terça-feira, 24 de abril de 2012

Sem formatações... ser original.

Os jovens sempre foram alvo de rotulação (a mais recente é a da "geração à rasca") tal qual um produto saído de fábrica. "Eles" são isto, são aquilo... o chorrilho vai desde desmiolados a irreverentes. Mas, na realidade, será mesmo assim?

Fruto de uma sociedade mecanizada e automatizada, todos somos apenas o que a sociedade nos "vende"; por mais irreverentes que queiramos (ou pensamos) ser, caímos sempre na mesma rotina, no mesmo círculo vicioso imposto por um mundo pré-formatado.

Tendo como pano de fundo a Semana das Vocações, deixemo-nos contagiar pela irreverência de:


Uma vez, o semáforo de uma grande cidade fez uma coisa estranha. Todas as suas luzes, de repente, se tingiram de azul e as pessoas não sabiam como orientar-se.

- Atravessamos ou não atravessamos? Paramos ou não paramos?

Com todos os seus olhos e em todas as direcções, o semáforo difundia o insólito sinal azul, de um azul tão belo que nunca o céu da grande cidade tinha sido tão bonito.

Os automobilistas, à espera de compreender alguma coisa, apitavam e protestavam. As motorizadas faziam um barulho ensurdecedor e os peões comentavam o sucedido de muitas maneiras:

- Alguém roubou o verde para fazer um relvado no seu jardim.

- E roubaram o vermelho para pintar os peixes do aquário.

- Com o amarelo fizeram azeite.

Finalmente chegou um guarda e colocou-se na encruzilhada a orientar o tráfico. Um outro guarda foi à caixa dos comandos para reparar a avaria e desligou a corrente.

Antes de se apagar, o semáforo azul ainda teve tempo de dizer:

- Pobrezinhos! Tinha dado sinal de "passagem livre" para o céu. Se me tivessem compreendido, agora já todos saberiam voar. Mas talvez lhes tenha faltado a coragem.

Gianni Rodari
Tenhamos a coragem de sermos MESMO DIFERENTES!

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