Identikit de uma vocação (parte 4)
Inicio a quarta parte do Identikit, com esta frase: "Não importa o quanto vivemos, e sim, como vivemos." Só agora dou-me conta que é preciso saber viver: É necessário saber que a vida não é feita de ilusões e fantasias. Mas só depende de nós darmos um sentido, querer voar alto, sonhar, projectar e idealizar até mesmo coisas impossíveis.
Adolescência sem muitos conflitos
A minha adolescência foi um período sensacional e inesquecível. Um período marcado não só pelas transformações corporais, mas também comportamentais e espirituais. Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. Para mim não foi diferente, busquei inserir-me em diversos grupos, como: o Grupo de adolescentes da paróquia, depois, o grupo de jovens. Participava ainda das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), e além de outros movimentos sociais, como por exemplo o PT. Ajudei a fundar o PT (Partido dos Trabalhadores) o partido de Lula, juntamente com outros companheiros e companheiras, na minha cidade. Isso era o ano de 1988 e eu tinha apenas 16 anos.
Sonhar um mundo melhor
Foi nestas relações com pessoas diversas e, nas amizades conquistadas que Deus foi tecendo a minha vocação. Eu sentia a sensação de poder ser útil aos outros, gostava de fazer parte dos grupos de interesses comuns, de buscar e de lutar por justiça e igualdade social. De sonhar um mundo melhor. Confesso que não tive muitos conflitos, nem fui muito rebelde na minha adolescência. Na verdade não sobrava-me tempo para essas coisas. Porque nesse período já tinha que ser responsável pelos meus pais e também por mim, além dos grupos nos quais eu participava na paróquia que sempre colocavam-me como coordenador.
Responsável pelos pais aos 15 anos
Ao completar a maioridade, meus irmãos foram todos para o sudeste do país (Rio de Janeiro, São Paulo) para procurar trabalho e poder melhorar de vida. Eu porém, tive que ficar com meus pais, porque era o mais novo. E, sendo o filho mais novo, tornei-me responsável pelos meus pais e, depois por toda a família. Nesse período eu estudava e ajudava meus pais naquilo que eles precisavam. Fui aprendendo desde pequeno a ser responsável por mim e pela família. Foi então que aprendi que a vida não é fácil, principalmente quando se é adolescente e já cheio de responsabilidades como aquela. Acho até que passou-se rápido demais. Ah, como foi bom e agradável aquele tempo. Foi uma fase de minha vida, onde eu mesmo fabricava meus brinquedos com os amigos. Não brincava só de missas, como vocês estão a pensar. Mas de todas a brincadeiras simples e maravilhosas de adolescentes. Foi nessa época em que comecei a sonhar um mundo novo.
Como comprar uma bíblia em 10 vezes sem juros
Acreditem se quiserem. Eu comprei a minha primeira bíblia dividida em dez prestações sem juros. Lhes conto como aconteceu. Na feira pública da minha cidade, existia uma freira que vendia artigos religiosos em uma barraca. Fui ter com ela e confessei-lhe que meu sonho era possuir uma bíblia. Disse também que a finalidade de ter a bíblia era para que eu pudesse lê-la para os meus pais. Lembram que eu já vos disse que eles eram analfabetos? Pois, eles gostavam muito de ouvir as histórias da bíblia. A freira ao saber disso, vendeu-me a bíblia em várias prestações sem juros. Juro que paguei!
Adolescência sem muitos conflitos
A minha adolescência foi um período sensacional e inesquecível. Um período marcado não só pelas transformações corporais, mas também comportamentais e espirituais. Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. Para mim não foi diferente, busquei inserir-me em diversos grupos, como: o Grupo de adolescentes da paróquia, depois, o grupo de jovens. Participava ainda das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), e além de outros movimentos sociais, como por exemplo o PT. Ajudei a fundar o PT (Partido dos Trabalhadores) o partido de Lula, juntamente com outros companheiros e companheiras, na minha cidade. Isso era o ano de 1988 e eu tinha apenas 16 anos.
