quarta-feira, 14 de março de 2012

Sair de si mesmo e... ver o mundo!


Nesta era do conhecimento - em que resposta para (quase) tudo está à distancia de um clique (por assim dizer) - há muita gente que se desencanta com o mundo, com a sua própria vida e parte à procura de refúgio nas mais diversas coisas... Desde a internet aos jogos, da segurança do seu próprio quarto à sua própria imaginação, tornam-se, assim, prisioneiros de si próprios.
Recorda-me um pouco a história da:

Um jovem poeta, segundo uma antiga tradição, vivia sozinho, numa distante torre de marfim que tinha uma única janela, sempre fechada e escurecida com cortinas negras.

Como todos os poetas já fora de moda, vivia muito triste, todos os dias fazia a si próprio perguntas sem resposta sobre o mundo, a vida, o homem, a alma e Deus... E, para fugir destas desesperadas lucubrações, refugiava-se no mundo irreal e maravilhoso da fantasia.

Imaginava espectáculos de beleza e crueldade e divertia-se a sonhar com projectos audaciosos até então jamais realizados.

Mas, antes ou depois, também este mundo fantástico o aborrecia e o poeta sentia-se cada vez mais triste e disposto a escrever apenas versos horríveis.

Um dia, enquanto se dispunha a enxugar copiosas lágrimas, reparou que, na cândida página intacta, estava um ponto negro. Observou-o de perto, mas este... movia-se! Seguiu-o para além da margem da folha, quis pegar nele... mas fugiu-lhe dos dedos e correu para a janela fechada com cortinas negras.

Cheio de curiosidade, o poeta abriu a janela, como que em resposta a um apelo de um desconhecido. Seguiu o ponto negro com o olhar até que este desapareceu. Mas o poeta ficou fascinado ao contemplar aquela linda paisagem natural que lhe apareceu, quando decidiu abrir a sua janela para o mundo.

Rosella Vacchino


Sem comentários:

Enviar um comentário