O Pastor fundamentalista americano Terry Jones, que lidera a igreja evangélica Dove World Outreach Centre de Gainesville, na Florida, tem um plano radical: queimar cópias do Corão no aniversário dos atentados de 11 de Setembro.
Segundo ele esta acção pretende ser um sinal claro contra o Islão que descreve como “violento e opressivo” e considera que “é preciso enviar uma mensagem clara a esses radicais que não seremos controlados e dominados pelos seus medos e ameaças”.
Multiplicam-se as reacções em todo o mundo: quase todas de condena. Aos que o tentam demover diz que “só uma coisa o fará parar: receber um pedido directo de Deus”.
Agora, cá pra nós, bastava-lhe ler e meditar o evangelho desta quinta-feira (Lucas 6,27-38 ), 9 de Setembro. Pode ser lido AQUI.
Nesta passagem do evangelho encontramos uma regra de ouro, que é comum a todas as religiões: «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti». Porém, apenas Jesus formula esta regra de modo positivo: «O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.» (Lc 6,31). Esta regra de ouro constitui o fundamento de toda a moral.
Todos os fundamentalismos são detestáveis, tenham a origem e a raiz que tiverem. Intolerância gera intolerância. Violência gera violência. Esse pastor tem consciência disso?!
A. Brás
Afinal não foi preciso que Deus lhe dissesse para não o fazer:
ResponderEliminarBastou o Obama
O Dove World Outreach Center, uma congregação com menos de cem pessoas da cidade de Gainesville, na Florida, pretende homenagear as vítimas dos ataques terroristas através da queima de 200 cópias do livro sagrado dos muçulmanos. O promotor do evento, o pastor Terry Jones, garantiu à Associated Press que nem as mais de cem ameaças de morte que já recebeu, nem os apelos dos governantes do país o vão demover de presidir à cerimónia. "Estou preparado para dar a minha vida por isto", declarou o pastor, autor de um livro intitulado O Islão É o Demónio.
ResponderEliminarO procurador-geral Eric Holder descreveu o "Dia Internacional da Queima do Corão", inventado por Jones, como uma "ideia idiota e perigosa" e garantiu que o Departamento de Justiça não deixaria de investigar "agressivamente" e acusar todos os responsáveis por crimes designados como "de ódio".
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, denunciou o projecto do pastor evangélico da Florida como uma "obra de um fanático" e pediu aos americanos para não se deixarem contaminar por este tipo de "abordagens destruidoras". Mas de acordo com a presidente da Sociedade Islâmica da América do Norte, Ingrid Mattson, a comunidade muçulmana nos Estados Unidos sente-se cercada: "Muitos dizem que nunca se sentiram tão ansiosos e inseguros como agora."
"Ofensa escandalosa"
Ontem, vários líderes religiosos católicos, evangélicos e judeus denunciaram o "frenesim antimuçulmano" que se está a viver na América, fruto da "desinformação e intolerância".
"Esta ameaça de queima do Corão é uma ofensa escandalosa que exige a mais veemente condenação de todos os que valorizam a civilidade na vida pública e pretendem honrar a memória daqueles que perderam a vida no dia 11 de Setembro de 2001", lê-se na declaração conjunta.
A ONU emitiu um comunicado em nome do seu secretário-geral, Ban Ki-moon, dizendo que acções como aquela planeada pelo pastor Terry Jones "contradizem os esforços das Nações Unidas e de muitos outros para fomentar a tolerância, o entendimento entre culturas e o respeito entre as religiões".
Também a alta-representante da União Europeia para a Política Externa, Catherine Ashton, censurou a planeada queima do Corão na Florida e apelou ao "respeito por todas as crenças religiosas". "Esta não é claramente a maneira de proceder", reprovou.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o Presidente, Barack Obama, partilha a "inquietação" manifestada pelo general David Petraeus, que comanda as tropas americanas e a missão da NATO no Afeganistão, e alertou para as possíveis consequências nefastas da iniciativa. "Imagens da queima do Corão vão ser usadas pelos extremistas no Afeganistão e noutros lugares do mundo para inflamar a opinião pública e incitar à violência [contra os Estados Unidos]", antecipou o general.
