terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aqueles que passam por nós

Aqueles que passam por nós
não vão sós,
não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós»
(Saint Exupéry)

Quem crê no Filho terá a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6, 37-40).

Novembro, mês da esperança.
Depois do Dia da Solenidade de Todos os Santos (ontem), a Igreja celebra hoje o Dia dos Fiéis Defuntos.
Vivemos como se a vida física/biológica fosse imortal. Não se pensa nas realidades últimas. A morte, mistério e sofrimento, é tema difícil para pensar, para dizer, para escrever. Um dos assuntos tabus da nossa sociedade. Como se ela fosse estranha à vida. Mas vive-se naqueles que vemos partir, às vezes jovens.
Deus, mais forte que a morte, fez-nos para a vida. E nem a morte nos pode separar do amor de Deus. Certeza: só o Amor tem a capacidade de vencer a morte. Sim, aquela que não teve a última palavra para Jesus, o Ressuscitado. Ele venceu-a!

Ao encontro do Senhor
São Francisco de Assis tratava a morte com serena intimidade: “Imã morte”, numa afirmação que a colocava ao mesmo nível de um “irmão sol”, por exemplo.
Como cristãos, sendo feitos à imagem de Deus, Ele não nos abandonará, nem nos deixará perecer para sempre. Em Cristo, está a promessa de que ressuscitaremos de entre os mortos para a glória e alegria eternas. Vivemos em fé e esperança.
Conta-se que uma velhinha, estando às portas da morte pediu, na sua inocência e ingenuidade, que os seus filhos a vestissem com o vestido mais belo que tinha e que não se esquecessem de lhe colocar umas gotas do seu perfume preferido, atrás de cada orelha. – “É que eu não posso ir de qualquer maneira ao encontro do Senhor”, dizia com graça.

Fé, luz que ilumina
Rezamos hoje pelos defuntos, conhecidos e desconhecidos; os lembrados e os esquecidos; aqueles a quem se depositam flores, e aqueles que ninguém alguma vez visitou, anónimos, … esquecidos na morte porque esquecidos, ou mesmo desprezados e excluídos, na vida. 
A fé é a luz que ilumina a vida e, sobretudo, o grande momento da separação temporal, na espera do encontro último e definitivo com o Deus da Vida e da História
Livra-nos Senhor, do medo à morte e dá-nos fortaleza de fé para a esperarmos em Ti.

Albino Brás

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