Tenho vontade de me soltar destas amarras.
Desprender-me de tudo.
Deixar tudo de lado
e lembrar-me de mim,
só de mim.
Estou farta delas.
Prendem-me a todo o momento.
Fazem questão de me lembrar que estão ali.
Não dou um passo sem que elas dêem de si
a lembrar-me que estão presentes,
que o meu caminho é construído por elas.
Que não me posso esticar.
Preciso de um objecto.
Um objecto afiado,
cortante...
Preciso de me soltar.
Preciso de sentir a vida.
Quando as desamarrar vou fugir,
para longe.
Ver coisas que ainda não vi,
viver como ainda não vivi.
Vou fazer tudo o que estas amarras não me deixam fazer agora.
Vou Viver!
Vou ser Livre!
Mas porém,
essa liberdade sem as amarras,
tem tanto de fascinante
como de assustador.
Como me guiarei,
por aí, nessa liberdade plena,
sem as amarras a avisarem-me do caminho?!
Como saberei,
que não ultrapassei todos os limites da liberdade
e a pus em causa?!
Não posso desamarrar-me de todas ao mesmo tempo.
Tem que ser uma de cada vez.
Só assim, não porei em causa a minha liberdade
nem a dos outros.
Só assim, perceberei o que é a liberdade
e como a usar,
mas aos poucos.
Não irei cometer loucuras por excesso,
mas saberei usá-la em meu proveito.
Tânia
Muito bom, o poema, gostei do conteúdo.
ResponderEliminarAs amarras que nos prendem, por vezes, também nos sustentam, agarram...
Há que saber quais soltar para podermos "navegar" livremente mas seguros.