quinta-feira, 6 de maio de 2010

O menino que matou a sede a meio milhão de africanos

Protagonista: Ryan Hreljac
Local: Kemptville (Ontario), Canadá
Ryan Hreljac tinha apenas 6 anos quando decidiu colocar em ordem o seu pequeno mundo. Se tinha acesso a água potável com um simples gesto de abrir uma torneira, por que razão as crianças do outro lado do planeta não poderiam fazer o mesmo?
Foi a partir desta ideia que Ryan conseguiu criar e presidir, hoje com 17 anos, a uma das maiores ONG a nível mundial. A Ryan's Well conseguiu fornecer, de forma sustentável, água potável a mais de 500.000 pessoas.
O que torna esta história incrível é que tudo isto foi conseguido através da tenacidade, empenho e engenho de uma criança de 6 anos. 
A História:
Certo dia a professora Nancy Prest explicava aos seus alunos (do 1º ano) as condições em que as crianças africanas viviam. Perguntou aos seus alunos se sabiam qual a principal causa de morte entre os seus "colegas" africanos. Todas as crianças estavam convencidas que seria de falta de alimentos. A supresa foi evidente quando Nancy refutou essa ideia: "A falta de água potável é a principal causa de morte entre as crianças africanas!".
Ryan ficou chocado. Perguntou à professora quanto custava uma torneira em África e a professora, apanhada desprevenida, lembrando-se de ter lido algures que uma bomba extractora custava cerca de 70 dólares, lançou-lhe esse valor como resposta. Nesse mesmo dia, ao chegar a casa, Ryan pediu 70 dólares à sua mãe para enviar pelo correio para África.
A mãe ignorou tal pedido, claro, mas a persistência e o facto de Ryan se ter disponibilizado para trocar as tarefas diárias de casa pelos 70 dólares deixaram a mãe curiosa. Ryan, em lágrimas retorquiu: "Não entendes mamã! As crianças em África estão a morrer porque não têm água para beber."
A mãe concordou em dar-lhe uma semanada em troca de tarefas de casa.
Ryan esforçou-se e conseguiu amealhar o montante exigido. Sua mãe levou-o aos escritórios da companhia Watercan para que Ryan pudesse entregar o dinheiro ele mesmo. Lá chegados, ficou a saber que uma bomba só não bastaria, seria preciso construir um poço e isso custaria cerca de 2.000 dólares. "Isto significa que tenho de fazer mais trabalhos de casa. Não é?" disse Ryan. Susan Bosley, comovida com tamanha tenacidade, conseguiu convencer os seus superiores a ajudar Ryan no pagamento da factura, Ryan teria apenas que juntar 700 dólares. A demanda de Ryan correu pelas ruas de Kemptville e, aos poucos, várias foram as pessoas que se juntaram a Ryan. Em pouco tempo conseguiram juntar a soma necessária e o local escolhido para o poço de Ryan foi uma escola em Angolo, Otwal no Uganda, um país onde 1 em cada 5 crianças morrem por falta de água potável antes de atingirem a idade de Ryan.
O projecto cresceu à medida que as ambições de Ryan iam crescendo e hoje este jovem canadiano conta já com 432 poços construídos em 15 países africanos.
Olly

2 comentários:

  1. « Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.» - Mateus 11, 25

    Pois, os pequeninos, na sua ingenuidade e inocência sãs, podem mudar o mundo. Só precisam que lhes dêem oportunidades!
    Mas os grandes, normalmente, à simplicidade das crianças, respondem com burocracia de métodos e formas.

    Bom texto, Olly.

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  2. Aqui podemos testemunhar que até o ser mais pequenino pode fazer grandes feitos.
    O resultado está à vista, com apenas 17 anos já conseguiu 432 poços em 15 paises.

    "E por não saber que era impossivel, ele foi lá e fez!"
    "A diferença entre o possivel e o impossivel está na vontade humana"
    (Frases que cito de memória, mas que acho que se aplicam a este caso)

    Bom texto, Olly

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