domingo, 10 de janeiro de 2010

Causas convenientes

"...a forma como os partidos políticos portugueses rejeitaram a iniciativa popular que propunha um referendo sobre o casamento de homossexuais inviabilizou qualquer outra iniciativa popular que no futuro nasça da sociedade civil."

Isto significa que a democracia directa será usada em Portugal apenas para causas convenientes. Quando se quiser fazer avançar certas agendas, realiza-se um referendo, repetindo-o até as pessoas aceitarem o que se pretende; quando se quiser proteger um direito, toma-se a decisão de cima para baixo, travando qualquer iniciativa contrária, dizendo que não faz sentido referendar.
Penso que isto será mau para as minorias e não se espantem que os eleitores sejam cínicos em relação à política."


Com todas as letras! AQUI

CJovem

25 comentários:

  1. Confesso que eu era mais a favor da democracia directa até ao referendo dos minaretes na Suiça...

    Compreendo a ideia do referendo, mas não concordo que seja assim tão necessário. Isto porque para mim não há grande debate a fazer, é o reconhecimento de um direito. Mas pronto, compreendo que isto seja discutível...

    O que não compreendo é que a nossa sociedade civil só apareça quando aparecem leis que fazem comichão aos costumes implantados. E que tal se se movessem 90 mil pessoas contra um código do trabalho que permite que as empresas exijam 60 horas semanais de trabalho aos trabalhadores?

    A propósito, acho as leis do trabalho que temos muito mais destruidoras da familia do que o casamento homossexual. As pessoas não têm tempo para os filhos nem ligam aos pais, mas não é porque o vizinho gay se casou com um homem e fazem juntos o que lhes apetece. As familias desintegram-se porque aprenderam a viver numa sociedade onde só a competitividade importa...

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  2. Alias, essa história de que as maiorias terem de integrar as minorias, é um pouco utópica! Porque essa integração só é possível se houver respeito mútuo, cedências de ambas as partes e diálogo serio e responsável! O que às vezes o orgulho gay parece não permitir! Pois querer que a união entre pessoas do mesmo sexo se chame casamento gay a qualquer preço, é exactamente antagónico ao respeito, á paciência e ao diálogo!

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  3. Já estou falhando a minha promessa, a promessa que fiz a mim próprio que não comentaria mais nada sobre este assunto, o Casamento Homossexual!
    Tenho também de acrescentar que penso que o referendo nada iria alterar!
    Pois a sociedade Portuguesa acha que este é um assunto que diz respeito ao próprio. (dizem inclusive coisas tais como estas “isso é problema deles! Eu não sou gay isso não me interessa! Façam o que eles quiserem desde de que não se metam comigo!)
    Enquanto os homossexuais iriam votar em massa, os heterossexuais na sua maioria não sairiam de casa para o fazer!

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  4. O orgulho Gay é o correspondente ao Black Power que existia nos EUA e que lutou pelos direitos dos negros.

    João, as cedências só devem ser regra quando têm sentido. O respeito e o diálogo só se exige à maioria que reprime e não à minoria que é reprimida...

    A homossexualidade não é uma doença, não é uma deficiência, não vai afectar os valores da sociedade, não vai destruir famílias se elas não estiverem já destruídas, não vai trazer a fome nem a guerra. Quem não respeita é quem se arroga ao direito de ser dono de uma palavra, ser dono de um acto, ser dono de um simbolo que não criou. A verdade é que todos nos referimos a casamento homossexual, porque para todos é um casamento, até tu João dizes que não ias mais falar do CASAMENTO homossexual. E simplesmente porque para as pessoas é realmente um casamento...Qualquer outro nome era artificial e ia acabar por não ser usado...

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  5. Não vejo razões para se fazer um referendo visto que é algo que vem beneficiar uns mas que não prejudica ninguém em particular, nem a sociedade no geral. O que é facto é que as pessoas homossexuais já se juntam, o casamento ia apenas favorece-las, iam adquirir os mesmos direitos que os casais tradicionais e não iam prejudicar ninguém. Sinceramente não vejo razoes para tanto alarido.

