sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A pena - uma tomada de decisão

Aquele grande líder estava verdadeiramente entusiasmado. Tinha ganho o carinho, a admiração e a confiança cega do seu povo. Os seus seguidores seriam capazes de fazer tudo por ele, inclusivamente dar a própria vida, se ele o pedisse.

Diante da sua residência tinha-se congregado uma grande multidão, para lhe testemunhar a sua inquebrantável lealdade. Enquanto esperava pelo momento do discurso, o líder conversava numa sala com um embaixador que vinha apresentar as suas credenciais. Este deixou transparecer uma certa estranheza por tanto fervor popular. O líder disse-lhe:
- Deixar-se-iam matar por minha causa!
Respondeu o embaixador:
- Não será um pouco de exagero?
Sentenciou o líder:
- Irá ver com os seus próprios olhos.


Dirigindo-se à varanda, saudou a multidão, que o recebeu com uma grande ovação. Fazendo silêncio com um gesto solene, o líder falou-lhes assim:
- Meus amigos! Sei que conto com a vossa lealdade e vejo-me obrigado a pô-la à prova. Necessito de um voluntário para realizar uma missão difícil que lhe pode custar a vida. Quem está disposto a aceitar a missão levante o braço.
Imediatamente, uma floresta de braços levantados foi a resposta a uma tal requisição. O líder sorriu com grande satisfação.
- Muito bem! Então deixarei cair esta pena, e aquela pessoa que conseguir ficar com ela será a escolhida.

Atirando a pena ao ar ante o olhar expectante da multidão, regressou ao interior da residência. Disse ao embaixador:
- Convence-se agora?
Este respondeu:
- Estou verdadeiramente assombrado!
E continuaram a falar, enquanto lá fora reinava o silêncio.

Passados alguns minutos, ainda continuava o silêncio no exterior. O embaixador, apontando para a varanda diz:
- Vamos ver o que se passa.
Ambos se dirigiram à varanda; a pena continuava no ar. Todos estavam a soprar para que não lhes caísse em cima.
Autor anónimo

1 comentário:

  1. Podemos interpretar esta reflexão à luz do texto anterior (Foi bom mas não chega), se a JMJ pode ser considerada um barómetro do estado do cristianismo no mundo por outro lado não podemos ficar alheios ao facto de que o ambiente se torna propício a uma manifestação coletiva de fé.
    Passado este momento, de regresso a casa, à comunidade, o cristão é confrontado com o facto de se encontrar, por vezes, só - como indivíduo num ambiente muitas vezes hostil, onde o caminho mais fácil é soprar a pena para não ter de assumir a responsabilidade que o ser cristão acarreta ou, ainda pior, entrar na onda e renegar, como Pedro, qualquer ligação a Cristo.

    Fica o mote para reflexão individual ou em grupo.

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