Geração à rasca

Sou da geração da “casinha dos pais”, respondia deste modo um jovem à pergunta de uma jornalista da RTP, antes mesmo que ela lhe perguntasse se ele se revia na última canção “Parva que sou” dos Deolinda.

Esta canção, cantada por primeira vez nos coliseus de Lisboa e Porto, no final de Janeiro, antes mesmo de ser editada pelo grupo e cuja música e texto o CJovem foi dos primeiros a disponibilizar online, transformou-se rapidamente no hino de toda uma geração. Este é o tipo de fenómenos que mostra a força da Internet, de modo especial das Redes Sociais. O Vídeo no Youtube tem centenas de milhares de visitas; no Facebook existe já a página “Parva que Sou”. A música espalhou-se de forma quase viral pela internet.

Será o grupo Deolinda os “Zeca Afonso” do momento? Há quem veja nesta “tentação de comparar” um exagero. Mas a verdade é que há um antes e um depois de “Parva que sou”. A geração que ultimamente tem sido apelidada de geração “nem nem” (nem estuda nem trabalha), de geração “parva” – por vinculação directa a esta canção, recebe nestes últimos dias a designação, ao parecer mais consensual, de “geração à rasca”, porque parece que é disso mesmo que se trata.

O CJovem, que desde o inicio procura acompanhar e reflectir os temas que mais afectam o mundo da juventude, aqui está mais uma vez para favorecer o debate, senão mesmo a provocação. Que os próprios jovens, que muitos vezes se deixam levar pela inércia, reflictam caminhos de futuro. Estamos do lado do “Basta!” à geração da precariedade.

Está marcada uma manifestação da “Geração à rasca” para o próximo dia 12 de Março, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Já se pensa em organizar também um protesto no Porto.

Já disponibilizamos online uma sondagem sobre o tema: Quais os motivos que te levariam a protestar numa manifestação deste género?A que queres dizer "Basta"?

Deixamos também uma reportagem de fundo que a SIC apresentou no Jornal da Noite do último dia 16.

CJovem