“A maioria dos adolescentes acha que o bullying em contexto escolar "sempre existiu e continuará a existir" e encaram com "pessimismo e resignação" o fenómeno, o que torna difícil uma intervenção eficaz e deixa pouca esperança à sua erradicação. São estas as principais conclusões de uma tese de doutoramento apresentada na Universidade de Granada, em Espanha, e que foi coordenada, entre outros, pela investigadora portuguesa Ana Maria Tomás Almeida, da Universidade do Minho.” (…)
O estudo refere que a aceitação do bullying como uma rotina e algo natural nas relações sociais entre os jovens é crescente. "Essa indiferença dos jovens face ao fenómeno deve-se sobretudo à banalização e tolerância da violência na escola e na sociedade em geral nas mais variadas situações, nos jogos de vídeo, na televisão, etc", comentou ao PÚBLICO Sónia Seixas, doutorada em Psicologia e autora de uma tese sobre bullying.
"Se não existe intervenção por parte de uma figura adulta, há como que um reforço não dito, a atitude agressiva intensifica-se", sublinha Sónia Seixas. E acrescenta: "Este fenómeno surge de uma necessidade de afirmação normal na adolescência; no entanto, o bullying não é normal, essa afirmação pode ser manifestada de formas saudáveis."
O texto pode ser lido AQUI. Mas esta amostra já é o bastante para nos deixar preocupados.
Que esta tese mostre que a violência é encarada com normalidade pelos jovens, é motivo mais que suficiente para repensar todo o sistema: do familiar ao social, do escolar-educativo ao dos valores.
As escolas não podem ser 'caldo de cultivo' de gerações educadas no melhor dos planos tecnológicos - dos quadros interactivos ao Magalhães - mas que não conseguem transformar o 'muito saber' em sabedoria de vida; que não sabem que Jesus Cristo é grito de vida e de paz que atravessa gerações, ou que, por exemplo, Martin Luther King sonhou um sonho, daqueles que arrepiam, porque grávidos de utopia, de ideal, de futuro, de horizontes de sentido.
Quando o que deveria ser a excepção se transforma em regra, ou seja, em ‘normalidade’, há que dizer que isso é o princípio da banalização. E todas as banalizações são preocupantes. A agressividade e a violência não podem ser consideradas normas de conduta, atitudes 'normais'. Não é normal! Não pode ser 'normal', e basta! Há que agir em conformidade. É que é muito difícil alterar o que um dia se banalizou.
Graças a Deus - posso afirmar - conheço muitos jovens que se esforçam por abrir e trilhar caminhos de paz e por promover a cultura da não-violência.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt. 5,9).
A. Brás
"Se não existe intervenção por parte de uma figura adulta, há como que um reforço não dito, a atitude agressiva intensifica-se", sublinha Sónia Seixas. E acrescenta: "Este fenómeno surge de uma necessidade de afirmação normal na adolescência; no entanto, o bullying não é normal, essa afirmação pode ser manifestada de formas saudáveis."O texto pode ser lido AQUI. Mas esta amostra já é o bastante para nos deixar preocupados.
Que esta tese mostre que a violência é encarada com normalidade pelos jovens, é motivo mais que suficiente para repensar todo o sistema: do familiar ao social, do escolar-educativo ao dos valores.
As escolas não podem ser 'caldo de cultivo' de gerações educadas no melhor dos planos tecnológicos - dos quadros interactivos ao Magalhães - mas que não conseguem transformar o 'muito saber' em sabedoria de vida; que não sabem que Jesus Cristo é grito de vida e de paz que atravessa gerações, ou que, por exemplo, Martin Luther King sonhou um sonho, daqueles que arrepiam, porque grávidos de utopia, de ideal, de futuro, de horizontes de sentido.
Quando o que deveria ser a excepção se transforma em regra, ou seja, em ‘normalidade’, há que dizer que isso é o princípio da banalização. E todas as banalizações são preocupantes. A agressividade e a violência não podem ser consideradas normas de conduta, atitudes 'normais'. Não é normal! Não pode ser 'normal', e basta! Há que agir em conformidade. É que é muito difícil alterar o que um dia se banalizou.
Graças a Deus - posso afirmar - conheço muitos jovens que se esforçam por abrir e trilhar caminhos de paz e por promover a cultura da não-violência.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt. 5,9).
A. Brás
Infelizmente o 'bullying' sempre existiu, é próprio da natureza humana e, os mais novos (falo das crianças) por mais queridos e verdadeiros que possam ser, também conseguem mostrar o que de pior há no ser humano.
ResponderEliminarNão quero apontar este como sendo o factor principal (seria demasiado redutor) mas o facto de os pais se desresponsabilizarem pela educação dos seus filhos, deixando-os ao Deus dará, de os professores terem as mãos atadas no que diz respeito à disciplinação dos alunos, tudo isto faz crescer a bola de neve.
De que vale identificar os 'bullys' se não podemos fazer nada com eles? Se o papel de responsabilização cabe a pessoas que se descartaram dessa responsabilidade a partir do momento em que entregaram os miúdos nas mãos de uma ama ou de uma creche. Enfim, sinais dos tempos alguém diria... inventem-se novos pais, diria eu, mas esse papel cabe aos jovens de hoje.
@Maria, em geral, concordo com o que diz. Só não sei o que quer realmente dizer quando afirma que os professores "tem as mãos atadas". Como não sou professor - ainda que, de vez em quando, tenha contacto com os alunos, através da ida às escolas, em semanas de animação missionária, como aconteceu esta semana, - não posso avaliar disso que diz. Tenho, sim a ideia, que hoje há sistemas pedagógicos que me parecem "pouco pedagógicos", por paternalistas, por laxismo, por partirem de uma visão confusa entre o que é o exercício da autoridade e o autoritarismo...
ResponderEliminarO ultra-liberalismo chegou aos comportamentos, fundamentando pedagogias sem regras nem normas ético-morais, e ai daquele que representa a autoridade se...
Penso que é mais ou menos a isso que se quer referir.
O facto é que, como refere, a bola de neve cresce, cresce.. E o estudo que aqui é referido confirma isso.
A quem atribuir as culpas? Talvez a todos! Cada qual tem que assumir a sua responsabilidade. A começar pelos pais, sem dúvida! Ainda que eles irão dizer que também são vitimas do sistema! É o peixe a morder a própria cauda!
E isto dá pano pra mangas! Que venham mais teses!