quinta-feira, 28 de março de 2013

Páscoas missionárias abrem com caminhada


Equipados a rigor para enfrentarem a chuva e os mais de 100 quilómetros que os separam de Proença-a-Nova, os jovens que responderam ao desafio dos Missionários da Consolata iniciaram esta manhã, em Fátima, uma peregrinação de três dias


A chuva miudinha e o tempo cinzento que se faziam sentir esta quinta-feira de manhã, em Fátima, não foram suficientes para quebrar o entusiasmo e a alegria dos jovens que aceitaram ligar a Cova da Iria a Proença-a-Nova, a pé, numa caminhada em que vão procurar «os vestígios dos passos de Jesus na história, usando como coordenadas os símbolos e desafios propostos pela Semana Santa».

A peregrinação, que dá início ao programa das Páscoas Missionárias preparado pelos Missionários da Consolata, dura três dias e vai obrigar a jornadas diárias de quase 30 quilómetros. Nada que preocupe os jovens participantes. «Adorámos o desafio. Podemos refletir, caminhar em oração e sentir o sacrifício de Cristo», disse, de sorriso nos lábios, Raquel Gonçalves, 20 anos, residente em Ermesinde.

Carlos Comba, 19 anos, natural de Ourém, revelava-se mais apreensivo em relação à capacidade de resistência que a caminhada exige, mas afirmava-se «preparado física e psicologicamente». Desempregado, este membro do grupo de Jovens Missionários da Consolata viu nesta aventura uma boa oportunidade para um momento de introspeção.

O grupo partiu pouco depois das 08h30, tendo como primeiro destino a paróquia de Alviobeira, em Tomar. No segundo dia irá até Vila de Rei e no sábado, 30 de março, deverá chegar a Proença-a-Nova ao final da tarde, onde será recebido pelos jovens que participam na «Páscoa in deep», outra das atividades integrada nas Páscoas Missionárias. Pelo caminho, contará com o apoio logístico de duas viaturas, apetrechadas com mantimentos e medicamentos.

Nos próximos dias, além destas atividades, os missionários e os leigos da Família Missionária da Consolata têm previstas ações em Águas Santas (Maia), para os sem abrigo, em Paradela do Vouga (Sever do Vouga), Vila Verde e Palmeira (Braga), Zambujal (Amadora), São Marcos (Sintra) e Cardigos (Pombal).

«Como missionários, pretendemos partilhar a nossa vocação com as comunidades que têm dificuldades em ter as celebrações litúrgicas normais da Semana Santa, ou porque não têm clero ou têm falta de ministros da comunhão», explicou o Superior Provincial dos Missionários da Consolata, padre António Fernandes.

«A Páscoa é vida, é passagem, é disponibilizar-se para ir ao encontro do outro e partilhar a riqueza da experiência da fé e da ressureição. A presença de um missionário nas comundiades ajuda-as a criar consciência que a fé não se esgota no espaço físico nem individual e a perceber que só abrindo fronteiras e criando pontos com outras comunidades espalhadas pelo mundo podemos viver profundamente a nossa fé cristã», adiantou o sacerdote.

Texto: Francisco Pedro
Foto: Ana Paula

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