Identikit de uma vocação (parte 12)
Trabalho duro (árduo) e pesado
Nesta vida já fiz um pouco de cada coisa. Meu primeiro trabalho, digamos oficial, (antes eu sempre trabalhei com meus pais, não era um trabalho duro e suado, mas como vocês sabem, eu sempre cuidei deles, de qualquer maneira era trabalho), foi em um supermercado, função: balconista.
Depois fui trabalhar de porteiro em um edifício. Em seguida trabalhei em uma sorveteria, era o responsável pela administração da loja (viram que eu já estava subindo, na vida claro).
Estava ficando importante
Meu ultimo trabalho antes de decidir entrar para o seminário era Agente Comunitário de Saúde, na favela da Mangueira no Rio de Janeiro, concursado, aprovado e contratado pela prefeitura do Rio. Para quem não é brasileiro deve estar a perguntar, que diabo é isso? Tá bem, explico: Era como uma espécie de assistente social local. Meu trabalho consistia em visitar os moradores do bairro e orientá-los e consciencializá-los sobre a prevenção de algumas doenças e alguns problemas sociais do bairro. Fazia uma ponte entre o morador e a prefeitura.
Ouvir e orientar
Nestas visitas domiciliares, eu aproveitava para ouvir a historia e os dramas dos moradores. Na maioria dos casos, dramáticas e angustiantes, que incluíam a pobreza e a violência. Historias que escondiam sofrimentos e, às vezes, tanta dor. Só sabe quem passou por lá e escutou. Eu escutei.
O povo tem muito a dizer
Fui percebendo, nesse contato com o povo, que Deus queria de mim outro tipo de serviço, levar a consolação a outras pessoas. Essas relações de amizade e de escuta que eu mantinha através do meu trabalho com as famílias, ajudaram-me a ir pouco a pouco descobrindo a minha vocação. Não é que Deus me tenha mandado um e-mail, uma carta, um recado, não. Fui ouvindo a sua voz no meio do sofrimento e das angustias dos moradores e fui fazendo conexão com tudo o que eu já tinha vivido e também sofrido.
Era missionário e não sabia
Eu era também um dos agentes de pastoral na minha comunidade, (Nossa Senhora de Todos os Povos, no morro dos telégrafos, que pertencia à paróquia da Consolata). Nestas visitas que fazia com o meu trabalho aproveitava para convidar as pessoas para a missa dominical. Procurava saber se as crianças estavam a fazer a catequese, se eram cristãos ou de outras religiões, o que eles pensavam da fé católica e muitos vieram participar e ainda hoje continuam participando da comunidade. Que sejam persistentes!
A todos da comunidade dos Telégrafos, aquele abraço.
Partilho com vocês este vídeo sobre a vocação.
João Batista
Partilho com vocês este vídeo sobre a vocação.
João Batista
Sem comentários:
Enviar um comentário