Sonhar um mundo melhor
Foi nestas relações com pessoas diversas e, nas amizades conquistadas que Deus foi tecendo a minha vocação. Eu sentia a sensação de poder ser útil aos outros, gostava de fazer parte dos grupos de interesses comuns, de buscar e de lutar por justiça e igualdade social. De sonhar um mundo melhor. Confesso que não tive muitos conflitos, nem fui muito rebelde na minha adolescência. Na verdade não sobrava-me tempo para essas coisas. Porque nesse período já tinha que ser responsável pelos meus pais e também por mim, além dos grupos nos quais eu participava na paróquia que sempre colocavam-me como coordenador.
Responsável pelos pais aos 15 anos
Ao completar a maioridade, meus irmãos foram todos para o sudeste do país (Rio de Janeiro, São Paulo) para procurar trabalho e poder melhorar de vida. Eu porém, tive que ficar com meus pais, porque era o mais novo. E, sendo o filho mais novo, tornei-me responsável pelos meus pais e, depois por toda a família. Nesse período eu estudava e ajudava meus pais naquilo que eles precisavam. Fui aprendendo desde pequeno a ser responsável por mim e pela família. Foi então que aprendi que a vida não é fácil, principalmente quando se é adolescente e já cheio de responsabilidades como aquela. Acho até que passou-se rápido demais. Ah, como foi bom e agradável aquele tempo. Foi uma fase de minha vida, onde eu mesmo fabricava meus brinquedos com os amigos. Não brincava só de missas, como vocês estão a pensar. Mas de todas a brincadeiras simples e maravilhosas de adolescentes. Foi nessa época em que comecei a sonhar um mundo novo.
Como comprar uma bíblia em 10 vezes sem juros
Acreditem se quiserem. Eu comprei a minha primeira bíblia dividida em dez prestações sem juros. Lhes conto como aconteceu. Na feira pública da minha cidade, existia uma freira que vendia artigos religiosos em uma barraca. Fui ter com ela e confessei-lhe que meu sonho era possuir uma bíblia. Disse também que a finalidade de ter a bíblia era para que eu pudesse lê-la para os meus pais. Lembram que eu já vos disse que eles eram analfabetos? Pois, eles gostavam muito de ouvir as histórias da bíblia. A freira ao saber disso, vendeu-me a bíblia em várias prestações sem juros. Juro que paguei!
Até ao próximo capitulo
João Batista
João Batista
Cá pra mim, a freira até te podia era ter dado a Bíblia! Mas, compreendo, tudo tem um preço!
ResponderEliminarA verdade é que, afinal, a tua intenção era de muito mérito. Não apenas a querias comprar para uso pessoal. Mais! Querias que outros "a lessem" através da tua voz: os teus próprios pais (não alfabetizados), pessoas que não a podiam ler directamente. Eles deram-te a vida, tu comunicavas-lhe a Palavra. A palavra que faz gerar vida espiritual nas vidas biológicas.
Uma vez mais gostei de te ler
Continua a oferecer-nos a narrativa e o testemunho da tua vida e vocação, com essa simplicidade que te é peculiar.
Ah... e continua a acreditar no "mundo melhor". Expressão que usas mais que uma vez no teu texto. Há que dar asas ao sonho e à esperança. Sentimentos e atitudes muito próprios do tempo que atravessamos: o Advento.
Tenho acompanhado muito de perto a sua história, e estou a gostar muito. Pois também venho de uma família grande mesmo sendo a mais nova (eu e a minha irmã) sempre soubemos o que é lutar pelas dificuldades da vida, e a minha mãe é a minha grande referência pois criou-nos a nós 5 sozinha. E a sua história aponta para a realidade da vida que é dura mas com esforço e esperança tudo se consegue.
ResponderEliminarUm grande obrigado pelo seu testemunho. E força no caminho.
Ângela
Assim que li, pensei como o Albino, a freira bem que podia ter lhe dado a Bíblia...
ResponderEliminarJoão, estou gostando de ler o que escreve, mato um pouquinho a saudade!!!E ainda conheço detalhes da tua caminhada...
Um abraço
Fico muito feliz em saber que minha història de vida è semelhante a tantas outras. Muito mais feliz fico ao fazer com que suscite nas pessoas a ideia de voltar no tempo e olhar sua historia de vida de pertinho. Obrigado a todos que enviam comentarios, sugestoes e outros.
ResponderEliminarAssim vamos crescendo juntos.
Joao Batista