quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Também já namorei

Identikit de uma vocação (parte 5)
Olá amigos e amigas. Estou eu aqui de novo para contar-lhes mais detalhes de minha vida e vocação. Hoje, conhecereis minha experiência de namoro.

Espero que estejais a acompanhar a história desde o inicio, senão não compreendereis.

Os fofoqueiros também advinham. Mas, só Deus sabe o que faz

Aos meus 16 anos, por dedicar-me sempre as coisas da igreja e da religião, todos achavam que eu tinha vocação para ser padre. Algumas pessoas da vizinhança diziam-me «tu vais ser padre, pá!» outros diziam «parece-nos que o Senhor está a chamar-te para o sacerdócio». Eu então, não dava muita importância a esses comentários. Porém, uma coisa é segura. Sempre senti-me bem, sereno, quando estava com pessoas e amigos da igreja e das pastorais com quem eu trabalhava. Minha mãe já criticava-me, por eu dedicar-me mais tempo às coisas da igreja, que às de casa.

Encontros para escutar Deus falar mas, até então, não escutava a Sua voz

Nessa época, ainda envolvido com a pastoral da juventude e os movimentos sociais de minha paróquia, decidi participar de alguns encontros vocacionais na diocese, para tentar descobrir minha vocação, para poder ver melhor o que Deus queria de mim. Fui a alguns encontros apenas, depois desisti. Mudei de ideia.

A namorada

Em um encontro diocesano de formação para agentes pastorais, onde participei, conheci uma jovem muito interessante que me fez mudar de opinião a respeito de minha vocação. Comecei a pensar em outros projectos para minha vida. Queria casar-me, ser pai, construir uma família. Lembro-me muito bem, naquela jovem, que também sonhava com o matrimónio e uma vida feliz ao meu lado. Naquele encontro começamos a dialogar e iniciamos um período de conhecimento entre nós. Noutra ocasião, fui a sua casa conhecer os seus familiares e vice-versa, e assim começamos a namorar. Isto era o ano de 1991. Tinha na época 19 anos. Uma idade muito significativa e importante para mim. Estava concluindo o estudo fundamental. E já sonhava coisas impossíveis.

A poesia

Naquela idade aprendi muitas coisas que levarei sempre comigo.
Querem saber?
Aprendi a perdoar erros quase imperdoáveis,
Aprendi a fazer coisas por impulso,
Aprendi a abraçar para proteger,
Aprendi a dar risada quando não podia, mas dava assim mesmo,
Aprendi a fazer amizades, que restam até hoje. E continuo a aprender.

Amei e fui amado.
Porém, também já fui rejeitado,
Acho que fui amado e não amei.

Aprendi a gritar e vibrar de emoção e felicidade por coisas tão banais,
Aprendi a viver de amor e fazer juras eternas,

Também aprendi por ter "quebrado a cara" algumas vezes!
Aprendi a ligar só para escutar a voz de alguém,
Aprendi que um belo sorriso faz a gente se apaixonar e faz mesmo.

Mas vivi!
E ainda vivo! Olha eu aqui.
Feliz da vida por ser missionário! E da Consolata, claro!
E hoje, a missão também passa por mim,
Pelas minhas veias, vontades e desejos,
Pelas minhas ideias.


Parece uma poesia, isso tudo, não é mesmo? E acho que vocês têm razão.

Mas, na verdade aprendi que, bom mesmo é ir a luta com determinação e ousadia.
Nunca desistir dos nossos ideais,
Abraçar a vida e vivê-la com paixão.

Por que a vida é MUITO para não vivê-la com INTENSIDADE.

O final do namoro, as consequências e, outras coisinhas mais, serão contadas detalhadamente nos próximos capítulos da IDENTIKIT DE UMA VOCAÇÃO, não percam. E até lá.

João Batista

9 comentários:

  1. Este identikit está cada vez melhor :D

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  2. Uma história que devia ser obrigatória para qualquer JMC conhecer. Um poema que nos mostra um caminho para estar na vida como jovens, mas também como adultos...

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  3. Não é imprescindível, mas se vivemos as coisas torna-se mais fácil e verdadeiro testemunhar sobre elas.

    E o testemunho daquilo que se viveu e vive é sempre mais forte,(julgo eu), do que o testemunho do que se sabe apenas pelo conhecimento.

    Claro que ambos se completam!

    Um Santo Natal

    Abraço amigo em Cristo

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  4. Quero agradecer aos leitores que leem e deixam algum comentario. Isso èe muito significante para mim, para poder saber se estou agradando ou se terei que mudar o estilo de escrever.
    Fico muito mais feliz em saber que minha història està a ajudar muitos jovens a fazer uma releitura de suas vidas.
    Agradeço o carinho e a atençao de todos voces.
    Gostaria mesmo de poder entar em contato com cada um de voces. na proxima vez deixem o vosso e mail, por favor.
    um abraçao grande a todos.
    Joao

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  5. esse cara realmente é um enviado de Deus.
    O cara tem uma fé inabalavel.
    e é meu irmao.
    um abraço
    Sedenir Fiore

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  6. Caro João Batista, é para já: tpsantos@hotmail.com

    A propósito, nem pense em mudar nada, está a ficar muito bom mesmo...=)

    Tiago Santos, JMC-Centro

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  7. Em cada capítulo ficamos sempre na expectativa de mais. É uma história muito interessante e que a todos ajuda a reflectir e também a partilhar a nossa própria história.
    E como estamos no ano Sacerdotal esta é sem dúvida uma grande ideia, pois estes testemunhos ajudam-nos também de certa forma a encontrar a nossa vocação e a partilhar a nossa fé.
    Um Santo Natal!

    Ângela (licas_1@hotmail.com)

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  8. Bem mais um episódio com toneladas de supance...espero pelos desen9volvimentos! abraço susana (susanicas@hotmail.com)

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  9. meu caro amigo joão, sua história é uma história muito importante pois ,eu tbm tive a oportunidade de te conhecer e ver em vc uma pessoa de fé e de responsabilidade com suas tarefas a serviço de jesus cristo.contiue com sua história pois ja faço parte dela desde os anos 90.muita força e coragem para pastoriar seu rebenho .um abraço.espedito

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