Caros amigos leitores do CJovem, antes de tudo, quero-vos agradecer pelos comentários feitos e pelo entusiasmo que transmitem-me para que eu continue a contar minha história de vida e missão. A todos vocês, meu muito obrigado.
Aqui estou para dar continuidade à partilha do meu testemunho. Hoje, conto-vos como foi e como vivi minha adolescência.
Caminhar 2 horas para ir a missa
Aos 5 anos meus pais colocaram-me na escola; na verdade não era bem uma escola, mas sim, uma casa que se fazia passar por escola: Contactaram uma professora particular para iniciar-me nos ofícios da aprendizagem formal, coloquial. Só depois é que fui para a Escola Pública. Lembro-me bem daquele tempo, daquela aldeia, daquela gente, simples mas, generosa, humilde, porém bondosa. Nunca vi ninguém viver tão feliz, como eu, naquele pequeno sitio.
Meus pais sempre foram muito religiosos, sempre iam a missa quando podiam, apesar da distância. Eles tinham que caminhar mais de uma hora a pé para chegar a capela mais próxima e poder participar na missa. E eu, sendo o filho mais novo, nem assim me poupava, também ia junto com eles à missa na comunidade. Eu sei que não entendia nada do que se dizia na missa, mas gostava dos ritmos dos cânticos e da alegria nos rostos dos participantes.
Catequista aos 11 anos
E, assim, fui crescendo. Em um ambiente familiar pobre de bens matérias, porém, rico e fecundo em afecto, atenção e amor. Éramos uma família, penso eu, abençoada por Deus. Vivíamos, ou melhor, sobrevivíamos. (No Brasil tem um ditado popular que diz “pobre não vive, sobrevive, luta para viver”). A nossa fonte de renda provinha praticamente da agricultura e da pecuária. Criávamos cabras, galinhas e outros. Mesmo nesse ambiente, nunca nos faltou o essencial, o básico para vivermos. E éramos tão felizes!
Colocaram-me na catequese aos 7 ou 8 anos, não lembro-me bem, o que lembro é que aos 11 anos, antes mesmo de fazer a primeira comunhão, eu já ensinava catecismo para outras crianças menores. Uma coisa é certa, eu gostava muito de ajudar e de ser útil às pessoas.
Brincar de missa
Uma das coisas que guardo na memória de quando era criança, é de ter brincado de celebrar missa. Sei que vocês devem ter brincado de médico, não é mesmo? Agora conto-vos no que consistia essa brincadeira. Eu convidava outras crianças, meus amigos, para participarem da missa, colocava-as sentadas no chão, enquanto eu fazia o papel do padre e celebrava para eles. Eu memorizava algumas palavras que dizia o padre na missa e transmitia-as do meu jeito, porém, a eles tocava responder adequadamente. Assim improvisávamos uma missa. Para a comunhão, eu dividia uma banana em fatias finas e repartia com eles. O vestido de minha mãe, substituía a alva, e assim era a nossa missa. Ao fim cantávamos e agradecíamos a Deus pelo dom da vida. Que saudades daquele tempo, da simplicidade de uma infância ingénua, humilde, mas cheia de fé e de vida.
(continua)
João Batista
Aqui estou para dar continuidade à partilha do meu testemunho. Hoje, conto-vos como foi e como vivi minha adolescência.
Caminhar 2 horas para ir a missa
Aos 5 anos meus pais colocaram-me na escola; na verdade não era bem uma escola, mas sim, uma casa que se fazia passar por escola: Contactaram uma professora particular para iniciar-me nos ofícios da aprendizagem formal, coloquial. Só depois é que fui para a Escola Pública. Lembro-me bem daquele tempo, daquela aldeia, daquela gente, simples mas, generosa, humilde, porém bondosa. Nunca vi ninguém viver tão feliz, como eu, naquele pequeno sitio.
Meus pais sempre foram muito religiosos, sempre iam a missa quando podiam, apesar da distância. Eles tinham que caminhar mais de uma hora a pé para chegar a capela mais próxima e poder participar na missa. E eu, sendo o filho mais novo, nem assim me poupava, também ia junto com eles à missa na comunidade. Eu sei que não entendia nada do que se dizia na missa, mas gostava dos ritmos dos cânticos e da alegria nos rostos dos participantes.
Catequista aos 11 anos
E, assim, fui crescendo. Em um ambiente familiar pobre de bens matérias, porém, rico e fecundo em afecto, atenção e amor. Éramos uma família, penso eu, abençoada por Deus. Vivíamos, ou melhor, sobrevivíamos. (No Brasil tem um ditado popular que diz “pobre não vive, sobrevive, luta para viver”). A nossa fonte de renda provinha praticamente da agricultura e da pecuária. Criávamos cabras, galinhas e outros. Mesmo nesse ambiente, nunca nos faltou o essencial, o básico para vivermos. E éramos tão felizes!
Colocaram-me na catequese aos 7 ou 8 anos, não lembro-me bem, o que lembro é que aos 11 anos, antes mesmo de fazer a primeira comunhão, eu já ensinava catecismo para outras crianças menores. Uma coisa é certa, eu gostava muito de ajudar e de ser útil às pessoas.
Brincar de missa
Uma das coisas que guardo na memória de quando era criança, é de ter brincado de celebrar missa. Sei que vocês devem ter brincado de médico, não é mesmo? Agora conto-vos no que consistia essa brincadeira. Eu convidava outras crianças, meus amigos, para participarem da missa, colocava-as sentadas no chão, enquanto eu fazia o papel do padre e celebrava para eles. Eu memorizava algumas palavras que dizia o padre na missa e transmitia-as do meu jeito, porém, a eles tocava responder adequadamente. Assim improvisávamos uma missa. Para a comunhão, eu dividia uma banana em fatias finas e repartia com eles. O vestido de minha mãe, substituía a alva, e assim era a nossa missa. Ao fim cantávamos e agradecíamos a Deus pelo dom da vida. Que saudades daquele tempo, da simplicidade de uma infância ingénua, humilde, mas cheia de fé e de vida.
(continua)
João Batista
Meu amigo e irmão, João Bastista
ResponderEliminarapesar de termos convivido juntos durante um bom tempo de nossas vidas, não conhecia essa parte de sua história, principalmente a que você simulava ser padre e chamava a atenção de seus coleguinhas. A partir dessas brincadeiras, certamente, nascia o líder João Batista.
É muito bom saber que a concretização de sonhos se dá a partir do momento em que se torna real o seu envolvimento com as questões sociais, com o povo simples e humilde. Que Deus continue iluminado os seus caminhos!
Bem, é oficial!
ResponderEliminarO CJovem está cada vez melhor.
Gosto muito do Identikit.
João você merece tudo de bom que o Senhor e a Consolata tiverem reservados para si.
Cultive a sua vocação com o mesmo entusiasmo que coloca nos seus textos.