Aconteceu, um dia, que, entrando na Casa-Mãe das Irmãs, Allamano as encontrou a todas a comer gelado. Surpreso, não se conteve e disse em tom de censura:
- Com que então a comer gelado, hem?
-Foi D. Perlo quem no-lo ofereceu, como prémio por termos trabalhado muito.
A repreensão tinha-lhe saído espontânea, sem ter tido tempo de enfrentar com calma aquela situação inesperada. Ficou triste e, no dia seguinte, pálido e emocionado, voltou à comunidade das Irmãs. Ajoelhou-se, fez o sinal da cruz, olhou para o quadro de Nossa Senhora da Consolata e, com voz comovida, disse-lhes:
-Venho pedir-vos perdão pelo acto de impaciência que tive ontem. Irritei-me e não o devia ter feito.
Depois, afavelmente, conversou com elas. Mas, antes de partir, ainda repetiu:
-Peço-vos novamente perdão. Não sigais o meu exemplo.
Torna-se, por vezes, difícil pedir perdão a alguém. Muitas são as condicionantes envolvidas, pessoais e/ou sociais; mas a grandeza de uma pessoa define-se neste particular que é o de "nos fazermos pequeninos perante o nosso irmão", mais que reconhecer que errámos, devemos ser capazes de pedir perdão pelas nossas faltas.
Este pedido não precisa de ser "cantado aos quatro ventos", pode ser transmitido pessoalmente, quase em surdina... mas faz um bem tremendo, acreditem.
Continuação de uma boa Quaresma para todos.
Olly
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