No Cairo, o xeque Abdel el-Moati el Bayoumi, um dos dirigentes da Universidade de Al-Azhar, considerou que a cerimónia põe em causa a reconciliação dos Estados Unidos com o islão tentada por Obama. "Se o Governo americano não conseguir pôr cobro a esta cerimónia, ela constituirá uma prova cabal de terrorismo religioso, e arruinará as relações da América com o mundo muçulmano", declarou à AFP.
in Público
É fácil criticar e apontar o dedo a tudo o que não percebemos e não entedemos.
ResponderEliminarNós, do Ocidente, temos uma grande dificuldante em entender as atitudes do Oriente, mais precisamente os Islamistas e as coisas complicam-se quando falamos em especial dos fundamentalistas ou radicais.
Os Islamistas acreditam em um só Deus, Alá, e no Profeta, Maomé.
Um bom muçulmano é aquele que segue o Alcorão à risca, que faz e defende tudo o que Alá lhe diz.
O objectivo é que o mundo se converta ao Islão.
A morte em nome de Alá, o apedrejamento de adulteras, a submissão das mulheres parece-nos horrivel. Não fomos habituados e conviver com realidades destas. Mas tudo isto é normal e nem sequer se questiona num bom mulçumano. Pois se cumprirem a vontade de Alá, irão para o Paraiso onde terão a recompensa.
A título de curiosidade, o livro "Fúria Divina" de José Rodrigues dos Santos, é um bom livro que retrata o Islamismo e amaneira de pensar e agir dos radicais.
"Um bom muçulmano é aquele que segue o Alcorão à risca, que faz e defende tudo o que Alá lhe diz."
ResponderEliminarMas o que é que lhe diz que esse é que é realmente o bom muçulmano?
"Mas tudo isto é normal e nem sequer se questiona num bom mulçumano."
Portanto, o Zeinal Bava (CEO da PT) que é muçulmano, não será com certeza um bom muçulmano não é?Quem define o que é realmente um bom Cristão? Eu não aceitaria que viesse aqui um testemunha de Jeová dizer-me que um bom cristão é aquele que segue a Bíblia à risca. Porque é que a nossa avaliação se faz de forma tão rápida e superficial em relação aos outros?
O problema é só um: nos só ouvimos falar do mundo islâmico na tv quando eles fazem uma barbaridade, eles só ouvem também quando um pastor qualquer diz barbaridades também. É o desconhecimento que gera a intolerância. No máximo, se não conseguimos conhecer, devemos manter-nos na suave dúvida da aceitação...
Acho que um romance como "Fúria Divina" não é propriamente uma boa fonte científica a partir da qual se possa criar um ponto de vista sobre qualquer que seja o tema. Um livro tem sempre a opinião do autor, no máximo pode-nos fazer concordar com ela... Mas se só recorrermos um ponto de vista não podemos decidir o que nos parece mais "verdadeiro".
ResponderEliminarHá muitas coisas nos muçulmanos que não compreendemos, mas tenho a certeza que não é com intolerância que se chega a algum lado. O gesto desse senhor só vai despertar ainda mais intolerância. Se não concordamos com uma coisa não vamos fazer o mesmo, é no mínimo incongruente.
Vais desculpar-me, Tiago, mas desta vez não concordo com a tua afirmação, mostra um pouco do desconhecimento que tens em relação ao islão.
