quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Marcos Leandro: "Os coreanos ainda não conseguiram descodificar a qualidade do meu discurso"

Deste belo paraíso do sol nascente que é a Coreia, saudações fraternas em Cristo para todos, dos missionários portugueses, Pe. Pedro, Pe. Álvaro e Marcos.

Quem vos escreve é o Marcos, seminarista português da Consolata que se encontra na Coreia para um estágio missionário de dois anos.
Já passou quase um ano e dois meses desde que aqui cheguei, e tal como escrevi da última vez, fui muito bem acolhido por este belo povo sempre disposto a ajudar o próximo. Experiências para contar não faltam e lugares visitados muito menos.

Fiz belas experiências, ainda que muitas das vezes não percebesse bem o que diziam as pessoas, e se pensava que tinha percebido, mais tarde, falando com os nossos missionários constatava o contrário. Mas imaginação não me falta nestas situações…
De facto, a língua é o principal desafio desta missão para quem começa, aliás, penso que seja para toda a vida! Encontro-me no momento a finalizar o 4 nível de aprendizagem da língua Coreana, 4 de 6 níveis.

Os meus companheiros de estudo são praticamente todos provenientes da China, e tal como o latim para o português, também o antigo chinês (hanja) é a base do coreano, daí que podem calcular que grande parte do vocabulário os chineses aprendem por associação de significados, o que aumenta, em muito, o ritmo da leccionação desta língua.
Alguém já se deve estar a perguntar: “Então, depois de mais de um ano de estudo já deves celebrar a missa na língua local?”. A resposta é óbvia, claro que não, visto que ainda não sou padre!

“Mas já os coreanos entendem o que dizes, fazes um discurso, ou dás catequese?”, para quem está à espera do sim, engana-se! Mas já comecei a mentalizar-me que o meu coreano é muito bom, o problema é que os coreanos ainda não conseguiram descodificar a qualidade do meu discurso e por isso não me entendem! Questão de tempo! Para quem quer uma resposta, usarei a expressão conhecida: “Defendo-me”. O resto deixo à vossa imaginação.

Neste momento, estou a pensar em parar um pouco com o estudo do coreano e descansar, como diz o nosso caro fundador, mudar de actividade. Dedicar-me um pouco à assimilação dos conhecimentos e metê-los em prática nas diversas actividades dos nossos grupos missionários, ou até mesmo, uma full immersion, num ambiente em que se fale somente o coreano.
Bem, fazendo uma análise deste tempo passado, posso dizer-vos com muita alegria que apesar de um pouco de cansaço sinto-me realizado seja como pessoa, seja como missionário da Consolata.

Ah! Gostaria também de constatar, que também aqui na Coreia, como em Portugal e resto do mundo, as pessoas reconhecem que os missionários da Consolata são diferentes, no seu modo de agir, de relacionar-se com os demais, de anunciar o Evangelho, reconhecendo assim o carisma que a Nossa Mãe Consolata nos confiou através do nosso fundador Beato José Allamano.

Marcos (seminarista)

1 comentário:

  1. Marcos, não sei se te conheço, mas queria só agradecer o teu testemunho. Imagino que deve ser tudo muito diferente por aí na Ásia.
    Mas tenho curiosidade em saber como é qe são os jovens aí na Coreia. Quais são os seus valores, o estilo de vida; a que é que se dedicam?...

    Abraço de um jovem inquieto
    Nando

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