    Liliana Silva

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  6. Não contesto o facto de ser o não um direito. Sobre este tema existem múltiplas interpretações interdisciplinares: desde a biologia, a genética, a psicologia, a antropologia, passando pela própria teologia. Sinceramente gostaria que tivesse havido espaço temporal suficiente para que a sociedade civil pudesse debater a multidisciplinaridade deste tema. Isto vai muito para além de um conceito político, de uma ideologia politica, é todo o modelo de família que deve ser repensado. Ou melhor, os modelos de família pois já não há apenas um, nem dois, ...
    Reduzir um tema civilizacional apenas à dimensão da politica, é pobre e redutor. Aqui não se trata de negar ou afirmar direitos, trata-se de esclarecer para compreender. E foi negada à sociedade civil a possibilidade de ser valorizada. Volto a dizer: a politica não se reduz a um ou mais partidos, a um parlamento,... Há uma dimensão politica (da 'polis') que é comum a todos os cidadãos que tem que ter voz e vez.

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  7. Sobre este tema li hoje no 'El Pais' o quanto os homossexuais ainda são descriminados noutras latitudes. Uma discriminação que põe em cheque o próprio direito à vida que, como sabemos, é básico.
    As legislações de um bom número de países africanos criminaliza a homossexualidade. E - escreve o El País - no caso do Uganda pretendem mesmo aprovar a condenação à morte dos homossexuais. Pelo menos é o que pretende uma lei que vai ser debatida no Parlamento desse país nas próximas semanas. Pior, todo aquele que não denunciar a homossexualidade de um concidadão seu (sabendo-o), será condenado a três anos de prisão. Isto é de loucos.
    Isto é lamentável.

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  8. Esqueci-me de dizer que não faço mais comentários sobre este assunto!
    Já foi aprovado por este governo minoritário que não representa mesmo com o apoio dos partidos de esquerda nem metade da população Portuguesa! (pois nem sei, mas acho que nem metade dos Portugueses votaram nas ultimas eleições legislativas!)
    Portanto…... Assim seja!

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  9. Até para se dizer "não faço mais comentários" é preciso... fazer um comentário. Ou seja, sem querer... querendo, usaste um instrumento ao teu alcance - o comentário - para comentar que não voltas a comentar. Bravo, João! LOL

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  10. Com o apoio dos partidos de esquerda tem muito mais de metade do apoio de quem interessa pró caso, que é quem votou. Muito sinceramente, quem não votou não tem grande direito de se queixar acerca da representatividade do governo...A verdade é que quem é contra é ainda mais minoritário lá dentro...

    Ah, a abstenão foi de aproximadamente 40%, portanto, mais de metade das pessoas foram votar sim...

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  11. Mais um ponto, o casamento é uma instituição milenar, aliás, porque mesmo sem aprovação de um Estado, as pessoas sempre se juntaram umas com as outras. Ora, o casamento católico foi criado apenas no séx XII, ou seja, antes disso, não havia nenhuma instituição oficial do casamento. Era algo que acontecia normalmente. O matrimónio como sacramento é, se não me engano, do séc XIV, penso que aprovado no concilio de trento. O casamento como instituição civil é do séc XIX, aprovado em conselho de ministros.

    Moral da história, foi algo que se foi criando. E o casamento civil até é algo que foi criado por um governo, exactamente como o casamento homossexual agora. Porque é que o casamento é uma instituição milenar?Porque já antes as pessoas se juntavam, sem estar escrito em lado nenhum que era casamento...

    O que quero dizer é que, nesta linha, o casamento homossexual também é uma instituição milenar. Sempre existiu, nalgumas culturas mais, noutras menos porque podiam ser condenados à morte ou a outras coisas. O que o governo agora fez foi aprovar e aceitar algo que existe à muito tempo, que sempre existiu. Não é o governo que está a criar uma coisa de novo. Era algo que já existia e sempre existiu...

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  12. Tal como a poligamia sempre existiu!
    Será isso motivo para a legalizar?
    Se assim é mais vale cada um fazer o que lhe apetece!
    Não serão preciso nem leis nem regras!!

