quarta-feira, 19 de março de 2014

Caminhada Quaresmal 2014 – 3ª Semana



1. Combustível – O que somos

SINCERIDADE NA CARIDADE - A virtude da lealdade consiste em sempre falar verdade e, ao mesmo tempo, ser pessoalmente verídico. Verdadeira é uma pessoa que, sendo em si mesma autêntica e genuína, revela por fora o que é por dentro, não finge perante os outros e dá-se tal como é, liberta de cálculos e de intrigas de qualquer espécie. Falar verdade não significa atirar com a verdade à cara da outra pessoa. Esta precisa de amor, por isso, devemo-nos interrogar se a outra pessoa está à altura de aceitar a verdade. (Anselm Grun).
«Há quem diga: “Eu cá sou muito sincero, aquilo que tenho a dizer, digo!” (…) Isso nada tem a ver com sinceridade! Será uma descarga emocional. Será tratar as outras pessoas como se fossem caixotes de lixo. (…) Só sou sincero se atendo à pessoa a quem me dirigo.» (Alberto Brito in Ouvir, falar, amar)

2. Comburente – O que nos alimenta

Naquele tempo, chegou Jesus a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, junto da propriedade que Jacob tinha dado a seu filho José, onde estava o poço de Jacob. Jesus, cansado da caminhada, sentou-Se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria para tirar água. Disse-lhe Jesus: «Dá-Me de beber». Os discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos. Respondeu-Lhe a samaritana: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber, sendo eu samaritana?». De facto, os judeus não se dão com os samaritanos. Disse-lhe Jesus: «Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz: ‘Dá-Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva». Respondeu-Lhe a mulher: «Senhor, Tu nem sequer tens um balde e o poço é fundo: donde Te vem a água viva? Serás Tu maior do que o nosso pai Jacob, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, com os seus filhos e os seus rebanhos?». Disse-lhe Jesus: «Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede. Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente que jorra para a vida eterna». «Senhor, – suplicou a mulher – dá-me dessa água, para que eu não sinta mais sede e não tenha de vir aqui buscá-la. Vejo que és profeta. Os nossos pais adoraram neste monte e vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar». Disse-lhe Jesus: «Mulher, acredita em Mim: Vai chegar a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vai chegar a hora – e já chegou – em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade». Disse-Lhe a mulher: «Eu sei que há-de vir o Messias, isto é, Aquele que chamam Cristo. Quando vier há-de anunciar-nos todas as coisas». Respondeu-lhe Jesus: «Sou Eu, que estou a falar contigo». Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus, por causa da palavra da mulher. Quando os samaritanos vieram ao encontro de Jesus, pediram-Lhe que ficasse com eles. E ficou lá dois dias. Ao ouvi-l’O, muitos acreditaram e diziam à mulher: «Já não é por causa das tuas palavras que acreditamos. Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo».  (Jo 4, 5-15.19b-26.39a 40-42)

3. Energia de ativação – O que nos anima

«Acreditai-me: há grande necessidade desta virtude em quem se ocupa do próximo. A experiência demonstra que os missionários farão tanto bem quanto maior for a sua mansidão, e que qualquer ato de ira que se tenha praticado afastou de facto os indígenas […]; isto é coisa que levo muito a peito; nós vamos levar-lhes o bem, mas se em vez disso lhes damos bordoada, afastamo-los de nós. Não nos iludamos, trocando o zelo por uma nossa paixão. Por vezes parece-nos que a ira seja justificada, parece-nos uma questão de zelo, mas não o é» (Das Conferências).
«A pessoa simples pensa, fala e atua verdade».
«Lembrai-vos de que Deus não trabalha em águas turvas! Que aquilo que está no coração também apareça na boca».
«Não podeis amar o próximo mais afastado se desde já não amardes os que estão à vossa volta dia a dia» (J. Allamano).

4. Pistas para reflexão

1 – Verdadeira é uma pessoa que, (…), revela por fora o que é por dentro.
O que me impede de mostar como sou? Que medos me impedem de revelar as minhas fraquezas?
Em que circunstâncias tenho medo de ouvir ou dizer a verdade?

2 – …‘Senhor, dá-me dessa água para que eu não sinta mais sede’- diz-nos o Evangelho. E eu? Reconheço verdadeiramente as minhas sedes, as minhas limitações? Reconheço em Deus, como a samaritana, Aquele que sacia as minhas sedes?

3 – Allamano lembra-nos que o missionário é aquele que atua, atendendo sempre à pessoa a quem se dirige. É aquele que escuta, “perde o tempo necessário” para perceber as alegrias e tristezas dos que estão à sua volta, quer sejam de uma cultura diferente, ou não. E eu, quantas vezes não tive isso em conta, por falta de tempo, por estar centrado nos meus problemas e magoei os outros?
E, pelo contrário, quantas vezes consegui atuar, atendendo ao outro? Como me senti?

Sem comentários:

Enviar um comentário