terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As primeiras impressões do médico voluntário em missão no Guiúa, Moçambique

Os «poucos» cuidados para «evitar a propagação de doenças graves como a tuberculose ou a infeção HIV» preocupam Rui Teixeira, um jovem médico a realizar voluntariado em Moçambique.

As várias dificuldades da população moçambicana estão a surpreender Rui Teixeira, um jovem médico voluntário português, que chegou este mês àquele país africano em missão de voluntariado. «O que mais me surpreendeu foi o facto de se viver com tantas dificuldades. Muitas comunidades vivem relativamente isoladas e percorrem quilómetros a pé para trabalhar ou para estudar. É surpreendente a quantidade de crianças que se encontram sozinhas a percorrer longas distâncias», contou.

Para o profissional de 26 anos, as maiores dificuldades destas populações são a «falta de preparação» para a gestão dos recursos. «Ainda que se consigam erguer estruturas, investe-se pouco na manutenção e na higiene», explicou o voluntário à FÁTIMA MISSIONÁRIA, dando o exemplo do setor da saúde, no qual «são poucos os cuidados para evitar a propagação de doenças graves como a tuberculose ou a infeção HIV».

Durante sete meses, o missionário que partiu para Moçambique através da AdGentes - Associação dos Leigos Missionários da Consolata, vai dar apoio na área da saúde, educação e pastoral. Atualmente, tem estado a dar aulas de apoio ao nível do secundário, sobretudo na área das ciências. Com as crianças mais novas, Rui Teixeira está a trabalhar a leitura e a escrita, bem como «alguns conhecimentos humanísticos e geográficos fundamentais».

Já a nível da saúde, Rui Teixeira colabora no hospital provincial e no centro de saúde local. «[Espaços] que têm, como seria de esperar, recursos muito mais limitados do que aqueles a que estou habituado como médico», explicou. Já na área pastoral, o missionário está integrado numa equipa missionária local, através da qual está envolvido na catequese e na formação de jovens para o Crisma.

Em Moçambique, a receção de Rui Teixeira «foi boa», mas a adaptação não tem sido fácil, porque a realidade é «bastante diferente». «À mudança horária, acresce que aqui todo o dia é vivido mais cedo do que na Europa, tudo começa e termina mais cedo, pelo que quem chega da Europa tem de se adaptar. Por outro lado, o clima condiciona também esta adaptação. Leva algum tempo até entrar no ritmo», explicou.

Juliana Batista

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