ResponderEliminarNa verdade, para um muçulmano, seja lá ele de que país for, o Alcorão é a Lei. É por ele que se tem de guiar e sim, deve ser seguido à letra. Daí os casos fundamentalismo cego que vemos (também os há no cristianismo e em qualquer outra religião). O Alcorão é decorado, não estudado e o busílis reside aí. Quem tem abertura suficiente para conseguir discernir como pode encaixar a sua crença numa sociedade moderna como aquela em que vivemos pode ter uma vida normalíssima como tu, eu ou o Zeinal Bava (tirando os escândalos de corrupção), quem cai no erro, ou ignorância (como o pastor Terry Jones), de se cingir ao que está escrito num Livro corre o risco de "fazer asneiras".
Mas esse tipo de pessoas sempre existiram e sempre existirão... o facto de uma religião ordenar o cumprimento de directivas escritas há 2000 anos não faz de ninguém um terrorista.
PS: O Livro Sagrado do Islão é acompanhado de leis deixadas por Maomé, estas são as directivas pelas quais um muçulmano se deve reger, se estão desactualizadas ou não, não te posso dizer mas que são a lei para ser cumprida à risca, isso te garanto.
Só tenho uma coisa a apontar ao islão: se permitissem o estudo aprofundado das suas leis, a interpretação dos textos, descobririam uma riqueza imensurável...e evitaríamos muito sangue derramado.
@Liliana:
ResponderEliminarComo em todos os romances de José Rodrigues dos Santos (não fora ele um jornalista), Fúria Divina tem como base factos reais, históricos e documentados. Neste caso em particular, o autor teve como "adviser" um antigo operacional da AlQaeda. Qualquer facto ou situação relativos a crença, atitudes e outros foram revistos e aprovados por ele. É claro que é um romance mas José Rodrigues dos Santos fez questão de retratar o islão radical tal qual ele é.
Quanto à atitude do Terry Jones, concordo a 100% contigo: um acto não pensada, como o dele, pode provocar muitos estragos pelo mundo inteiro e dar cabo das relações tremidas entre o ocidente e o médio oriente.
"O Alcorão é decorado, não estudado". - Falso;
ResponderEliminarAté há 20 min atrás não sabia que era falso, mas é. Mais uma vez, no Afeganistão dos Talibans, duvido que alguém o estudasse, mas a piada é que peguei aqui num exemplar do Alcorão que tenho da colecção do Público dos Livros que mudaram o mundo, e reparei numa introdução onde fala imenso da exegése feita ao Alcorão, e que metade do livro está preenchido com tópicos onde se reflecte acerca dos vários pontos que o livro refere.
Segundo: Li a segunda Surata e reparei que é extremamente aberta ao ponto de chegar a dizer que os Cristãos e Judeus também receberão a sua recompensa do Senhor. Ora, alguém se apressou a dizer-me que lá para a 5ª surata diz exactamente o contrário e que a regra era que a última mensagem é que conta: onde é que isso está? Na Sharia...
Vamos recapitular, segundo vocês, o Alcorão é para seguir à risca, depois descobrimos que o Alcorão tem contradições. Como se resolve isso?Com a Sharia, mas a Sharia então também é para seguir à risca?Onde diz isso?Noutra lei qualquer? Quantos países muçulmanos seguem a Sharia? Qual a proporção de Muçulmanos que realmente concorda com a Sharia?
Desculpa Olly, mas toda a tua argumentação cai por terra...
Até dou outra ideia:
ResponderEliminarVamos pensar um bocado nisto, porque surgiram as cruzadas?
Quero defender as cruzadas, surgiram, porque tinham de surgir, porque as condições a isso obrigavam. Era toda uma cultura ocidental cristã com os seus simbolos que estava em risco de desaparecer às mãos de um adversário tecnologicamente e militarmente mais poderoso.
Nesta altura, todo discurso e teoria cristã se radicaliza, porque tinha de se radicalizar, sobre pena de cair por terra. É claro que até sabemos que segundo Jesus, a resposta podia ter sido outra e que contra os adversários podiamos ter ganho sem desembainhar a espada, como mostrou também Gandhi, para referir um não-Cristão.
