domingo, 17 de maio de 2009

Bairros Sociais...

Sem dúvida que os problemas que surgem nalguns Bairros Sociais problemáticos são um tema extremamente controverso...

Como Missionários e Jovens Missionários, habituados, ou que se hão-de habituar a cenários problemáticos e com os quais é difícil lidar, qual a nossa opinião sobre isto?

Qual a nossa explicação para os problemas nestes Bairros e, mais difícil ainda, qual a melhor resposta e verdadeiro meio de acabar com estes problemas...?

Tiago Santos

12 comentários:

  1. Falar de bairros sociais é falar de falta de formação profissional, educacional e cívica!
    É falar de pobreza, fome e desemprego! É falar de minorias étnicas e raciais em constante ebulição e confronto!
    O que pode alterar essa situação? A criação de movimentos de integração e multiculturais, Formação profissional, centros de ocupação de tempos livres para crianças e jovens etc.
    Acima de tudo gente com vontade de ajudar!

    ResponderEliminar
  2. concordo contigo João mas penso que nestes casos que dizem respeito aos bairros sociais, temos que aplicar a teoria do causa efeito... Ou seja, temos primeiro que descobrir qual é a causa! O grande problema destes bairros começa precisamente quando os nossos queridos politicos os colocam lá! Primeira discriminação!!!!!! És pobre? Tens muitos filhos? Pertences a uma minoria étnica? És imigrante? Então vais viver para um bairro social... é a triste solução que têm dado... aqui é que se deve combater a exclusão que são os bairros sociais... Já imaginaram se ouvesse um politico que tivesse a coragem de realojar uma família de ciganos num lote em quaisquer bairros ditos "chiques"? Seria um escandalo!!! Para mim não! quanto mais as pessoas se sentirem excluidas, sem uma oportunidade de viverem dignamente, os bairros sociais continuarão a ser um problema.
    Sendo que são um problema já instalado, as soluções passam por maior inclusão junto destes bairros (exemplo do Zambujal) e de tudo aquilo referido pelo João e muito mais.
    Em suma, não devemos pensar na solução do problema quando continuamos a fechar os olhos á fonte do problema pois cada ser humano tem direito á igualdade e só cá para nós isto acontece??? Penso que não...

    Copi, LMC

    ResponderEliminar
  3. @Tiago, este texto é uma reacção ao debate da última reunião do JMC Centro, não é?! Penso que deve ter tido alguma influência, uma vez que no último sábado, ao partilharmos a experiência do grupo que foi à festa do padroeiro do Bairro do Zambujal, na periferia de Lisboa, onde trabalham o Padres, Irmãs e Leigos da Consolata, toda esta temática veio ao de cima.
    E fazes bem em focar a tua provocação na perspectiva missionária. Pois pode-se analisar a vida de um bairro (social) desde muitas perceptivas. Até mesmo 'a económica' (e neste aspecto seguramente que terás uma opinião mais balizada que todos nós, não fosses tu um estudante de economia cheio de inquietudes). Infelizmente, a maior parte da sociedade portuguesa olha para um bairro social com muito preconceito. E parece que a única coisa que preocupa é o factor segurança. Esquecendo toda a complexidade de causas, efeitos e circunstancias.
    Obviamente que sobre o tema há muito a dizer. Mas o comentário já vai longo e, por agora, faço apenas esta achega.

    ResponderEliminar
  4. Gostaria de acrescentar que os nossos políticos realmente poderiam fazer mais mas….. será que a culpa é só deles? Penso que não! Em primeiro lugar em vez de se tirar as pessoas destes lugares onde muitas delas até gostam de lá viver; (basta ver as noticias em que se fala de realojamentos; alguns deles forçados!) há que tentar criar melhores condições de vida dentro do bairro! (e ai não são só os políticos que têm que actuar, mas também ás instituições de solidariedade social que não podem nem devem fechar os olhos!) Em segundo lugar muitos deles estão nestes bairros sociais vindos de barracas onde não tinham quaisquer condições de vida! O problema é misturar raças e etnias distintas no mesmo bairro, o que provoca fricção!
    A criminalidade também deve ser combatida! E isso só se faz com o acompanhamento de crianças e jovens, e claro o tão indesejado policiamento! Nos bairros sociais vive muita gente seria, e muita gente que o quer ser! Mas é também o local ideal para quem vive á margem da lei!!

