quinta-feira, 21 de março de 2013

Cirurgia plástica tem adeptos cada vez mais jovens

O número de adolescentes que se submetem a cirurgias plásticas tem aumentado nos últimos anos. E não se tratam de correções necessárias (após uma acidente, por exemplo), mas sim de uma aposta num futuro no mundo do entretenimento.

Os sul-coreanos sempre foram «obrigados» a cuidar da aparência, tanto que duas das indústrias às quais a crise passa ao lado são as dos cosméticos e das cirurgias plásticas. Mas enquanto os cosméticos são baratos, as cirurgias obrigam a uma abertura maior dos cordões da bolsa. Porém, dado que há ofertas para todos os tipos de carteiras, a idade dos que se submetem a uma cirurgia plástica tem descido significativamente.

As cirurgias sempre foram uma das prendas mais cobiçadas pelas jovens que passassem com sucesso o exame de acesso à universidade. É no mundo do entretenimento que estas operações se tornam praticamente obrigatórias; há alguns anos atrás, apareceu num jornal em inglês um artigo com fotos do «antes e depois» de várias estrelas da televisão e da música pop. De facto, após as cirurgias pareciam pessoas completamente diferentes. E são vários os casos em que certas empresas negaram emprego a várias candidatas com excelentes qualificações, simplesmente pelo facto de não serem fisicamente atraentes.

A razão por que muitos adolescentes se submetem a estas cirurgias tem a ver com a aspiração a uma carreira no showbiz, sobretudo musical, pois na Coreia o boom das «girls» e «boys bands» tem sido um fenómeno cultural que tem invadido a Ásia. Curiosamente, o recente fenómeno mundial chamado Psy é precisamente a antítese deste fenómeno social: ele não é idolatrado pelo seu aspeto físico, mas sim por se ter tornado famoso em todo o mundo.

O problema é que alguns adolescentes começam a ver as cirurgias plásticas como algo «normal», pouco diferente de um corte de cabelo, chegando a exigi-las aos pais como forma de recompensa pelos bons resultados académicos. Dado que os seus corpos estão ainda em fase de desenvolvimento, estas cirurgias podem ter consequências graves para muitos, físicos ou emocionais.

Muitos cirurgiões plásticos dizem que os estudantes do ensino médio representam entre 20 a 30 por cento dos seus utentes. Há também problemas legais, seja com adolescentes que mentem em relação à idade, seja com médicos que os operam sem o consentimento dos pais.

Álvaro Pacheco, imc in fatimamissionaria.pt

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