segunda-feira, 28 de março de 2011

Vivi e Copi: «Para algumas pessoas, ainda éramos o Padre e a Hermanita»

Como estão todos? Esperamos que se encontrem bem e felizes.
Neste momento já estamos em Bogotá. Temos muita coisa para partilhar e não sabemos como o fazer sem sermos cansativos… Vamos tentar por tópicos.

Puerto Ospina
Partilhando algumas coisas sobre aquela missão, temos de começar por lembrar que a nossa presença era provisória - 2 meses e meio. Já vos contamos um pouco dos nossos empenhos, mas explicando resumidamente, era nossa responsabilidade manter o despacho aberto para tirar fotocópias (quando havia luz), vender algumas coisas (velas principalmente pela falta de luz na povoação), tratar de alguns documentos de baptizados e assim coisas do género. Fora isso rezávamos o rosário, à quinta-feira, com a comunidade que aparecia (e não eram muitos) e preparávamos a igreja para a missa.
Normalmente vinham celebrar os Arautos do Evangelho, ou o P. Armando (IMC), e como a missa era sempre às 19h então tinham de passar a noite lá em casa, podemos dizer que ao fim-de-semana “dormíamos” quase sempre com estranhos :)

Outros empenhos incluíam as visitas às famílias, acolher quem chegava ou passava, e ajudar nos trabalhos de casa (esta última tarefa foi muito recente, começou quando descobriram que sabíamos inglês ou quando precisavam das enciclopédias que existiam lá em casa). Finalmente, também distribuíamos uma farinha tipo Cerelac que faz parte de um programa do governo (tipo Leite Escolar), infelizmente também deveria chegar leite e bolachas, mas em 3 meses só veio essa farinha. Muitas vezes as pessoas vinham de longe, das veredas, às vezes com os filhos, e custava-nos muito ter que dizer "Não temos".

Para falar um pouco das aventuras, vamos contar como foi a última semana. Durante todo o tempo que estivemos lá nem imaginávamos que existia uma bomba da comunidade que mandava agua para as casas. Desde o início houve um senhor - Dom Jaime - que com uma bomba particular (e que todos usavam) bombeava água do rio para o nosso reservatório. Isto quer dizer que tínhamos água nas canalizações e no tanque. Ora bem, como esta situação era boa demais, logo no final do primeiro mês, esta bomba estragou-se. Graças a Deus que quando o tanque estava quase vazio lá vinha uma chuva providencial que o enchia de novo. Só para esclarecer: sem bomba não existe água nas canalizações, logo, tocava usar sempre os baldes. Assim ficámos todo o tempo até que, na última semana, a quatro dias de irmos embora, de repente vimos água a entrar no reservatório e apercebemo-nos que existia, então, a tal bomba da comunidade. Sobre a luz o caso foi ao contrário, no momento em que passou a funcionar a bomba de água, deixou de funcionar a central de luz. A central ligava a luz das 18h00 às 22h30 (ao fim-de-semana era ate mais tarde - 24h00), o problema ali é que passa mais tempo avariada do que a funcionar e como o gerador de casa também estava estragado, tocava a dormir muito cedo, às 20h30.
Ah! Quando chovia era bom porque tínhamos água, mas infelizmente também chovia dentro de casa. Enfim... Era para refrescar o ambiente visto que havia noites com 30 graus!

Peripécias contadas, podemos concluir que a missão ali foi muito importante para nós enquanto recém missionários: tivemos de aprender novos métodos, nova língua, nova comida, enfim… estávamos na Amazónia! Mas também foi bonito para nós e para a comunidade o testemunho de casal, um jovem casal que deixa tudo para viver com eles e, aliás, que ali também aprendeu a viver uma vida de casados (não é necessário dizer que, para algumas pessoas, ainda éramos o Padre e a Hermanita)

Perú
Depois de um período de alguma indefinição e conhecimento da realidade Amazónica, chegou a confirmação da nossa destinação, e que destinação… Perú!

A comunidade será composta por nós os dois e o P. Moonjung Kim (recém-ordenado). Segundo o Conselho Regional, uma equipa jovem, intercultural (Portugal e Coreia), com presença de LMC e IMC e, para melhorar, mista, dois homens e uma mulher.
Soplin Vargas (não aparece nos mapas) é o nome da comunidade que nos irá receber. Desde há alguns anos que não tem presença fixa da Igreja Católica. Nos últimos anos (mais ou menos 8 anos) têm sido visitados pelas comunidades de IMC e MC da Colômbia, entre elas estão a Irmã Graça Amado (que neste momento trabalha em Bogotá) e a Irmã Graça Lameiro.
A nossa missão é: ser presença católica permanente na comunidade Soplin Vargas; acompanhar as veredas (comunidades) que pertencem ao distrito juntamente com a equipa da Pastoral de Fronteiras – Perú, Colômbia e Equador (onde também está a Graça Lameiro) e, finalmente, integrar o plano pastoral do vicariato de San Jose del Amazonas (Perú) (VER SITE)

Para iniciar esta missão participámos, este mês de Março, na Assembleia do Vicariato San José del Amazonas em Indiana, altura em que nos apresentámos ao Bispo Alberto Campos e fomos recebidos, pelo mesmo e pelo vicariato em geral, com muito carinho e expectativas.
Durante duas semanas tivemos oportunidade de conhecer as diferentes comunidades e os trabalhos pastorais. Como equipa, ficámos positivamente impressionados com o trabalho desenvolvido e, particularmente, como vivem a missão Amazónica. O tema deste ano foi “Amazónia geme/grita, dar-lhe a mão é a nossa opção!

No site que colocámos acima podem ver mais informações sobre o vicariato e, mais tarde, sobre esta assembleia (no nosso blog vamos colocar algumas coisas também).
Terminada a Assembleia o Bispo nomeou o Kim como Vicário/Pároco de Soplin Vargas, “colaborando com os esposos Rui Silva e Viviana Barbosa” (citado da carta de nomeação).
É importante dizer-vos que a única coisa que existe no que se refere à paróquia é o Povo de Deus e o terreno onde se construirá uma Capela, uma maloka e uma casita para os Missionários (quando houver dinheiro claro!). Para já, contamos com o apoio da comunidade de Puerto Leguizamo (Colômbia – onde está a Lameiro) e com o acolhimento tão esperado da própria comunidade de Soplin (algumas pessoas já construíram a sua casa a pensar num quartinho para os missionários! O verdadeiro acolhimento).

Aproximando-se a data da nossa partida, pedimos as vossas orações para que esta abertura de uma nova missão seja frutuosa, principalmente para as comunidades que nos irão acolher.

Unidos na oração e na missão!

Vivi e Copi (LMC Colômbia – Perú)
www.vivicopi.blogspot.com

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