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  13. Esse senhor Tiago Santos, quem é? Parece-me um militante do Bloco de Esquerda ou do PCP!
    Se não o é deveria fundar o PCPC, Partido Comunista Português Católico!
    O que seria uma aberração! Comunista e Católico e algo contraditório!
    Desculpem se estou a ser ofensivo!

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  14. Caro amigo anónimo,

    Dois pontos: temos de ver então as razões que tornam a poligamia diferente da homossexualidade. A poligamia existe em muitos moldes diferentes. As tribos indias sul americanas praticam a poligamia e não acho que seja uma coisa má, mas é uma coisa má nos países onde os homens o podem fazer e as mulheres são apedrejadas se pensarem nisso...Não se trata de aceitar o casamento homossexual porque sempre existiu, trata-se de aceitar algo que existe e no qual não vejo qualquer problema para a sociedade e pelo contrário, vejo vantagens para uma parte importante dessa mesma sociedade...

    Segundo ponto, oh amigo, o seu segundo comentário deixa-me numa posição muito fácil, porque manifestamente não sabe o que diz. Felizmente para si fechou-se no anonimato...

    Não me conhece e deixa-se levar pelo mais bacoco dos argumentos, de alguém que nada conhece nem de mim, nem do comunismo, nem do PCP, nem do BE nem do cristianismo.

    Já não é a primeira vez que alguém vem aqui questionar a minha tendência política. Digo-vos que estão à vontade, e espero que continuem a vir...

    Tenho a vantagem de ainda não estar fechado à aprendizagem das coisas...

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  15. Ah, perguntou quem sou? Tiago Pereira Santos, 20 anos, estudante de economia e sou do JMC Centro...

    Já o sr. Quem é?

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  16. Para ajudar sou obrigado a deixar aqui um pequeno texto do Prof. José Manuel Pureza, católico assumido e líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.

    "Perguntaram-me se Jesus tinha sido de Esquerda ou de Direita. E eu respondi que Jesus não tinha morrido de velhice nem de doença, mas sim assassinado pelos poderes políticos e religiosos do seu tempo... Depois perguntaram-me se não é "mais normal" os cristãos serem conservadores. E eu respondi que a palavra conservação não faz parte do glossário dos dez mandamentos..."

    Um bem haja a todos...

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  17. por impressionante que pareça na maria, sim aquela revista de veras interessante, que li hoje constava um artigo que tinha explicitos a nível europeu os paises onde a junção homeossexual existia e era reconhecida, onde era permitida e onde era legislada (não quis colocar casamento porque podia parecer mal) pelo que me recordo seguramente 50% dos paises pertencentes á uniao europeia tinham um ou mais dos aspectos supracitados, inclusivé a uniao civil registada era legal em muitos deles. Embora pense que a fonte bibliografica pronto esteja a quem... acho que aqui se pode ritirar uma conclusão não se trata de seguir um "rebanho" mas aferir porque é que nesses paises se reconheceram estas práticas, e quais as alteraçoes sociais (reiais) que decorreram das novas práticas. Sera assim tao significante a repercussão em termos práticos e da lei? Pode-se colocar aqui o papel da familia neste contexto, no entanto note-se que a percepção familiar como existia outrora tem vindo a ser contantemente alterada, já não e apenas pai mae e filhos, pode ser tia ou avo, mãe e filhos... logo penso ser desadequado defender o principio de que conceber a uniao entre homosexuais seja contra a familia...
    Mais ainda muito se falou do "natura" deixo apenas a questão quem somos nós, para o julgar se somos parte integrante do macrossistema que é a terra, o que é "natura"?

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  18. Tiago Santos

    Tenho que lhe dizer que costumo acompanhar este blog, que acho pelo que demonstra nos seus comentários é demasiado intransigente nas suas opiniões, que roça quase á arrogância!
    É ainda muito jovem, tem realmente muito a aprender, muito em especial na escola da vida!
    Ser irredutível pode ser também sinal de falta tolerância, o que não faz parte dos ensinamentos do Beato Allamano, do JMC!!
    Sou alguém que foi JMC, mas que por vários motivos perdi o contacto com esta grande família!
    Mas que não esqueço os momentos únicos e especiais que vivi como JMC!

