domingo, 6 de setembro de 2009

Surdos e mudos

Jesus não fazia milagres como quem usa a varinha mágica para obter seja lá o que for. Aquele “suspiro” de Jesus antes de tocar nos ouvidos do surdo fala-nos, sobretudo, da participação de Jesus nos sofrimentos das pessoas: “Tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt 8, 17). Os milagres de Jesus são sinais daquilo que Ele realiza sobre nós. O que Ele fez fisicamente naquela ocasião por uma pessoa indica-nos o que deseja fazer todos os dias espiritualmente em cada um de nós. O homem curado por Cristo era surdo-mudo: não podia comunicar com os outros, escutar a sua voz e exprimir os próprios sentimentos e necessidades.

Somos todos um pouco surdos e mudos. Por isso é a nós que o Senhor grita: Effatá! Abre-te! Somos surdos quando, por exemplo, não ouvimos o grito de socorro que se levanta à nossa volta ou longe de nós e preferimos colocar entre nós e os outros um muro de indiferença. Os pais são surdos quando não entendem que certas atitudes estranhas dos seus filhos podem esconder um pedido de amor e de atenção. Um marido é surdo quando não sabe ver no nervosismo da sua mulher um sinal de cansaço ou uma necessidade de clarificação. E o mesmo se diga no que respeita à mulher.

Somos surdos quando, por orgulho, nos fechamos num silêncio ressentido, em situações onde talvez uma palavra de desculpa e de perdão poderiam repor a paz e a serenidade numa casa ou numa comunidade. Somos mudos quando em determinadas situações deveríamos falar e ficamos calados, porque não queremos envolver-nos na resolução dos problemas dos outros. Somos mudos quando não comunicamos aos outros a palavra que orienta e ilumina.

Continua a ler o comentário do P. Darci Vilarinho às leituras deste domingo, 23º do tempo comum, numa perspectiva missionária. AQUI.

CJovem

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