    ResponderEliminar
  5. Quanto aos bairros sociais:
    Não podemos ser meiguinhos e tentar desculpar uma coisa: a maior parte desses moradores são ilegais, seja por culpa do governo/EU e as suas políticas (exclusivas e restritivas) de legalização, seja por vontade própria dos envolvidos... Só por si, este é um factor de exclusão, trabalham à margem da lei, sem regalias nem direito a assistência social, as crianças só podem frequentar até ao 4º ano (se não tiverem nascido cá) sem documentos. Tudo isto é factor de exclusão.
    O que faz um jovem sem documentos e sem escolaridade? Trabalhos precários, com rendimentos mínimos e, claro está, o crime alicia, por isso a criminalidade aumenta, por isso vemos, cada vez mais, assaltos realizados por estrangeiros... :(
    (é quase hipocrisia ver, como vi no bairro do zambujal, um BMW 850 novo e todo equipado)
    Não estou a discriminar, apenas a apontar o dedo a uma realidade.
    Por muito que tentemos ajudar, se essas pessoas não conseguem a legalização, nunca conseguiremos acabar com esta situação.

    ResponderEliminar
  6. Quem dá emprego a pessoas ilegais? São portugueses como qualquer um de nós! As empresas que querem mão-de-obra barata, não são só os políticos!
    Mais do que criticar os políticos á que criticar a nossa sociedade portuguesa! Á que não esquecer que os políticos são portugueses como nós! Andaram nas mesmas escolas que nós, foram educados na mesma sociedade que nós, são portugueses como nós!
    Querer separar cidadãos comuns de políticos é como querer fazer dos políticos Extra terrestres, o que não são!!
    Toda a sociedade portuguesa tem culpas!! Não só os políticos!!!

    ResponderEliminar
  7. Desta vez concordo contigo João...

    A política, a verdadeira política é feita pelos cidadãos, que não se devem desligar dos seus direitos e deveres. E esses direitos e deveres são algo mais do que votar de 4 em 4 anos para umas eleições quaisquer...

    Deve partir tudo, na minha opinião, de uma mudança civilizacional mesmo. Há que mudar todo um paradigma...Quando ouvimos aqueles hippies que parecem tresloucados a falar em ser cidadãos do mundo, não nos parece uma ideia bastante católica de que toda a gente, de qualquer país, é um ser humano, e deve ser tratado como tal?

    Não se trata de ser a favor de ninguém em particular, trata-se de ser a favor de um outro modelo de civilização, de sociedade baseada em valores de igualdade e justiça...

    No imediato? Penso que deveríamos começar com as políticas de inclusão, de melhoria da educação para as minorias, incentivos à entrada no mercado de trabalho, incentivos à legalização dos imigrantes, e toda uma série de políticas sociais baseadas em muito do que se faz no Bairro do Zambujal com os Missionários da Consolata...mostrar acima de tudo que existem alternativas.

    E quando falo em educação, falo da educação tanto das minorias como das maiorias. Falta muita educação a uma maioria que não acolhe nem sabe acolher... E eu sei que em muitos destes bairros, a maioria da população é portuguesa...

    Os franceses devem aos portugueses muito, com o trabalho que por lá fizemos ao longo de décadas...também se vivia em bairros de lata enormes (os maiores que a Europa já viu, cheios de portugueses). Como para nós, portugueses, há que aproveitar as enormes potencialidades dos imigrantes que entram. Além disso, o contexto das migrações, esconde uma realidade muito mais penosa e triste. A realidade de que nenhum deles vem fazer turismo...nenhum deles vem passear...penso que poucos realmente queriam vir...foram obrigados, pela pobreza, muitas vezes extrema, que é infligida aos seus países de origem...

