quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Campanha: «O Yéo pode andar se você ajudar»

Menino marfinense, de nove anos, caiu de uma árvore e precisa de uma operação urgente para recuperar a mobilidade. O caso chegou ao conhecimento de uma futura médica portuguesa e de um fotógrafo belga, que se juntaram para o ajudar.

Ela é finalista em medicina, ele é fotógrafo de publicidade e realizador. Cruzaram-se os dois na Costa do Marfim e ficaram sensibilizados com a história de Yéo, um menino de nove anos, que tem dificuldades em andar. No regresso a Portugal, decidiram unir esforços e avançar com uma campanha de angariação de fundos, para financiar uma intervenção cirúrgica e devolver a mobilidade ao pequeno: «Queremos mostrar que é um sonho possível de realizar».

Diz-se que o encontro, olhos nos olhos, dá uma dimensão mais pessoal às relações humanas, e este caso comprova-o. Maria João Lopes, 23 anos, foi à Costa do Marfim este verão, para participar num campo de férias promovido pelo Instituto Missionário da Consolata (IMC). Assim que constou que havia uma estudante de medicina no grupo, começaram a chover os pedidos de consulta, de tratamento e diagnóstico.

A jovem, natural da Guarda, acedeu a todas as solicitações. Mas guardou na memória o primeiro paciente que entrou pela porta do ‘consultório’ a coxear: o Yéo. Muitos se lhe seguiram, com maleitas diferentes, mas as mesmas queixas – falta de capacidade económica para suportar os tratamentos. Com o coração apertado, e com a consciência de que seria impossível ajudar todos ao mesmo tempo, Maria João deteve-se no caso de Yéo, não só pelo simbolismo de ter sido o primeiro, mas por sentir que era possível fazer qualquer coisa para melhorar a qualidade de vida do menor.

Operação mal sucedida

Yéo Issa caiu de uma árvore e lesionou-se gravemente numa perna. Os pais investiram todas as suas economias nos tratamentos, mas algo correu mal na intervenção médica e o menino ficou com problemas de mobilidade, que se têm agravado com o crescimento. Segundo Maria João, «se não for tratado vai deixar de andar». Mas como o conseguir, se os pais não têm recursos? A interrogação instalou-se no dia a dia da jovem médica, até que, num encontro com Yves Callewaert, um realizador e fotógrafo de publicidade que se deslocou à Costa do Marfim no âmbito de uma campanha de solidariedade do IMC, decidiu partilhar as suas preocupações, a sua vontade imensa de ajudar.

Callewaert, 37 anos, nacionalidade belga, radicado em Portugal, sentiu-se envolvido. «Fui à procura da criança e vi que a situação era bastante grave. Depois de refletir, quis ajudar e mostrar que é possível realizar este sonho», contou o fotógrafo à FÁTIMA MISSIONÁRIA. Logo que chegaram a Portugal, Yves e Maria João lançaram mãos à obra. A jovem iniciou contactos com especialistas em ortopedia e criou uma ponte de comunicação com os médicos marfinenses, para preparar a intervenção cirúrgica ao pequeno Yéo. O fotógrafo fez correr a história pelo seu grupo de amigos e já conseguiu alguns donativos.

Como este caso pode ser apenas o primeiro de muitos outros, tantos são os problemas de saúde infantil na Costa do Marfim, os dois novos amigos criaram uma conta solidária no banco Millenium BCP (NIB 0033.0000.45441365543.05), com o apoio dos Missionários da Consolata, para constituírem um fundo que permita estender a assistência médica a outras crianças.

Francisco Pedro in Fátima Missionária

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