Ora, vamos pesquisar a história e vemos que, até ao terceiro quartel do século passado, não haviam problemas de maior com os países muçulmanos. Por exemplo: na década de 50, o presidente do Irão, Mossadegh tentou nacionalizar o petróleo do país que pertencia a multinacionais inglesas e americanas. Rapidamente os amigos americanos e ingleses mexeram uns cordelinhos e tiraram-no de presidente e impuseram o Xá, Reza Pahlevi, que governou até à revolução islâmica de finais da década de 70.
Ora, nesta altura, já o mundo e as relações coloniais tinham mudado muito, já não haviam condições diplomáticas para intervir da mesma forma que com Mossadegh. Começou-se a partir dessa altura a falar em radicalismo islâmico. Lembrar que também nesta altura, ainda Bin Laden e outros eram apoiados pelos EUA nas suas lutas contra a URSS.
O radicalismo islâmico é um fenómeno recente. E apareceu pela mesma razão que as cruzadas. É uma resposta. Apenas uma resposta forte e abrangente e RADICAL teve a força para acabar de uma vez por todas com a opressão ocidental. É exactamente como o radicalismo de Hugo Chavez ou de Fidel Castro. É uma resposta...
Mais um exemplo: A autoridade palestiniana, ligada à Al-Fatah de Yasser Arafat era e é uma organização moderada dentro da causa palestina. No entanto, sofreu imensos golpes dos vizinhos israelitas ao longo de todos os anos. A sua via diplomática não conseguiu resultados para o oprimido povo palestino. o que significou isso?O progressivo crescimento e aumento de importância do movimento radical Hamas. E sim, os radicais do Hamas baseiam-se no Alcorão e acham que a sua interpretação é a correcta. Mas por acaso os da Al-Fatah (que também já contou com muito terrorismo nas suas fileiras) pensam de maneira diferente.
Vocês estão a ver apenas e só um dos lados...
"Desculpa Olly, mas toda a tua argumentação cai por terra..."
ResponderEliminarTalvez, mas só se conseguires que um fundamentalista católico te explique como pode ele seguir à risca uma bíblia que afirma que Jesus subiu aos céus imediatamente após o encontro com os dicípulos (Lc 24,51) num evangelho e logo a seguir afirma precisamente o contrário, que Ele permaneceu junto dos discípulos por 40 dias (Act 1,3).
Ou o porquê de se falar, no Êxodo, em 10 pragas do Egipto e mais à frente serem mencionadas 12 (Salmos). Ou como se explica que, segundo o AT, o sol gire à volta da terra (desculpa mas não me lembro da citação, algures numa batalha para tomar Jerusalém aos ímpios).
Tu e eu sabemos explicar estas contradições mas o fundamentalista talvez não. O busílis é o mesmo.
As leis deixadas por Maomé foram escritas à medida que ele ia (tal como os discípulos, apóstolos e cristãos) sendo confrontado com as situações. Maomé nasceu e viveu num meio onde o judaísmo e o cristianismo conviviam no dia-a-dia, à medida que as situações de entendimento e/ou de conflito entre eles iam aparecendo as "instruções" eram ditadas, é muito frequente encontrares contradições como as que referes.
Quanto à exegese que referes, aqui peço que me ajudes, ela é feita por quem? Pela editora ou por um exegeta imam?
Estás a dar-me razão!
ResponderEliminarAs cruzadas surgiram quando a exegese bíblica não passava sequer pela cabeça de ninguém. O que a Bíblia atestava era facto histórico. Séculos depois, Galileu ainda sofreu na pele o resultado dessa forma de ver o mundo. Quando o ateísmo começou a ganhar adeptos sec. XIX, a Igreja viu-se obrigada, face às contradições, a certificar-se da veracidade do que pregava, a Teologia e a Igreja só teve a ganhar com isso e a prova disso somos nós.
