quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Instituto Missionário da Consolata nasceu há 113 anos

«José Allamano foi lentamente apercebendo-se das necessidades humanas, espirituais e pastorais de outros povos distantes e mais necessitados».

«O nosso Instituto pertence a Deus desde o princípio; é d’Ele, como um campo é do seu proprietário. Foi Nossa Senhora que o fundou e os inícios vêm de Deus. Por isso, hoje é dia de ação de graças». São palavras do próprio fundador do Instituto Missionário da Consolata (IMC), beato José Allamano.

Allamano (1851-1926) viu sempre o seu sacerdócio como um serviço: o sacerdote não é para si, mas para os outros. Impedido de partir para as missões, por motivos de saúde, permaneceu toda a vida padre diocesano, sem que por isso se sentisse menos missionário. O serviço desenvolvido na Igreja local, longe de lhe limitar os horizontes, abriu-lhos à dimensão do mundo.

«A vocação missionária é de todos quantos amam sinceramente a Deus e desejam torná-lo conhecido e amado e estão dispostos ao sacrifício de si mesmos para conseguir tão nobre fim», dizia José Allamano.

Através da leitura atenta das «Memórias» do grande missionário na Etiópia, cardeal Massaia, José Allamano foi lentamente apercebendo-se das necessidades humanas, espirituais e pastorais de outros povos distantes e mais necessitados. Admirando a sua obra, nasceu nele o desejo de lhe dar continuidade.

Por outro lado, este sacerdote da diocese de Turim, na Itália, tinha um conhecimento seguro da sua Igreja local. Plenamente inserido na condução pastoral do santuário da Consolata, dedicado à formação dos sacerdotes jovens no Centro Pastoral de Turim, José Allamano podia confrontar as duas realidades e descobrir o modo de dar respostas à sua inquietação missionária.

Alargar horizontes
Allamano via que na Igreja local de Turim o clero era de tal modo abundante que não se sabia como enquadrá-lo na diocese. Por isso dizia que «o clero diocesano tem possibilidades de ter uma missão mais ampla», isto é, para além dos horizontes estreitos da Igreja local. Os seus contactos com sacerdotes jovens davam-lhe a oportunidade de sentir a aspiração de alguns à vida missionária.

Escreve, por isso, ao arcebispo de Turim, cardeal Agostinho Richelmy, seu condiscípulo de seminário: «Com a experiência que adquiri em todos estes anos de formação do clero, devo admitir que às vezes encontro autênticas vocações missionárias».

Em 1900, Allamano adoeceu gravemente. Quando tudo parecia perdido, o cardeal da cidade, sabendo da doença, acorreu pressuroso à cabeceira do enfermo e perguntou-lhe pela fundação do Instituto. «Outros pensarão nela», disse Allamano. «Não senhor! - retorquiu o cardeal – não morrerás e serás tu a fundar o Instituto». Efetivamente, Allamano melhorou e viu nisso a vontade de Deus. Em 29 de janeiro de 1901, o cardeal Richelmy assinava o decreto de fundação do novo Instituto Missionário da Consolata, que em 8 de maio do ano seguinte já podia enviar os primeiros quatro missionários para as missões do Quénia.

Nove anos mais tarde, solicitado pelos primeiros missionários, e apoiado pelo Papa Pio X, o padre Allamano dá início a outra grande fundação: o Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata. Ambos os institutos, olhando para o trabalho realizado nos 27 países de quatro continentes, dão hoje graças pelo dom dessas duas famílias missionárias ao serviço da Igreja e de tantos povos.

Darci Vilarinho

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