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  19. Tinha prometido não comentar mais! Mas este artigo de opinião não me deixou indiferente, por isso decidi partilha-la com todos vocês: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1469349

    Beijos e abraços Consolatinos

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  20. Desmascarando as farsas do "Dia tão assinalado":

    http://albergueespanhol.blogs.sapo.pt/33122.html#comentarios

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  21. Este era o link que devia ter colocado em vez do do q pus antes (que tb dá pra este)

    Desmascarando a farsa
    http://blasfemias.net/2010/01/09/chegou-o-dia-tao-ansiado-e-vai-se-a-ver/

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  22. Fiquei estupefacto com uma coisa.

    Eu namoro à 3 anos (com uma rapariga). E pensamos regularmente em casar...um dia...

    Temos planos para uma vida em comum...partilhar alegrias e tristezas, sermos o amparo um do outro nas dificuldades...ajudarmo-nos um ao outro a ultrapassar barreiras...

    Eu amo-a...quero acima de tudo que ela seja feliz e, toda a minha felicidade vai depender também disso, da felicidade dela...

    Eu sempre pensei que a base do casamento fosse o amor, nunca pensei que fosse o facto de serem um homem e uma mulher.

    Mas caros amigos...talvez a seguir vocês fiquem horrorizados porque estou a comparar o amor entre um homem e uma mulher com o amor entre dois homens ou duas mulheres. E eu digo simplesmente, que não sei. Não me acho sabedor ao ponto de achar que dois homens ou duas mulheres não se podem amar como um homem e uma mulher.

    E vendo as coisas assim? Quem é o arrogante e radical?

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  23. Desculpem voltar aos comentários anteriores, mas para mim a intolerância não é expor o nosso ponto de vista (por mais que possa parecer radical),é sim não aceitar algo que vemos, que existe e sempre existiu, e dizer que é anormal. Acho que não há humildade maior em afirmar que não sabemos e aceitar o outro como igual a nós.

    Liliana Silva

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  24. Falando de amor, lembrei-me da CARTA ENCÍCLICADEUS CARITAS EST de Bento XVI, fica aqui um pequeno trecho da mesma:

    “Hoje não é raro ouvir censurar o cristianismo do passado por ter sido adversário da corporeidade; a realidade é que sempre houve tendências neste sentido. Mas o modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro « sexo » torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma « coisa » que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria. Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como um âmbito da sua liberdade, mas antes como algo que, a seu modo, procura tornar simultaneamente agradável e inócuo. Na verdade, encontramo-nos diante duma degradação do corpo humano, que deixa de estar integrado no conjunto da liberdade da nossa existência, deixa de ser expressão viva da totalidade do nosso ser, acabando como que relegado para o campo puramente biológico. A aparente exaltação do corpo pode bem depressa converter-se em ódio à corporeidade. Ao contrário, a fé cristã sempre considerou o homem como um ser uni-dual, em que espírito e matéria se compenetram mutuamente, experimentando ambos precisamente desta forma uma nova nobreza. Sim, o eros quer-nos elevar « em êxtase » para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos.”

    Ler mais:
    http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20051225_deus-caritas-est_po.html

    beijos e abraços Consolatinos

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  25. Sem dúvida João...Não vai nada contra o que eu disse, a não ser que queiras dizer, como já disseste uma outra vez que a união homossexual se baseia apenas no sexo e em nada mais...E nessa linha fazes o que eu disse no comentário anterior que é definir o amor dos homossexuais como pior ou diferente do outro...

    De resto, quero lembrar algo importante caros amigos que me vem aqui acusar de ser de esquerda e isto e aquilo. A ideia de ver o ser humano como mercadoria não é de esquerda caros amigos, e vocês obrigam-me a ser directo nas coisas...a mercadorização do ser humano é um resultado do neoliberalismo que entende exactamente o trabalho e tudo o mais d actividade do ser humano como dependente da esfera do mercado, o que torna tudo o que o ser humano faz e é passível de ser vendido e comprado. É isso a mercadorização e vem do neoliberalismo defendido pela direita em todo o mundo...

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