quarta-feira, 13 de maio de 2009

Maria: Mãe e formadora de comunidades de discípulos missionários

A homilia de Óscar Maradiaga, Cardeal Arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, na missa da peregrinação internacional aniversaria deste dia 13 de Maio, em Fátima, não pode ficar no baú do esquecimento. Fez uma abordagem da figura de Maria numa perspectiva bem missionária.
Trazemos para aqui apenas alguns trechos:

(…) A Virgem pertence-nos e sentimo-la como mãe e irmã. A história da maioria dos santuários de todas as partes testemunha o carinho especial de Maria pelos pequenos e insignificantes deste mundo. A devoção mariana com a sua multiplicidade de expressões culturais, diz-nos que o Evangelho se inculturou nas feições brancas, índias, crioulas, negras e mestiças com que se apresenta a Virgem, revelando nisso o rosto compassivo e materno de Deus para com o seu povo.


João Paulo II chamou-lhe “Mãe e Evangelizadora do mundo, Estrela da Nova Evangelização” e convidou a implorar dela “a força para anunciar com valentia a Palavra na tarefa da nova evangelização, para corroborar a esperança no mundo”.

(…) Hoje também, com o exemplo e o auxílio da Virgem, as comunidades cristãs continuam a missão de conduzir ao encontro com Cristo e, por isso, a invocamos novamente como Estrela da nova evangelização.


Aos olhos e ao coração dos crentes, Maria aparece como:


a) Mulher de fé: Aceita e faz seu o projecto de Deus Pai. Com o seu “sim”, convida a abrir o coração à confiança em Deus e ao abandono confiado na sua prudente condução.
Nela aprendemos a descobrir o rosto materno de Deus, rico em piedade e misericórdia, e a confiar no seu amor paternal.
A Mãe de Jesus, mostra-nos o “fruto bendito do seu ventre”, “Caminho, Verdade e Vida”, do qual queremos ser discípulos, e, cheia do Espírito Santo, ensina-nos a transformar os diversos momentos da vida humana na história da salvação.

b) Mulher serviçal e solidária: Com os olhos postos nos seus filhos e nas suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos do seu Filho. Indica, além disso, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “se sintam como em sua casa (NMI 50).

c) Mulher de esperança: Junto à cruz de Jesus, onde nos gerou novamente como filhos, continua a acompanhar a dor dos nossos povos sofredores, convidando os discípulos do seu Filho a percorrer com maior coerência e audácia o caminho de se tornarem próximos, para construir mais justiça e solidariedade e desenvolver uma nova “imaginação da caridade”.

d) Mãe e formadora de comunidades de discípulos missionários: Cria comunhão e educa para um estilo de vida partilhada, em fraternidade, em atenção e aceitação do próximo, especialmente se é pobre ou necessitado. Nas nossas comunidades, a sua forte presença enriqueceu e continuará a enriquecer a dimensão materna da Igreja na sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” (NMI 43), e em espaço espiritual que prepara para a missão.
Maria, mãe dos discípulos missionários, também caminha connosco. Ela fá-lo como discípula, porque acreditou firmemente que o anunciado por Cristo se cumprirá. Fá-lo como missionária porque – diferentemente dos apóstolos que proclamam a Palavra – dá à luz Jesus, Palavra de Deus, conteúdo da proclamação apostólica. Caminha connosco como mulher solidária, porque oferece o seu ser, a sua intercessão e os seus santuários para atender as nossas necessidades. Caminha como nova Arca da Aliança, habitada pela Palavra viva de Deus, e como serva do Senhor que, pela sua escuta e obediência, tem a experiência de grandes coisas que o Poderoso faz nela e com ela. Ela é sobretudo modelo do discípulo missionário que abre a sua vida ao acontecimento salvífico trinitário.

Maria, a mãe da Igreja, acompanha os apóstolos e discípulos em Pentecostes. Com eles espera a luz plena que provém do Espírito (cf. Jo 14, 25; 16, 13). Como eles, realiza o processo característico de uma fé que cresce na compreensão e prática do projecto salvador do Pai (cf. Lc 8, 15.21).

Mas há outro aspecto muito importante que não posso deixar de mencionar: a Virgem de Fátima trouxe-nos a mensagem do Santo Rosário que não passou de moda, como pensam alguns. (…)

Para ler tudo, AQUI

Nt: Das muitas fotos que fizemos na manhã deste dia 13 de Maio, podemos dizer que a escolha da foto para ilustrar este post não foi inocente. Quisemos homenagear os nossos muitos leitores do Brasil e, olhem só!, qual é a bandeira que se vê na metade esquerda da imagem? A verde e amarela é inconfundível!

A. Brás
Foto: Olly

4 comentários:

  1. Como podem ver pela foto, a manhã esteve particularmente fresca e nublada, não impediu porém os peregrinos de se manterem firmes a assistir à celebração. Enquanto andava pelo recinto, a tirar algumas fotos, ouvi um comentário que, dito inocentemente (ou não), tem muito conteúdo.
    O bispo de Leiria-Fátima tinha acabado o seu discurso de despedida e os peregrinos já preparavam os lenços para o adeus à Mãe...
    Uma nuvem malandra decidiu presentear-nos com uma chuvada grossa, abriram-se os guarda-chuvas, algumas pessoas decidiram deixar o recinto e ouço alguém a comentar: "Isto passa já, é só a nossa Mãe a testar a nossa fé."
    De facto passou, de facto senti-me pequenino pois eu fui um daqueles que se sentiu tentado a ir embora.
    :)

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  2. Eu sou uma leitora do Brasil!! Obrigada!!!

    Luck

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  3. Amei sua singela e preciosa homenagem...

    Sempre tão cuidadosa e serena, o nosso muito obrigado, por teu valioso empenho de unir povos e nações...

    Graziela Basile - Consolata - RJ - Ex IMC - mas sempre missionária

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  4. Muito boa a sua mensagem.
    encontrei-a num momento oportuno
    me ajudou muito.

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