Comparando a Igreja das Cruzadas com o Islão de hoje arriscas-te a granjear inimigos. O radicalismo é uma forma de resposta: é, sem dúvida que é. Pode é não ser a mais correcta, como podemos ver com os exemplos que dás. Seja o do terrorismo islâmico que recorre aos "pobres de espírito" que tudo fazem para ter uma vida digna e a quem lhes é prometido o paraíso em troca de um cinto cheio de explosivos, passando por Fidel Castro que afirmou esta semana em entrevista que o comunismo não é um modelo a seguir pois, da mesma forma que falhou pelo mundo além, também falhou em Cuba.
Estamos a atingir consensos.
ResponderEliminarPortanto, não há exegese no Islamismo, mas pelo que me dizes, podia haver, certo?
Porque a questão é, o Alcorão tem contradições, como a Bíblia, o que deixa espaço para a interpretação pessoal ou colectiva dos textos. O que eu defendo é que o radicalismo islâmico que leva aos tais ataques suicidas é apenas uma interpretação colectiva que tento explicar com factos históricos e sociológicos. No meio da opressão, as pessoas tendem a agarrar-se a ideais fortes nem que isso lhes exija a própria vida.
O que defendo assim não é que o Islamismo é melhor que o Cristianismo mas sim que, as pessoas são todas iguais, seja no ocidente, seja no oriente. Há um islamismo libertador e um opressor e o nosso papel deve ser procurar o libertador e conversar com ele. Da mesma forma existe um cristianismo libertador e outro opressor.
A resposta à tua pergunta. A introdução fala no geral sobre alguns aspectos da exegese feita ao Alcorão. A tradução é feita pelo professor Samir Hayek que parece ter escrito o livro "O significado dos versículos do Alcorão".
O que peço para evitarmos é dizer: "ser um bom muçulmano é isto", porque é algo demasiado diverso e até com várias interpretações possíveis para podermos dizer uma coisa dessas.
Esqueci-me de explicitar uma coisa: as causas para o terrorismo islamico são históricas, sociais e políticas. Este não é inerente ao islamismo.
ResponderEliminar(Este comentario é só um aparte. Não querendo fugir ao tema, eu sei perfeitamente que o José Rodrigues dos Santos se baseia em factos reais e que faz muita investigação para escrever os seus livros. Mas tratam-se de ROMANCES, para além dos factos reais está a ficção, e para além da ficção está a opinião do autor. Não me posso basear neles para estudar História ou Física, não sao livros cientificos, há sempre uma opinião pessoal por trás deles. Quero apenas com isto dizer que realmente se aprendem algumas coisas em romances, mas nao podemos ficar apenas com o que nos apresentam e aceita-lo como verdade absoluta.)
ResponderEliminarApenas coloco uma ressalva ao teu comentário. Quando dizes:
ResponderEliminar"Há um islamismo libertador e um opressor e o nosso papel deve ser procurar o libertador e conversar com ele. Da mesma forma existe um cristianismo libertador e outro opressor."
Não podes afirmar isso dessa forma! Existem apenas um Islão e um Cristianismo.
A forma como cada um de nós o vive é que o torna diversificado.
Exemplo concreto:
O Deus de Terry Jones (e a Bíblia sobre a qual ele se baseia) é o mesmo que o teu e o meu, a forma que ele tem de interpretar (e viver) a sua fé é que difere da tua e da minha (radicalmente, ouso dizer), da mesma forma que a tua também difere da minha. ;)
Outros 2 exemplos concretos e que resumem tudo aquilo que temos vindo a falar:
ResponderEliminarA Igreja proíbe o preservativo, porém, no terreno, há sacerdotes, religiosos/as e leigos que o aconselham. A realidade do dia a dia e das populações é quem ditam as regras.
Samir Hayek (já andei a cuscar acerca dele, obrigado pelo esclarecimento) partilha da ideia do islão como experiência de fé, uma visão adulta e reflectida do que deve ser uma religião (há quem lhe possa chamar: visão ocidentalizada - eu não), um fundamentalista Afegão (um exemplo como outros) interpreta o islão à lei da bala, pois pouco mais conhece que isso.
