segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Nada se cria, tudo se copia

Tendo em conta o que diz esta noticia, citando um estudo que afirma que os alunos plagiam cada vez mais para trabalhos escolares, parece que agora o lema é: "Nada se cria, tudo se copia". Confunde-se pesquisa com plágio. Andará a preguiça mental à solta no ambiente escolar e académico! Há que dar trabalho aos neurónios, caso contrário, ficando ociosos, até envelhecem mais depressa. Ai estes estudantes! Graças a Deus, nem todos. 


Ao ler essa noticia hoje, no Público, lembrei-me de um pequeno filme, produzido com meios algo rudimentares, numa Missão da África, e que mostra alunos de uma escola  com quase nenhuma das condições que aqui temos. Eles têm aulas debaixo de uma árvore, escrevem em lousas e usam um caderno que, aproveitado ao máximo,  não dá direito ao desperdiço de uma só margem ou cantinho em branco. E, o mais importante, não podem fazer qualquer pesquisa na Internet. Compreenderão porquê. Estão atentos ao que diz o professor, e aprendem... Aprendem muito! Além disso desenvolvem a criatividade e as aptidões ao criarem os próprios brinquedos ( e é se querem ter algo para brincar). Nada de playstation e seus derivados.

A pergunta impõe-se: Estará a Internet a criar a geração do copy paste; uma geração com um maior acesso a uma maior informação, mais diversificada e plural, uma geração mais informada mas - e há sempre um mas! - ao mesmo tempo, intelectualmente, mais preguiçosa e mais acomodada? Estará a inovação e a criatividade em perigo?
A. Brás

6 comentários:

  1. Eu que o diga.
    De cada vez que tenho de corrigir um trabalho tenho de fazer copy/paste dele no Google para ver se é plágio ou não.
    A "sorte" é que muitos dos meus alunos nem se dão ao trabalho de corrigir o português do brasil, gato escondido com rabo de fora que eu, como professora, agradeço.

    Costumo dizer aos meus alunos que copiem, se tiver de ser, mas que leiam pelo menos o que copiaram, para aprenderem algo. Espero.

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  2. "Costumo dizer aos meus alunos que copiem, se tiver de ser, mas que leiam pelo menos o que copiaram, para aprenderem algo."

    É esse "se tiver de ser" k me soa estranho. Eu não acho k tem k ser mesmo assim. Não é boa politica aceitar o copianço como regra, quase k com condição para ser aluno e aprender. Só copiei coisas de matemática, e muito pontualmente.
    Copiar pode até dar boas notas. Mas acho abusivo e nao traz nenhuma dignidade ao aluno, digam o que dsserem.

    Nando
    E qdo a Maria diz para lerem pelo menos o k copiaram, para k se dão ao trabalho de copiar?, pergunto eu. Basta ler, então, em vez de copiar. Poupam tempo e trabalho. Ou não?

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  3. Nando
    Infelizmente as coisas não são tão certinhas como pensamos, muitos são os alunos que, independentemente do que lhes possamos dizer, fazem tudo em cima do joelho e para "prof" ver.

    Se está errado? Sim está, se nos compete a nós professores mudar isso? Também (mas não só). Mas se o fazem, que leiam pelo menos o trabalho que entregam. Muitos são os que copiam uma página inteira da internet e, se lhes pergunto algo acerca do trabalho, não sabem o que está lá escrito.

    Daí essa advertência.
    Se têm que usar algum texto retirado de alguma página, que o leiam antes, compreendam o que diz.
    Plagiar é mau, mas se o texto for lido e compreendido, para mim já é meio caminho andado para que aprendam o que lhes peço. Nada mais que isso.

    Acho que não percebi a última frase:
    Se o trabalho é entregue em papel, têm de copiar e imprimir. Copy/Paste (nem se perde tempo a ler o que está lá. Eu que leia que para isso é que me pagam, não é? hihi)

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  4. Ok. Acho k entendi: O professor faz de conta k ensina e o aluno faz de conta k aprende.
    Assim está a escola... Assim vai o sistema de ensino. Aceitamos todos o FAZ DE CONTA e ficamos todos amigos.

    Nando

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  5. Não é bem mas anda lá perto.
    Os professores são "obrigados a passar" o aluno quer saiba quer não (lá vou eu levar com um processo em cima).
    Há alunos que querem aprender, outros nem por isso.

    No meio disto tudo, o nosso papel, enquanto educadores, é TENTAR ensinar algo mesmo aos mais desinteressados.

    É, como dizes, o estado em que o nosso sistema de ensino se encontra.
    Agora imagina os "Homens de amanhã" que estão, hoje, a sair das nossas escolas.

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  6. Estamos na era tecnológica. Temos tudo o que queremos através de um simples clique.
    É fácil acedermos a internet e por sua vez a toda a informação que ela contem.
    Assim, um aluno sabendo que tem a papinha toda feita, não vai perder duas horas a fazer um trabalho de raiz enquanto bastam dois minutos para o ter feito sem esforço.
    Posso confessar que muitos dos trabalhos que fiz foram tirados da net mas dava-me ao trabalho de os ler e mdificar certas coisas (principalmente expressões brasileiras)para que quando os prof's perguntassem o que la estava escrito eu saber responder. Mas ouve também alguns trabalhos que fiz a pesquisa em livros e tive de o fazer de raiz. Tudo dependia do tempo que tinhamos para fazer o trabalho e a vontade.

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