sexta-feira, 26 de março de 2010

A segurança que uma arma me dá

Ainda na baila, a questão do bullying veio trazer a público vários casos, estudos e opiniões por essa comunicação social fora. Esta notícia é fruto dessa temática: Os alunos violentos e as armas.
O número de alunos violentos é relativamente baixo, nas nossas escolas/universidades, no entanto eles existem. Entre esses jovens, a quantidade deles que andam armados (normalmente com x-atos ou navalhas) é ainda mais baixa mas, hoje, o DN publicou uma notícia que nos faz olhar para esta problemática de uma forma um pouco... diferente (no mínimo).
Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) "refere que os alunos violentos que usam armas (x-actos e navalhas) na escolas portuguesas são os que se sentem mais seguros."
"[...] Esta observação, feita em 134 escolas conclui que 16,4% dos estabelecimentos têm mais situações de violência do que o normal, 70,9% apresentam alguns casos de violência e apenas 12,7% se distinguem pelo baixo envolvimento em situações violentas.
Foram analisados 11008 alunos, do 6.º, 8.º e 10.º anos. Estes foram divididos em três grupos. Os que não se envolvem em violência (73,8%), os violentos que não recorrem a armas (20,9%) e aqueles que usam armas quando são violentos (5,4%). Entre todos, apenas os que usam armas referem que nunca se sentem irritados, tristes, deprimidos ou com medo. Enquanto os outros dois grupos dizem sentir estas emoções quase todos os dias. "Isto mostra que as armas dão uma sensação de segurança". Porém, a maioria dos alunos não são violentos."
A questão que se coloca aqui é, numa sociedade que se rege pela não utilização de armas e da violência; numa sociedade que se envolve cada vez mais em acções de solidariedade; onde as religiões evocam a convivência pacífica entre todos... o que estará aqui a falhar quando vemos que uma arma dá mais segurança e confiança que tudo mais?
Esta sensação (enganadora) de segurança não estará a ocupar o lugar de, por exemplo, uma religião ou de uma convivência sã entre os jovens (caímos aqui, mais uma vez, na questão dos jogos e das redes sociais, talvez)? Esta questão deve colocar-se, também, ao contrário: até que ponto estamos nós, cristãos, cidadãos empenhados nas comunidades, a criar respostas para os jovens, de forma a que estes encontrem a segurança (que as armas lhes dão!!!) noutro lado?
CJovem
Nota: os excertos foram retirados da notícia "Alunos só se sentem seguros se tiverem armas" realizada por ANA BELA FERREIRA

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