Mas quando se conhece alguém pessoalmente, pelo projecto de vida que abraçou, pelo seu trabalho, pensamentos e obra, dos muitos milhares que morreram no Haiti, esse alguém acaba por retirar - digamos - o véu de um certo anonimato a este acontecimento e, então, tudo começa a ficar ainda mais próximo do coração.
Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns, de 75 anos, fundou e coordenava a Pastoral da Criança no Brasil, órgão de acção social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Nestes dias encontrava-se no Haiti, a trabalho. E é com tristeza que tomo conhecimento que ela está entre as vitimas desta catástrofe natural.
Tive o prazer de a conhecer quando missionário no Brasil, num encontro, em São Paulo. Li algumas das suas entrevistas e ouvia-a com agrado quando falava na TV. Detinha um carisma imenso.
Parte, mas deixa uma marca enorme no Brasil e no mundo. Uma revolução social , na linha da Doutrina Social da Igreja. Milhares de crianças vivem ainda hoje, devido ao trabalho que iniciou. O combate à mortalidade infantil foi apenas um dos seus campos de batalha. Para terem uma ideia vejam só estes números: No tempo presente, 1,8 milhões de crianças até aos seis anos. são acompanhadas, no seu desenvolvimento, por cerca de 260 mil voluntários. E em 42 mil comunidades pobres, são atendidas 94 mil grávidas.
Com o falecimento de Dona Zilda Arns – que já esteve indicada para o Nobel da Paz - as crianças, os adultos e os idosos do Brasil e do mundo perderam uma grande aliada na luta pela vida e pela qualidade de vida.
Acredito que o que ela iniciou continuará, agora, com a força da oração de uma grande intercessora. É que as grandes causas - aquelas pelas quais vale e pena lutar, mesmo pondo e risco a própria vida - não podem morrer!
Albino Brás
Update. E, agora, que a ajuda internacional acorra, em massa, e sem burocracias, ao Haiti. A crise internacional poderá servir de desculpa para muitas coisas, mas, para acudir a situações como esta , não!
"Zilda Arns, a mãe do Brasil"
ResponderEliminarÉ o titulo de um excelente artigo escrito por Frei Betto, e que pode ser lido no site do jornal 'Folha de São Paulo'.
Transcrevo, apenas, dois parágrafos do texto:
"Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma sociedade com ações comunitárias, voluntárias, da sociedade civil, ainda que o poder público e a iniciativa privada permaneçam indiferentes ou adotem simulacros de responsabilidade social.
Se milhares de jovens e adultos brasileiros sobreviveram às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o titulo perene de mãe da pátria."
Lê o resto, aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1401201008.htm
Vale a pena!
Zilda Arns: De fato uma Madre Tereza em nossos dias.Partiu de forma honrosa.Tornou-se um mito e um exemplo para nós. Sua nobreza se eterniza no amor de tudo o que construiu.Obediente à Deus e Igreja, não apenas fez sua OPÇÃO PELOS POBRES, mas assumiu com a VIDA essa nobre ESCOLHA.
ResponderEliminarNos deixou fazendo, o que ela sabia fazer com excelência: SERVIR O PRÓXIMO MAIS POBRE.
Foi entre os escolhidos de Deus,o grande inspirador de sua existência que ela estava eque Ele estava.
Não merecia ela encerrar seus dias em um leito de morte, acometida por alguma doença incurável. Muito embora, tivesse ela força e amor o suficente p/ abraçar esse destino.
Mas Deus a preservou e a recolheu subtamente e como um mito, de forma HONROSA e tão NOBRE quanto seus sentimentos e dedicação ao próximo!
A eles ela doou longos anos de sua existência preciosa e entre eles partiu!
Obrigada,sua existência modificou de forma extraordinária,viva e digna a vida de muitos filhos seus!
Completou a carreira e receberá a coroa da JUSTIÇA!