segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A rã vencedora

Nestes últimos dias, e sem saber bem o porquê, tem-me vindo à mente aquela fábula da rã atleta. Um pequeno conto que traz consigo uma grande moral. De cada vez que me assola, aproveito para sorver aos poucos o seu conteúdo numa ânsia desmedida de retirar, dessa fábula, um pouco mais da sabedoria que traz dentro de si.

Partilho-a convosco:
À beira do pequeno charco, todos se tinham reunido para um acontecimento especial: a corrida anual de rãs. As regras eram simples, ao sinal de partida todos os concorrentes deveriam correr (ou saltar) até atingir o topo do monte. Como nota de rodapé fica a informação de que, até hoje, ninguém nunca tinha conseguido atingir a meta.
Fora dado o sinal de partida e todas as rãs se precipitaram em direcção à meta, cada uma com a sua técnica ou estratégia para melhor resistir ao íngreme e árduo trajecto. Nas bermas do caminho, os espectadores iam lançando comentários aos participantes, a maior parte deles de desencorajamento:
 “Não vale a pena o esforço!”, “A subida é demasiado íngreme!”, “As rãs não foram feitas para andar sobre as pedras da estrada!”, “Desistam!”…
Ao som desta “música de fundo”, muitas eram as rãs que ficavam pelo caminho, sentadas na berma, ofegantes e molhadas em suor.
O tempo passava e as rãs que já tinham abandonado o sonho de atingir a meta eram cada vez mais, o som de fundo dos espectadores desencorajadores ia fazendo estragos
Havia porém uma pequena rã que ia resistindo à “música”, aliás, quanto mais aumentava o coro de desencorajamento, mais forças ela tinha para continuar… e continuou ignorando o coro insistente:
“Desiste!”, “És pequena demais, não consegues!”, “estás a cansar-te para nada.”.

E a meta estava próxima, tão próxima que a única concorrente, a pequenina rã, reuniu todas as suas forças (das poucas que lhe restavam ainda) e conseguiu atravessá-la de um só salto.
O júbilo foi total: festa, abraços e beijos, louros e tudo mais…
Até que lhe perguntaram como tinha conseguido tal proeza. A alegre rã não respondeu. Por várias vezes lhe fizeram a mesma pergunta e a reacção era a mesma, silêncio total.
A rã não respondia... Não por desprezo, não por cansaço mas sim por não entender o que lhe perguntavam, a rãzinha vencedora era surda, todo este tempo não podia ouvir o que lhe diziam…

2 comentários:

  1. Como eu gostava de ser como a rã :S
    Surda para não ouvir algumas coisas... e ter a coragem para vencer alguns dos meus medos.

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  2. Os maiores problemas que temos na jornada até o nosso alvo; é que ouvimos, vemos, sentimos e consequentemente murmuramos demais da conta. Visite www.carlos-ussr.blogspot.com E que Deus vos abençoe rica e abuntantemente em nome de Jesus se filho Amém!

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