoje e não apenas nos tempos de Paulo – sem qualquer contrapartida, mas sim por amor, é extraordinário. O filme é lindo!», desabafou.

Para o psicólogo Albino Camarinha, que faz acompanhamento vocacional na comunidade dos Missionários da Consolata, em Palmeira, Braga, impressiona, especialmente, «a inter-relação que aqueles monges trapistas tinham com o povo, com os rebeles e com o governo. E ver que a decisão deles foi ficar – tal como Paulo na sua missionação - com os mais fracos, com o povo, rejeitando claramente as pressões do governo e mesmo dos rebeldes».

Henri Teissier, arcebispo emérito de Argel (Argélia) foi testemunho dos acontecimentos narrados neste filme e vai estar no próximo mês de setembro em Portugal, a convite dos Missionários da Consolata, para algumas conferências. Será um dos intervenientes nas Jornadas Missionárias, a realizar em Fátima, onde apresentará o tema “Missão e Profecia”. O Curso de Missiologia, que termina sábado, 1 de setembro, é uma ação de formação missionária que decorre no Seminário da Consolata, em Fátima.

Albino Brás

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