Na última Cimeira Mundial da Alimentação, que juntou 60 chefes de Estado e de governo, na qual o Papa marcou presença, Bento XVI alertou para a importância de "uma consciência solidária que considere o direito à alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções ou discriminações".
Fez, ainda, uma condenação corajosa dos sistemas económicos e políticos que acabam por submeter os alimentos à categoria de mera mercadoria: "É preciso contestar o egoísmo que permite que a especulação penetre mesmo no mercado dos cereais, colocando a comida no mesmo plano que todas as outras mercadorias", afirmou.
Bento XVI desafiou à mudança de estilos de vida, sem “opulência”. A preocupação que está na base desta intervenção é o “dramático crescimento do número de pessoas que sofrem a fome”. O Papa considera desadequada “a persistência de modelos alimentares orientados apenas para o consumo”.
Bento XVI citou a sua última encíclica, Caritas in veritate, onde se escreve que “fome não depende tanto de uma escassez material, mas sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional”.
Estimativas da FAO indicam que o número de pessoas com fome pode aumentar em 100 milhões, só em 2009, e ultrapassar a marca das mil milhões de pessoas. A ‘pandemia’ da fome é real.
O Papa não teve dúvidas em afirmar que o planeta tem capacidade de alimentar “todos” os seus habitantes, no presente e no futuro.
- Este tema sugere-nos a sondagem que estará online nos próximos dias.
Opinem, a propósito, no espaço dos comentários. Não deixem de votar na sondagem, na coluna à direita.
Para ti, qual a causa principal para que ainda exista fome no mundo?
Não há alimentos para todos
Não há vontade política
Falta partilha dos bens
Por causa do desperdício
________________________________Fez, ainda, uma condenação corajosa dos sistemas económicos e políticos que acabam por submeter os alimentos à categoria de mera mercadoria: "É preciso contestar o egoísmo que permite que a especulação penetre mesmo no mercado dos cereais, colocando a comida no mesmo plano que todas as outras mercadorias", afirmou.
Bento XVI desafiou à mudança de estilos de vida, sem “opulência”. A preocupação que está na base desta intervenção é o “dramático crescimento do número de pessoas que sofrem a fome”. O Papa considera desadequada “a persistência de modelos alimentares orientados apenas para o consumo”.
Bento XVI citou a sua última encíclica, Caritas in veritate, onde se escreve que “fome não depende tanto de uma escassez material, mas sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional”.
Estimativas da FAO indicam que o número de pessoas com fome pode aumentar em 100 milhões, só em 2009, e ultrapassar a marca das mil milhões de pessoas. A ‘pandemia’ da fome é real.
O Papa não teve dúvidas em afirmar que o planeta tem capacidade de alimentar “todos” os seus habitantes, no presente e no futuro.
- Este tema sugere-nos a sondagem que estará online nos próximos dias.
Opinem, a propósito, no espaço dos comentários. Não deixem de votar na sondagem, na coluna à direita.
Para ti, qual a causa principal para que ainda exista fome no mundo?
Não há alimentos para todos
Não há vontade política
Falta partilha dos bens
Por causa do desperdício
Resultados da sondagem publicada de 18nov09 a 25nov09:
Não há vontade política 55% (15 votos)
Falta partilha dos bens 40% (11 votos)
Por causa do desperdício 3% (1 voto)
Não há alimentos para todos 0% (0 votos)
Votos apurados: 27
CJovem
Por um lado a culpa não é de ninguém mas por outro é de todos.
ResponderEliminarAcho que a solução não é enviar a comida, mas sim explicar como obte-la.
"Não é dar o peixe, mas sim ensiná-los a pescar".
Sim, mas ninguém aprende a pescar de barriga vazia...
ResponderEliminarO problema está no seguinte: "tem de haver pobrezinhos e fome no mundo porque sempre houve, se todos vivessemos bem isto não tinha piada nenhuma" estas foram as palavras da minha prof da faculdade na última aula, a que o meu colega respondeu "acbar com a fome no muindo é impossível, temos de ser realistas"
ResponderEliminarUma reclamação! Na sondagem falta a opção: "Eles comem tudo!"
ResponderEliminarNando
Agora a sério. Eu acho que é todo o sistema que está errado. Acho que o Papa disse o que tinha que ser dito. A comida não está ou nao deveria estar ao mesmo nível de qualquer outra mercadoria e não de deveria fazer especulação com os alimentos.
ResponderEliminarEu não entendo, por exemplo, porque é que se manda tanta comida para o lixo, só para regular o mercado.
Na perspectiva do sistema económico vigente até posso entender, mas não concordo. O que é uma coisa muito diferente. E pronto, tenho dito.
Nando
O Nando disse tudo...o problema está no sistema.
ResponderEliminarUm sistema económico individualista e que mercadoriza tudo, até as relações humanas e as vidas humanas dá obriatoriamente este resultado.
O objectivo é maximizar o lucro dos accionistas, não é minimizar os subnutridos nem os pobres. Todo o estudante de economia sabe isto...
É verdade, mas os pobres, como não têm poder de compra, não gastam dinheiro. Se esses accionistas apostassem na erradicação da pobreza não estariam a criar mais 100 milhões de consumidores?
ResponderEliminarEstou provavelmente a ser ingénuo mas o investimento inicial não iria ser recuperado a médio/longo prazo?
Em vez de excluídos da balança comercial, teríamos frequentadores assíduos de MacDonalds e companhia... não é bom para a economia?
Se o mundo tem excedentes, por que não partilhar com os mais necessitados?
(Lá está a ingenuidade outra vez a fazer das suas)
Porque tem tudo a ver:
ResponderEliminarhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=76122
Já agora, se me permitem colaborar com um artigo também ;)
ResponderEliminarhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=76186
Entrevista à presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, um exemplo de doação.
A quantidade de alimentos produzidos pelos paises desenvolvidos é demasiado alta e por isso é que nos Açores o leite produzido em excesso é deitado ao mar.
ResponderEliminarJuliana
@Olly, esse raciocínio é falacioso. Porque é que não se podem fazer as duas coisas ao mesmo tempo: produzir, vender e distribuir (também) gratuitamente pelos mais necessitados? Por exemplo: pelos sem abrigo, instituições de solidariedade social, etc.
ResponderEliminaro mercado pelo mercado já confirmou, com a crise que está aí, que não funciona. Quem vai atender a todos os pobres e desempregados que esta crise mundial produziu?
A economia de mercado é uma economia sem alma.
Nando
@Nando
ResponderEliminarPois, por isso é que disse que era ingenuidade da minha parte.
Mas sonhar não custa, não é?