domingo, 10 de outubro de 2010

Estaremos a tornar-nos em "Adultos mimados"?

As opiniões são de cada um e revermo-nos, ou não, nelas. Cabe só a nós e à nossa forma de ver as coisas. Mas cada vez mais nos vemos (nós jovens!) catalogados com rótulos que nos fazem sentir menos bem connosco próprios.
Estarão esses rótulos correctos? E que fizemos nós para "levar com eles"?
Pessoal, não é nada fácil ter paciência com esse amontoado de adultos mimados que estão surgindo de uns tempos para cá. Eternos adolescentes que não conseguem assumir as responsabilidades por suas vidas. Casam, têm filhos, e continuam na dependência de seus pais como se fossem crianças. São incapazes de arregaçar as mangas e trabalhar para a concretização de seus projetos. Vivem esperando "cair do céu" ou "sair do bolso" da mamãezinha. Foram poupados por uma educação superprotetora e não conseguem tolerar a menor frustração ou realizar o mínimo esforço. Muitos se desiludem e amaldiçoam a vida e as demais pessoas em função de caprichos desatendidos. Choram e exigem que o mundo se compadeça de suas desventuras. Sentem-se perseguidos pela má sorte e vivem se lamentando. Quando rezam não o fazem para se aconselhar com o Senhor, mas para impor seus desejos e determinar que sejam atendidos com celeridade. Quanta pretensão!

Lógico que essas pessoas sofrem e se sentem injustiçadas. Não estão acostumadas a ser contrariadas. Sempre tiveram tudo muito fácil, e não conseguem entender porque isso não acontece pela vida toda. Ser poupado na infância e adolescência nem sempre representa um ganho. Prudentes são os pais que protegem os filhos dos perigos, mas não aqueles que os poupam de necessários ensinamentos, superprotegendo-os. Num mundo em que grassam o individualismo e a ignorância, criar filhos mimados, presunçosos e egoístas corresponde a destiná-los ao sofrimento e fracasso pessoal. Poucos vivem cercados de facilidades, enquanto a grande maioria persevera para alcançar seus objetivos. Não podemos simplesmente abrir mão das obrigações que nos competem porque não fomos preparados para assumi-las [...]
Artigo publicado em REVISTA MISSÕES (Ler mais...)
Por: Maria Regina Canhos Vicentin (psicóloga e escritora)


6 comentários:

  1. Ainda este fim de semana estive a falar nisto
    tinha dado um jeitaço ter encontrado este texto antes

    JP

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  2. Não gosto do texto...é uma propaganda fácil e o seu objectivo claro vê-se no fim: é vender um livro...

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  3. Concordo, Tiago, mas à parte da propaganda fácil e por mais que me custe dizê-lo, o que ela relata passa-se em muitos lares portugueses (também).

    O desafio, deste texto no CJovem, era de encontrar argumentos que contrariassem estes rótulos que nos/vos são colocados.
    E (pelo que sei) creio que tanto a iniciativa enTenda, como o teu comentário já provaram que os nossos jovens, quando querem, são capazes de refutar esses rótulos e de mostrar que de "adultos mimados" não têm nada.

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  4. Sim, tens razão, passa-se em muitos lares, mas acho que este tipo de argumentos são um tiro completamente ao lado. Esquece tudo o que está por trás. Primeiro parece culpar os jovens unicamente, depois já parece culpar é os pais dos jovens, mas estas são as direcções erradas do ataque.

    Os pais e os próprios jovens são as vitimas de algo que ainda está por trás deles. No texto, por exemplo, fala-se do individualismo, que ali aparece como se fosse apenas um dado do jogo e como se não fosse o individualismo a criar a situação que se critica e como se o individualismo não fosse ele também uma criação social e acima de tudo política. O que é que acontece a estes argumentos do texto? Critica o individualismo mas as soluções que apresenta situam-se apenas ao nível do indivíduo. É o indivíduo filho que deve esforçar-se para não ser mimado e o indivíduo pai/mãe que deve dizer que não ao filho. Será que o problema se resume apenas à relação pais-filhos?Eu acho que não...

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  5. Concordo, por isso a introdução ao texto que apela à desconstrução dos rótulos que insistem em colocar na juventude.

    A piada é que este texto já foi lido por 70 pessoas e ninguém (ou quase) notou que a introdução entra em contradição com o resto do texto :D
    (pelo menos ninguém se queixou)

    É certo que há jovens (e pais) assim, é certo que têm o dever de mudar mas, como dizes e bem, muitos são os condicionantes externos. Se virmos bem, se recuarmos uma década ou duas, os jovens de então recebiam estes mesmos rótulos e, mal ou bem, safaram-se...

    Se por um lado concordo com o facto de deixar "a caravana passar e os cães ficarem a ladrar", por outro, um abanão (mesmo cheio de incongruências como este) de vez em quando faz bem para nos acordar e, principalmente, para nos obrigar a desconstruir estas ideias que fazem de nós! Independentemente de quaisquer factores que estejam por detrás.

    Se o texto não estivesse cheio de "falhas" provavelmente não teríamos comentado, teria passado, como muitos, ao lado. Ficando na indiferença. Assim obriga-nos a pensar...

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