quarta-feira, 5 de setembro de 2012

«Beldades» universitárias no Facebook


Estudantes do Ensino Superior criam páginas no Facebook de «Beldades» das Universidades. Um tipo de concurso que «reproduz o esquema machista de o corpo da mulher ser analisado como se fosse um pedaço de comida», defendem especialistas.

«Beldades da Universidade do Porto (UP)», esta é uma página no Facebook, criada em 2012, que tem o objetivo de dar a «conhecer o que de mais belo se vê no Ensino Superior do Porto», dizem os criadores.
A ideia surgiu numa «simples brincadeira de amigos», «pegou» e agora é «a página líder em Portugal a nível de Beldades», refere o criador da página de «Beldades da UP», em entrevista à Lusa. O projeto pretende promover a beleza feminina «num todo» e não na «barata exposição do corpo», explica.

A página de «Beldades da Universidade da Beira Interior (UBI)» foi criada também este ano com o objetivo de dar a conhecer as «mulheres mais bonitas da UBI, sem qualquer tipo de ataque à sua imagem». As instituições de ensino superior do Algarve, de Trás-os-Montes e Alto Douro e, entre outras, a de Lisboa também têm a sua página de «Beldades» na mesma rede social.

Ao Público, Manuela Góis, da organização feminista UMAR, disse que este tipo de concursos «reproduz o esquema machista de o corpo da mulher ser analisado naco a naco como se fosse um pedaço de comida».
Professor de Comunicação na Universidade do Minho, Nelson Zagalo, acredita que na origem das networks está a intenção de «proporcionar as ligações amorosas e os acasalamentos», e refere que o Facebook nasce para gerar namoro e contacto imediato. Para este especialista, o fenómeno das «Beldades» é uma espécie de filtro do «top 10 das mulheres que interessam mais».

«É um top de cromos para depois contactar rapidamente», justifica Nelson Zagalo realçando, por outro lado, que os jovens têm necessidade de chamar a atenção sobre si e que o Facebook é «uma montra» e uma «forma de ganhar estatuto», referiu à Lusa.

José Morgado, professor do Instituto de Psicologia Aplicada, disse à mesma fonte que acredita que o facto das universitárias se exporem nas redes sociais explica-se pelo «aumento de sentimento psicológico de pertença a uma instituição», ao mesmo tempo que alimenta a ideia de estar integrada numa comunidade ou uma «tribo» e que, neste caso, é o pertencer ao grupo das mais formosas.

Juliana Batista

1 comentário:

  1. parabens pela optima noticia. apesar de a ideia desta pagina do face ser decididamente estupida.

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