Um mestre de sabedoria japonesa, conhecido pela sua sábia doutrina, recebeu a visita de um professor universitário, que ia para o interrogar sobre o seu pensamento.
O sábio serviu o chá. Encheu a chávena do seu hóspede e depois continuou a derramar o líquido, com uma expressão serena e sorridente.
O professor ficou a olhar para o chá a ser derramado, tão admirado que não tinha coragem de pedir uma explicação para tal distracção, tão contrária às normas das boas maneiras. Mas, a um certo momento, não pôde conter-se e disse:
— Está cheia! A chávena já não leva mais!
O sábio, imperturbável, disse então:
— Como esta chávena, também tu estás cheio da tua cultura, das tuas opiniões e conjecturas eruditas e complicadas. Como poderei então eu falar-te da minha doutrina, que apenas as pessoas simples e abertas compreendem, se antes não esvazias a tua chávena?
Fábula japonesa
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
És como uma chávena de chá?
Um dos requisitos primeiros do missionário é a inculturação. O missionário que não é capaz de "fazer sua" a cultura do povo para onde vai é um missionário inútil, no sentido em que corre o risco de que as suas palavras e ações caiam em terra dura demais e não produzam fruto. O segredo do sucesso é "não ser como uma chávena de chá".
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