    Como dizia Fernando Nobre: Não há lei nenhuma, não há ninguém que consiga impedir um Africano em pobreza extrema de arriscar a vida para encontrar a prosperidade na Europa, e essa prosperidade é para si e para toda a família que fica em África...

    ResponderEliminar
  8. @João: Concordo em alguns pontos contigo (na parte das mãos à obra eheh), quanto à parte em que refres os políticos, talvez aí o meu texto seja algo confuso:
    Eu nunca falei de políticos, uma coisa é falar de políticos outra é falar de políticas de imigração.
    Não estou bem na minha área mas vou tentar não dizer grande disparate.
    As políticas de imigração (e todas as outras) são ditadas (a bem dizer) pelas economias, i.e. a economia vai bem, há dinheiro para todos, alargam-se as cotas de legalização; o país entra em recessão, apenas se "aceita" mão de obra especializada (no caso do ano passado em que foram aceites as legalizações de cerca de 2000 licenciados); o mundo entra em crise... todos fecham as torneiras, cada um que se safe por si(caso actual).
    Na realidade, as classes políticas (como sempre) andam a reboque das oscilações da economia, ou seja, neste caso são talvez os menos culpados de todos.

    Como disse o Tiago Santos, citando Fernando Nobre,"... não há ninguém que consiga impedir [uma pessoa] de arriscar a vida para encontrar a prosperidade..."

    Espero ter-me retratado da questão dos políticos :D

    Agora deixo a responsabilidade nas mãos de todos os portugueses (sou mau hihihi), nós temos de acolher e tratar todos os que vêm para portugal tão bem (leia-se melhor) como fomos tratados quando fomos nós a sair de cá.

    ResponderEliminar
  9. A politica é sempre a culpada de tudo, nao basta dar casas novas, com uma renda baixissíma k para certas pessoas nao chega, pois o que vejo sempre sao casas novas e boas de habitar que passado algum tempo estão todas partidas e o material lá posto foi roubado, entre muitas outras coisas. Isto é óptimo!! já para nao falar que não são isolados, mas também nao vivem em zonas chiques.

    ResponderEliminar
  10. @Paulo Mateus:
    De facto existe também muita falta de civismo, para não falar de falta de educação...
    Infelizmente há-de haver sempre esse tipos de atitude, lembro-me de me contarem um episódio passado num bairro social em frança (isto na década de 70), em que 1 ano após terem dado as casas, foi feita uma visita/vistoria e estava tudo estragado, vidros partidos, portas arrombadas, banheiras a servirem de capoeiras e de plantação de vegetais... enfim, 2 anos depois tiveram que tirar toda a gente de lá por falta de condições.

    Por isso reafirmo, concordo contigo, a educação está primeiro... e louvo o exemplo de gente como a Marisa e a Ketta (entre tantos outros) que levam para a frente projectos de alfabetização/formação em bairros destes.

    Grão a grão... :)

    ResponderEliminar
  11. Eu vivo num bairro social e tudo o que disseram está errado .
    Falta de formação profissional, educacional e cívica tem quem pensa isso dos bairros . Se não vivem num , não comentem .
    Há violência e furtos em plena cidade , então porque é que apenas comentam o que se passa em bairros sociais ?! Não sabem o que dizem não falam ...
    Não é por a renda das habitações ser mais barata que o ambiente vai piorar o. Nem todos têm dinheiro para comprar casas noutros locais e isso não é ser má pessoas . Existe todo o tipo de pessoas , até pessoas que descriminam os próprios bairros ,como vocês !

    ResponderEliminar
  12. Concordo com o senhor/senhra que disse para não falarem mal dos bairros sociais, eu por exemplo neste momento quero muito conseguir ir para um bairro social, pois os meus pais estão em processo de divorcio, eu e o meu irmão queremos ficar com a nossa mãe mas ela esta desempregada, ela tem andado sempre á procura de emprego mas nao encontra, eu vivo numa boa casa com um grande jardim mas no entanto terei de morar num bairro social, por isso nao sencuro ninguem, para subir na vida é dificil, descer é que é rapido, é o que a minha mae me diz.

    ResponderEliminar