São formas diferentes de viver a mesma fé.
PS: Gostei de ver que o CJovem voltou a prestar "serviço público". :D
Ou seja, o que eu quis mostrar nos meus comentários é que existe um senhor chamado Samir Hayek, ou seja, que aquela visão literal e violenta do Islão não é necessariamente o próprio Islão.
ResponderEliminarSobre os teus exemplos, concordo: e por isso é que não concordo quando algumas pessoas se baseiam apenas nos ditames da hierarquia católica para chegar às suas verdades religiosas. Até já tivemos um papa que defendia o preservativo, é bom lembrar...
Quanto ao islamismo opressor ou libertador, digo-o porque realmente existem diversas formas de viver o islamismo e acho que nenhuma se pode arrogar a ser o verdadeiro islamismo. Como o teólogo Edward Schillebeeckx achava que nenhuma forma de interpretar a religião católica se devia arrogar ao direito de se achar a verdadeira forma.
Para a Liliana: tem cuidado com a ciência, até os textos científicos estão dependentes das crenças e da opinião dos seus autores...mas sim, acredito que não tanto como os livros do José Rodrigues dos Santos...
Por fim: sim, serviço público Olly. É sempre bom ter um debate em condições=)
Oops!
ResponderEliminarDesculpa Liliana, só agora vi o teu comentário!
Não quero que me interpretes mal nos comentários que teci, tenho por norma fundamentar os "disparates" que digo ou escrevo e, o que escrevi, fi-lo com base em alguns aspectos que quero enunciar:
Quanto à isenção da opinião dos autores, tirando alguns compêndios de ciências exactas, todos estão sujeitos às inclinações do autor. Um exemplo é a interpretação, por parte dos historiadores, da ida da coroa portuguesa para o Brasil por ocasião das invasões francesas: uns apelidam a decisão de acto de covardia enquanto outros de engenho diplomático...
No que à Fúria Divina diz respeito, há uns tempos atrás, José Rodrigues dos Santos concedeu uma entrevista ao programa A de Autor e foi questionado acerca do que era facto e ficção no livro. Fazendo notar que era um romance e, como tal, sujeito às suas interpretações, como bem afirmas, fez notar que os comportamentos das personagens são bem reais e podemos testemunhá-los diariamente até aqui na Europa.
Não me convenceu... até segunda-feira passada quando, no Jornal da Noite da SIC, na rúbrica "Coisas do Mundo", abordaram o tema da reinserção dos ex-prisioneiros de Guantanamo (não sei se viste) e fiquei chocado ao ouvir um ex-general de Osama - supostamente reabilitado - afirmar que de bom grado entregaria o seu filho a Osama para ser mártir. Cito: "Quando o meu filho nasceu, Osama tirou uma tâmara da sua boca e deu-lha. Antes mesmo de ele provar do leite de sua mãe, já tinha provado o sabor de Osama, por isso o meu filho é dele. Ele pode fazer do meu filho tudo o que quiser.". Daí ter falado dos radicais desta forma.
Repito, concordo com o que afirmas mas nem tudo é, infelizmente ou não, preto no branco. :(
Sim, concordo... Apenas estou a tentar explicar que não podemos basear-nos apenas numa coisa que lemos num romance ou noutro lado qualquer, ate mesmo num livro cientifico... Quase ninguém é imparcial quando escreve algo, por isso penso que é importante lermos várias coisas, opiniões diferentes, para que possamos nós elaborar a nossa própria opinião, e não ficarmo-nos pelas opiniões dos outros.
ResponderEliminarE sim, há formas de pensar que de facto assustam, nomeadamente entregar o filho a um suposto terrorista. Não consigo entrar da mesma forma que vocês entraram no debate (o meu Q.I. não da para tanto. lol) mas por mais incompreensível que seja para nós, não podemos ser intolerantes, e não por toda a gente no mesmo saco.