(parte I, aqui)
Mas a economia é um conjunto de interligações muito mais complexo do que aquilo que descrevi até agora. E para se compreender bem o que se passa actualmente em Portugal, temos de fazer uma (ou várias) viagem(ns) no tempo.
A primeira é até 2007. Neste ano rebentava, nos EUA, a crise conhecida como do Subprime. O Subprime era um tipo de créditos que existiam nos EUA, ao jeito dos nossos créditos ao consumo, da Cofidis e etc… mas com uma diferença essencial – eram créditos à habitação. Como os da Cofidis, tudo era rápido e sem muitas perguntas. Emprestava-se assim dinheiro a muita gente que, simplesmente se sabia, nunca virem a poder pagar os seus créditos. Mas isto não era problema. Não era problema porque as pessoas pediam o crédito dando como única garantia, a própria casa que compravam. Acontece que passava-se por um momento de “vacas gordas” e o preço das casas aumentava exponencialmente todos os meses. Assim, as pessoas que davam a casa como garantia num certo momento viam que, por exemplo, passado 1 ano, a casa valia muito mais. Assim, tinham valor em património que lhes permitia pedir um outro crédito por cima do primeiro para conseguir pagar o primeiro. Por vezes os bancos tinham de ficar com as casas mas, em pouco tempo, conseguiam vendê-las por um preço tão mais alto que compensava as perdas com o crédito não pago. Tudo ia bem assim.
Mas o preço das casas não sobre eternamente. Porque com o negócio a correr tão bem, a oferta de casas disparou e com tanta casa vazia, os seus donos foram obrigados a descer os preços para as conseguirem vender. As pessoas deixaram de conseguir pedir empréstimos para pagar os primeiros e deixaram de conseguir pagar os créditos que já detinham. As casas passaram para os bancos que viam o preço destas descer todos os dias. Os bancos tiveram perdas de muitos milhões, até que alguns começaram a declarar falência.
Acontece que ao longo dos últimos anos, os mesmos bancos tinham descoberto maneiras de espalhar ao máximo todo o risco que detinham de forma a minimizar a exposição a um só produto. Ou seja, os bancos emprestavam dinheiro, mas depois juntavam essa garantia de receberem o crédito com mais um dinheiro aplicado numas acções e mais algum aplicado nas ilhas Caimão e vendiam tudo em pacote a outro banco que juntava esse pacote a outro e vendia a outras instituições com muito dinheiro. Quando tão grande quantidade de créditos deixa de ser paga, todo o sistema está minado com estes produtos. Quando um banco cai, todos os que são seus credores (a quem o banco deve) ficam em maus lençóis. As falências sucedem-se até que, em finais de 2008, cai um dos 5 maiores bancos dos EUA – O Lehman Brothers. Atrás quase cai a maior seguradora dos EUA, a AIG, que é imediatamente amparada pelo Estado.
Em Economia aprende-se que o sistema financeiro está para a economia como o sistema circulatório está para o corpo humano. O sistema circulatório distribui o oxigénio e os nutrientes de onde eles existem em excesso (pulmões, intestinos, etc…) para onde são necessários (nas células). O sistema financeiro faz o mesmo com o dinheiro. Esta crise começa então a actuar como uma trombose impedindo o dinheiro de chegar onde este é necessário. Isto leva a que um pouco por todo o mundo, muitas empresas fechem, muitas pessoas vão para o desemprego, etc…
Mas a economia é um conjunto de interligações muito mais complexo do que aquilo que descrevi até agora. E para se compreender bem o que se passa actualmente em Portugal, temos de fazer uma (ou várias) viagem(ns) no tempo.
A primeira é até 2007. Neste ano rebentava, nos EUA, a crise conhecida como do Subprime. O Subprime era um tipo de créditos que existiam nos EUA, ao jeito dos nossos créditos ao consumo, da Cofidis e etc… mas com uma diferença essencial – eram créditos à habitação. Como os da Cofidis, tudo era rápido e sem muitas perguntas. Emprestava-se assim dinheiro a muita gente que, simplesmente se sabia, nunca virem a poder pagar os seus créditos. Mas isto não era problema. Não era problema porque as pessoas pediam o crédito dando como única garantia, a própria casa que compravam. Acontece que passava-se por um momento de “vacas gordas” e o preço das casas aumentava exponencialmente todos os meses. Assim, as pessoas que davam a casa como garantia num certo momento viam que, por exemplo, passado 1 ano, a casa valia muito mais. Assim, tinham valor em património que lhes permitia pedir um outro crédito por cima do primeiro para conseguir pagar o primeiro. Por vezes os bancos tinham de ficar com as casas mas, em pouco tempo, conseguiam vendê-las por um preço tão mais alto que compensava as perdas com o crédito não pago. Tudo ia bem assim.
Mas o preço das casas não sobre eternamente. Porque com o negócio a correr tão bem, a oferta de casas disparou e com tanta casa vazia, os seus donos foram obrigados a descer os preços para as conseguirem vender. As pessoas deixaram de conseguir pedir empréstimos para pagar os primeiros e deixaram de conseguir pagar os créditos que já detinham. As casas passaram para os bancos que viam o preço destas descer todos os dias. Os bancos tiveram perdas de muitos milhões, até que alguns começaram a declarar falência.
Acontece que ao longo dos últimos anos, os mesmos bancos tinham descoberto maneiras de espalhar ao máximo todo o risco que detinham de forma a minimizar a exposição a um só produto. Ou seja, os bancos emprestavam dinheiro, mas depois juntavam essa garantia de receberem o crédito com mais um dinheiro aplicado numas acções e mais algum aplicado nas ilhas Caimão e vendiam tudo em pacote a outro banco que juntava esse pacote a outro e vendia a outras instituições com muito dinheiro. Quando tão grande quantidade de créditos deixa de ser paga, todo o sistema está minado com estes produtos. Quando um banco cai, todos os que são seus credores (a quem o banco deve) ficam em maus lençóis. As falências sucedem-se até que, em finais de 2008, cai um dos 5 maiores bancos dos EUA – O Lehman Brothers. Atrás quase cai a maior seguradora dos EUA, a AIG, que é imediatamente amparada pelo Estado.
Em Economia aprende-se que o sistema financeiro está para a economia como o sistema circulatório está para o corpo humano. O sistema circulatório distribui o oxigénio e os nutrientes de onde eles existem em excesso (pulmões, intestinos, etc…) para onde são necessários (nas células). O sistema financeiro faz o mesmo com o dinheiro. Esta crise começa então a actuar como uma trombose impedindo o dinheiro de chegar onde este é necessário. Isto leva a que um pouco por todo o mundo, muitas empresas fechem, muitas pessoas vão para o desemprego, etc…
(Continua)
Tiago Santos
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ResponderEliminarvolta Jesus-Homem,
os vendilhões do Templo formigam,
,
deixo a minha Paz,
,
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